Emoções
Espirituais são Baseadas na Excelência Moral das Coisas Divinas
"E
clamavam uns para os outros, dizendo: santo, santo, santo é o Senhor dos
Exércitos; toda a terra está cheia de sua glória" (Is 6:3).
O que quero dizer por
excelência moral das coisas divinas? Não estou me referindo àquilo que muitos
entendem por "moralidade". Muitos usam essa palavra se referindo
meramente ao cumprimento exterior dos deveres. Outros a usam para se referir às
virtudes não espiritualmente motivadas que um incrédulo pode ter - honestidade,
justiça, generosidade, etc. Quando falo de excelência moral, o que quero dizer
é o tipo de excelência que pertence ao caráter moral de Deus. Noutras palavras,
estou falando sobre a santidade de Deus. A santidade de Deus é a soma total de
Suas perfeições morais - Sua retidão, verdade e bondade. (Deus tem outros
atributos, tais como poder, conhecimento e eternidade, mas não os chamamos
morais, pois não são qualidades do caráter de Deus).
Já mostrei que emoções
espirituais surgem da beleza das coisas espirituais. Estou agora seguindo um
passo adiante e afirmando que esta beleza é moral. O que um verdadeiro cristão
ama nas coisas espirituais é a santidade. Ele ama a Deus pela beleza de Sua
santidade. Não quero dizer que os cristãos não vejam beleza no poder, no
conhecimento e na eternidade de Deus. Entretanto, nós amamos essas coisas por
causa da santidade de Deus. Poder e conhecimento não fazem um ser amorável sem
santidade. Quem veria beleza num homem perverso somente por ter poder e
conhecimento? É santidade que torna essas outras qualidades formosas. A
sabedoria de Deus é gloriosa por ser uma sabedoria santa, e não uma astúcia
perversa. A eternidade de Deus é gloriosa por ser uma eternidade santa, e não
um mal imutável.
Assim, amor a Deus deve começar pelo enlevo em Sua santidade, e não por Seus outros atributos. É da santidade de Deus que o restante de Seu ser deriva Sua beleza. Não veremos nenhuma beleza no conhecimento, poder, eternidade ou outros atributos de Deus a não ser que primeiro vejamos o puro encanto de Sua santidade.
Do mesmo modo que a
santidade é a beleza da natureza de Deus, é também a beleza de todas as coisas
espirituais. A beleza do cristianismo é por ser uma religião tão santa. A
beleza da Bíblia é devido à santidade de seu ensinamento (Sl 19:7-10). A beleza
de nosso Senhor Jesus é por causa da santidade de Sua Pessoa - "o
Santo" de Deus (At 2:14). A beleza do evangelho é devido ser ele um
evangelho santo, brilhando com a beleza de Deus e Jesus Cristo. A beleza do céu
é a sua perfeição santa - "a santa cidade" (Ap 21:10).
Eu disse antes que Deus dá aos cristãos um novo sentido espiritual. Agora posso dizer-lhes exatamente o que esse sentido espiritual vê, sente e saboreia. É a beleza da santidade. Os incrédulos não podem ver essa beleza, porém o Espírito Santo tornou os cristãos conscientes dela.
As Escrituras indicam a
beleza da santidade como o verdadeiro objetivo do apetite espiritual. Esse era
o doce alimento do Senhor Jesus Cristo. "Uma comida tenho para comer, que
vós não conheceis. A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me
enviou, e realizar a sua obra" (Jo 4:32 e 34). Temos também no Salmo 119
uma das passagens mais claras nas Escrituras sobre a natureza da verdadeira
religião. Ela celebra a lei de Deus, que revela Sua santidade. Declara por toda
sua extensão que a excelência desta lei é o principal objetivo do paladar
espiritual (Vejam versículos 14,72,103,127,131, 162). Encontramos a mesma ideia
no Salmo 19, onde o salmista declara que as santas leis de Deus "são mais
desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do
que o mel e o destilar dos favos" (v.10).
Uma pessoa espiritual ama
as coisas santas pela mesma razão que a não espiritual as odeia - e o que uma
pessoa não espiritual odeia nas coisas espirituais é precisamente sua
santidade! Assim também, é a santidade das coisas santas que uma pessoa
espiritual ama. Vemos isso nos santos e nos anjos nos céus. O que cativa suas
mentes e corações é a glória e a beleza da santidade de Deus. "E clamavam
uns para os outros, dizendo: santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda
a terra está cheia de sua glória" (Is 6:3). "Não têm descanso nem de
dia nem de noite, proclamando: santo, santo, santo é o Senhor Deus, o
Todo-poderoso, aquele que era, que é e que há de vir" (Ap 4:8). "Quem
não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor?... pois só tu és santo"
(Ap 15:4). E assim como é nos céus, assim também deveria ser na terra.
"Exaltai ao Senhor nosso Deus, e prostrai-vos ante o escabelo de seus pés,
porque ele é santo" (Sl 99:5).
Podemos testar nossos desejos pelo céu por essa regra. Queremos estar lá pela santa beleza de Deus que ali brilha? Ou nosso desejo pelo céu é baseado numa simples ansiedade pela felicidade egoísta?
Medita estas coisas!
*A Genuína Experiência
Espiritual, Editora PES
*Visite a Igreja Presbiteriana da Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário
(41)3242-8375
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