"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quinta-feira, 28 de março de 2019

Vencendo os temores da Morte

Vencendo os temores da Morte
Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou” (Lc 23.46).

Muitos vivem com receio da morte todos os seus dias. Como podemos vencer estes temores?

1 – Devemos deliberadamente entregar as nossas almas, ao partirmos deste mundo, nas mãos dAquele que pode recebê-las e guardá-las. A alma, sozinha e por si mesma, tem que ir para a eternidade. Ela deixa para trás, para sempre, tudo o que conheceu anteriormente pelas suas faculdades próprias e naturais.

Deve haver, portanto um ato de fé ao entregar a alma à disposição de Deus, como Paulo foi capaz de fazer. “...eu sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” (2Tm 1.12).

O Senhor Jesus Cristo é o nosso grande exemplo. Quando Ele despediu o Seu espírito, Ele entregou a Sua alma nas mãos de Deus o Pai, em total confiança que ela não sofreria nenhum mal. “Alegra-se, pois, o meu coração, e o meu espírito exulta; até o meu corpo repousará seguro. Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção” (Sl 16.9,10). O último e vitorioso ato de fé acontece na hora da morte. A alma poderá, então, dizer para si mesma: “Você está agora deixando o tempo e entrando naquelas coisas eternas que o olho natural não viu, nem o ouvido ouviu, nem o coração do homem tem sido capaz de imaginar. Desta forma, em silêncio e confiança entregue-se à soberana graça, verdade e fidelidade de Deus, e encontrarás descanso e paz”. Jesus Cristo imediatamente recebe a alma daqueles que creem nEle, como no caso de Estevão. Quando morria, ele disse: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito” (At 7.59). O que poderia ser de maior encorajamento para entregar as nossas almas nas mãos de Cristo, na hora da morte, do que conhecer em cada dia de nossas vidas alguma coisa de Sua glória, do Seu poder e da Sua graça?

2 – Como seres humanos, não somos semelhantes aos anjos que são apenas espírito e não podem morrer. Nem somos semelhantes aos animais que não possuem alma eterna. Mas Deus designou para nós uma ressurreição gloriosa do corpo que não mais terá uma natureza física; seremos mais semelhantes aos anjos. Nesta vida há uma relação tão íntima entre alma e corpo que nós tentamos tirar da cabeça qualquer pensamento sobre a sua separação. Como é possível, então, ter tal disposição de morrer, a exemplo do apóstolo Paulo quando disse: “Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” (Fp 1.23)? Essa disposição só pode ser encontrada se olharmos pela fé para Cristo e Sua glória, tendo a certeza que estar com Ele é melhor do que tudo quanto esta vida possa oferecer.

Se quisermos morrer alegremente, devemos pensar em como Deus nos chamará do túmulo na ressurreição. Então, pelo Seu grandioso poder, Ele não apenas nos restaurará à glória de Adão e Eva na criação, como também nos acrescentará ricas bênçãos além da nossa imaginação. Devemos, também, nos lembrar que apesar do corpo e da alma do nosso glorioso Salvador terem sido separados na morte (à semelhança que os nossos também serão), Ele agora possui grande glória. O Seu exemplo pode nos dar esperança.

3 – Deve haver uma disposição nossa em aceitar o tempo de Deus para morrermos. Podemos, à semelhança de Moisés, desejar ver mais da gloriosa obra de Deus em favor do Seu povo na terra. Ou, à semelhança de Paulo, podemos sentir que seja necessário, para o benefício de outros, que vivamos um pouco mais. Pode ser que desejemos ver as nossas famílias e as nossas coisas numa condição melhor e mais estabelecidas.

Mas não podemos ter paz neste mundo, a não ser que estejamos dispostos a nos submeter à vontade de Deus com respeito à morte. Os nossos dias estão em suas mãos, à Sua soberana disposição. Devemos aceitar isso como sendo o melhor.

4 – Alguns podem não temer a morte, porém podem temer a maneira como morrerão. Uma longa doença, grandes dores, ou alguma forma de violência poderiam ser uma maneira de trazer a nossa vida terrena a um fim. Devemos ser sábios, como se estivéssemos sempre prontos para passar por qualquer experiência que Deus nos permita passar. Não seria correto que Ele fizesse o que deseja com o que Lhe pertence? Acaso a vontade dEle não é infinitamente santa, sábia, justa e boa em todas as coisas? Ele não sabe o que é melhor para nós e o que trará maior glória para Si mesmo? Muitas pessoas descobriram que são capazes de suportar as coisas que mais temiam porque receberam maior força e paz do que podiam imaginar que lhes fosse dado.

No entanto, nenhuma dessas quatro coisas podemos fazer, a não ser que acreditemos na excelente glória de Cristo e desfrutemos dela.

Amém!

John Owen (1616-1683)

*Meditações sobre a Glória de Cristo, Editora PES.

*Visite a Igreja Presbiteriana da Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário
(41)3242-8375

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