“A SI MESMO SE HUMILHOU”
“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois
ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a
Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em
semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou,
tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.5-8).
A humildade pode ser definida como sendo o hábito da mente e do coração
que corresponde à nossa indignidade e vileza em comparação com Deus, ou o senso
de nossa própria insignificância aos olhos de Deus, com a disposição para um
comportamento correspondente à humildade. Ela consiste em parte no senso ou
estima que temos de nós mesmos; e, em parte, na disposição que temos para um
comportamento correspondente a este senso ou estima (Rm 12.3).
O primeiro elemento na humildade é: O senso de nossa própria
insignificância comparativa. Digo insignificância comparativa porque a
humildade é uma graça peculiar aos seres que são gloriosos e excelentes em
todos os seus muitos aspectos. Assim os santos e anjos no céu, suplantam em
humildade; e esta é peculiar a eles e adequada neles, ainda que sejam seres
puros, impolutos e gloriosos, perfeitos em santidade e excelentes na mente e força.
Mas, ainda que sejam assim gloriosos, contudo possuem uma insignificância
comparativa diante de Deus (Sl 113.4-6).
Assim o homem Jesus Cristo, que é o mais excelente e glorioso de todas
as criaturas, no entanto é manso e humilde de coração, e em humildade suplanta
todos os demais seres. A humildade é uma das excelências de Cristo, porque ele
é não somente Deus, mas também homem, e, como homem, ele era humilde; pois
humildade não é, e não pode ser, um atributo da natureza divina. A natureza de
Deus é de fato infinitamente oposta ao orgulho, e contudo a humildade não pode
ser, propriamente, um predicado dele; pois, se o fosse, isto implicaria
imperfeição, o que é impossível em Deus. Deus, que é infinito em excelência e
glória, e infinitamente acima de todas as coisas, não pode ter em si qualquer
consciência de insignificância, e, portanto não pode ser humilde. Humildade,
porém, é uma excelência peculiar a todos os seres inteligentes criados, pois
todos eles são infinitamente pequenos e insignificantes diante de Deus (1Pe
5.6).
Deus nos abençoe!
Jonathan Edwards (1703-1758).
*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba(PR).

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