“MAS O QUE, PARA MIM, ERA LUCRO”
“Mas o que, para
mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo” (Fp 3.7).
Ignorar a Cristo é
a única razão por que nos ensoberbecemos com fútil confiança. Daí, onde quer que vejamos uma falsa estima da excelência pessoal
de alguém, arrogância e orgulho, asseguremo-nos de que, aí, Cristo não é
conhecido. Em contrapartida, tão logo Cristo se manifesta, todas aquelas coisas
que outrora maravilhavam nossos olhos com um falso esplendor instantaneamente
se desvanecem, ou, pelo menos, diminuem de valor. Consequentemente, aquelas
coisas que tinham sido lucro para Paulo, quando ainda era cego, ou, melhor, que
se pareceram com lucro, ele reconhece como perda, após ser iluminado. Por que
perda? Porque eram obstáculos no caminho de sua aproximação a Cristo.
O que é mais
nocivo do que aquilo que nos impede de nos achegarmos a Cristo? Ora, o apóstolo Paulo fala
principalmente de sua justiça pessoal, porquanto não somos recebidos por
Cristo, a não ser que sejamos despidos e esvaziados de nossa justiça pessoal. Consequentemente, Paulo reconhece que nada lhe era tão danoso quanto sua justiça pessoal, visto
que foi por meio dela que ele ficou excluído de Cristo.
Considerei perda por causa de Cristo. Paulo, tendo dito que renunciava todos os obstáculos no intuito de ganhar a Cristo, enaltece o evangelho em oposição a todas as noções que tendem a nos distrair. Pois há muitas coisas que possuem aparência de excelência, mas o conhecimento de Cristo ultrapassa tudo mais, a um grau tal, por sua sublimidade, que, quando se faz uma comparação, nada existe que não seja desprezível. Portanto, aprendamos disto que [grande] valor devemos depositar no conhecimento de Cristo somente. Quanto ao fato de o chamar, meu Senhor, ele faz isso para expressar a intensidade de seu sentimento.
Deus nos
abençoe!
João
Calvino (1509-1564).
*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba(PR).

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