“A VIRGEM CHAMAVA-SE MARIA”
“No sexto mês,
foi o anjo Gabriel enviado, da parte de Deus, para uma cidade da Galileia,
chamada Nazaré, a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo
nome era José; a virgem chamava-se Maria” (Lc 1.26,27).
Temos no capítulo
primeiro do livro de Lucas o anúncio do acontecimento mais maravilhoso que já
ocorreu neste mundo: a encarnação e nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo.
O anjo que
anunciou o seu advento foi enviado a uma vila obscura da Galileia chamada
Nazaré. A mulher que recebeu a honra de tornar-se a mãe do Senhor ocupava
claramente uma posição social humilde. Tanto em sua condição social quanto em
sua cidade, havia ausência completa daquilo que o mundo considera “grande”. Não
devemos hesitar em concluir que em tudo isso estava a sábia Providência. O conselho
do Altíssimo, que ordena todas as coisas nos céus e na terra, poderia
determinar que a residência de Maria fosse Jerusalém, tão simplesmente quanto
determinar que fosse Nazaré; ou, da mesma forma, poderia ser escolhido a filha
de algum escriba poderoso para ser a mãe do Senhor, tão facilmente como
escolheu uma moça pobre. Pareceu-Lhe bem ser como foi. O primeiro advento do
Messias deveria se um advento de humilhação. Essa humilhação dar-se-ia já desde
a sua concepção e nascimento.
Cuidemos para
não desprezarmos a pobreza dos outros ou de nos envergonharmos da nossa própria
pobreza, caso Deus nos conceda. A condição de vida que Jesus escolheu
voluntariamente para Si deve ser vista sempre com santa reverência. A tendência
comum dos nossos dias, ou seja, de curvarem-se as pessoas diante dos ricos e de
idolatrarem o dinheiro, deve ser sistematicamente resistida e desencorajada. O
exemplo do Senhor é a resposta suficientíssima para milhares de máximas
aviltantes sobre a riqueza tão comuns entre os homens. “Sendo rico, se fez
pobre por amor de vós” (2Co 8.9).
O Herdeiro de todas as coisas não somente
assumiu a natureza humana, mas o fez da forma mais humilhante que poderia fazer.
Já seria humildade vir ao mundo para governar como rei. Mas a sua vinda ao
mundo como homem pobre, para ser desprezado, sofrer e morrer, é um dos milagres
da misericórdia que ultrapassa a nossa compreensão. Que o seu amor nos
impulsione a viver não para nós mesmos, e sim para Ele. Que o seu exemplo traga
à nossa consciência o preceito da Escritura que diz: “Em lugar de serdes
orgulhosos, condescendei com o que é humilde” (Rm 12.16).
"A minha alma
engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador, porque
contemplou na humildade da sua serva" (Lc 1.46-48).
Deus nos abençoe!
John
Charles Ryle (1816-1900).
*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba(PR).

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