"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



segunda-feira, 10 de novembro de 2025

“ESTOU PLENAMENTE CERTO”


“ESTOU PLENAMENTE CERTO”

“Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).

O apóstolo Paulo não derivava esta confiança da firmeza e da excelência dos homens, mas simplesmente do fato de que Deus manifestara seu amor para com os filipenses. E, indubitavelmente, esta é a genuína maneira de reconhecer os benefícios divinos - quando derivamos deles ocasião de nutrir boas esperanças quanto ao futuro. Porque, como são tomados imediatamente por sua bondade, e por sua paternal benevolência para conosco, que ingratidão seria não derivar disto nenhuma confirmação de esperança e bom ânimo! Além disto, Deus não é como os homens a ponto de se cansar ou sentir-se exausto em conferir bondade. Portanto, que os crentes se exercitem em constante meditação sobre os favores que Deus confere, para que se animem e confirmem a esperança quanto ao futuro, e tenham sempre em sua mente este silogismo: Deus não se esquece da obra que suas próprias mãos começaram, como o profeta testifica [SI 138.8; Is 59.8]; nós somos a obra de suas mãos; portanto, ele completará o que já começou a fazer em nós. Quando digo que somos a obra de suas mãos, não me refiro à mera criação, mas à vocação pela qual somos adotados como seus filhos. Pois o fato de que o Senhor nos chamou eficazmente para si, pela operação de seu Espírito, é sinal da nossa eleição.

Não obstante, pergunta-se se alguém pode estar certo quanto à salvação de outra pessoa, porquanto aqui Paulo não está falando de si mesmo, e sim dos filipenses. Respondo que a certeza que um indivíduo tem com respeito à sua salvação pessoal é muito diferente da que ele tem em relação à das outras pessoas. Pois o Espírito de Deus é minha testemunha de que fui chamado, como o é também de cada um dos eleitos. Quanto aos outros, não temos nenhum testemunho, exceto o da eficácia externa do Espírito; ou, seja, até onde a graça de Deus se exibe neles, e até onde a percebemos. Portanto, há uma grande diferença porque a certeza de fé permanece encerrada no interior de cada um, e não se exterioriza aos demais. Não obstante, onde quer que notemos quaisquer das marcas da eleição divina, que porventura sejam notadas por nós, devemos imediatamente estimular-nos a nutrir boa esperança, seja para que não sejamos invejosos em relação aos nossos semelhantes, seja subtraindo deles um juízo equitativo de caridade; e, ainda, para que sejamos gratos a Deus. Não obstante, esta é uma regra geral, seja quanto a nós mesmos, seja quanto aos demais - que, desconfiando de nossa própria força, dependamos inteiramente só de Deus.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba(PR). 

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