"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

A SUPREMACIA DE DEUS”

“A SUPREMACIA DE DEUS”

“Tens feito estas coisas, e eu me calei; pensavas que eu era teu igual; mas eu te arguirei e porei tudo à tua vista. Considerai, pois, nisto, vós que vos esqueceis de Deus,  para que não vos despedace, sem haver quem vos livre” (Sl 50.21,22).

“As tuas ideias sobre Deus são demasiado humanas” - exortação de Martinho Lutero endereçada a Erasmo de Roterdan. Vemos que, tanto no passado como atualmente, são sustentados os mais desonrosos conceitos sobre Deus. Para os milhares, desde a antiguidade, Deus é completamente desconhecido. “Pensavas que eu era teu igual; mas eu te arguirei e porei tudo à tua vista.” (Sl 50.21). 

Os homens supõem que a onipotência de Deus é uma ociosa ficção, a tal ponto que Satanás destroça os seus desígnios. Acham que, se Deus formulou algum plano ou propósito, deve ser como o deles, constantemente sujeito a mudança. Declaram abertamente que, seja qual for a vontade e o poder que Deus possui terá que ser restringido, para que não invada a vontade e o poder humano.

As Escrituras afirmam clara e positivamente a absoluta e universal supremacia de Deus. “Teu, SENHOR, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu, SENHOR, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos” (1Cr 29.11). 

A nossa vida não é, nem produto do destino cego, nem do acaso caprichoso, mas todas as suas minuciosidades foram prescritas desde a eternidade, ordenadas por Deus que vive e reina eternamente. (Sl 31.15).

Deus nos abençoe!

Rev. José Rodrigues Filho

*Os Atributos de Deus, A.W.Pink - Editora PES

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(41)3242-8375


terça-feira, 20 de dezembro de 2016

“Toda a Plenitude da Divindade”

“Toda a Plenitude da Divindade”
“Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Cl 2.9).

O período natalino tem o seu legítimo valor quando direciona a nossa atenção para a pessoa de Jesus Cristo. Há os que tentam nos convencer que a adoção do dia 25 de dezembro como o dia de Natal é a aceitação de um costume pagão. Porém, esse detalhe não faz a menor diferença. O que faz toda a diferença é o grande evento, por si só. A data exata em que ocorreu o nascimento de Jesus é irrelevante. O que importa é o próprio acontecimento que mudou todo o curso da história da humanidade.

Como em nenhum outro ensino, a Pessoa em questão não é somente central, mas absolutamente essencial. Sabemos que na história da humanidade existem muitos ensinamentos ligados a uma variedade de religiões, muitos dos quais associados a nomes de homens, em particular. Mas esses homens não são essenciais às pessoas que o seguem, pois seus ensinos poderiam ser transmitidos com igual eficácia por outras pessoas. Afirmar isso não é diminuir a grandeza desses homens, mas significa que eles não são vitais, pois o ensino é o que importa. No entanto, na religião cristã é a Pessoa em si que importa. Todo ensino é sobre Jesus Cristo.

Portanto, a visão que temos de Jesus Cristo determinará a visão que temos do Natal, da fé Cristã, da salvação e do próprio mundo. Nada é mais importante do que conhecer exatamente o que a Bíblia diz a respeito de Jesus Cristo. A questão fundamental relacionada à vida que está diante de todos nós foi proposta pelo próprio Senhor: “Que pensais vós do Cristo?” (Mt 22.42). Existem aqueles que admitem ser Jesus um homem especial, e nada mais. E existem aqueles que O proclamam como o unigênito e eterno Filho de Deus, o Tabernáculo do Deus vivo, a Imagem do Deus invisível, a segunda Pessoa da Trindade Santa, o Primogênito de toda a criação, o Príncipe da Paz, o Único Senhor e Salvador.

O que pensais vós do Cristo? 

Pr. José Rodrigues Filho

*Grandes Doutrinas Bíblicas - D.Martyn Lloyd-Jones, PES

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sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

A Importância do Amor

A Importância do Amor
“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1Co 13.4-7).
                                                                                                               
Leia outros textos que nos revelam o importante lugar que a Palavra de Deus confere ao amor.

“Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.34,35).

“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave” (Ef 5.1,2).

Qualquer pessoa que possui o verdadeiro amor deseja amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo. Esse amor será demonstrado na disposição de viver para a glória de Deus, nas atitudes cristãs, na prática de fazer o bem sem esperar qualquer recompensa. Ele é gentil, altruísta, demonstrará consideração para com os outros. É generoso, preocupado com o conforto dos irmãos, mais desejoso em dar do que receber. O verdadeiro amor nunca sente inveja ou se regozija nos problemas dos outros. O verdadeiro amor apresentará disposição em suportar o mal. Ele é paciente e pronto a perdoar. Ele é manso e humilde. Frequentemente negará a si mesmo em favor da paz e estará mais interessado em promovê-la do que em assegurar seus próprios direitos.

“Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão” (1Jo 4.7,8;21).

Deus nos abençoe!

Pr. José Rodrigues Filho

*Fé Genuína, JC.Ryle - Editora Fiel

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quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Amor Sublime

Amor Sublime
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor” (1Co 13.13).

“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba” (leia 1Co 13.1-13). O amor é a mais sublime graça cristã. Não há quem não admire tão maravilhosa dádiva de Deus. Encontramos este perfeito amor em nosso Senhor Jesus Cristo. Ele sempre se mostrou manso, humilde e amável para com todos. Contudo, Ele expunha a maldade e repreendia os que transgrediam a santa lei de Deus. Ele denunciava as falsas doutrinas e as práticas hipócritas. Ele falava abertamente tanto do inferno quando do céu. O Senhor Jesus demonstrou que o perfeito amor não aprova a vida e a opinião de todas as pessoas e que é possível condenarmos o mal e continuarmos plenos de amor. Pouco se percebe deste amor até mesmo entre os que professam ser cristãos. O mundo seria mais feliz se existisse mais do amor bíblico. Certamente, este amor não é natural ao homem. Por natureza somos egoístas, invejosos, cruéis. O amor sublime será encontrado apenas em um coração regenerado pelo Espírito de Deus. Somente quando nos tornamos “co-participantes da natureza divina” (2Pe 1.4), pela união com Cristo, é que experimentamos o verdadeiro amor. O amor sublime vem do alto; é fruto do Espírito Santo (Gl 5.22). Você possui este amor? Ele é a marca que nos identifica como autênticos discípulos de Cristo. “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor” (1Co 13.13). Medita nestas coisas!

Rev. José Oliveira Filho

*Fé Genuína, JC.Ryle - Editora Fiel

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domingo, 13 de novembro de 2016

Não é Mais Segredo

Paulo Nazareth e Marcos Almeida
“No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo” (1João 4.18).

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Das Boas Obras

Das Boas Obras
“Porque somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus te antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10).

Deus nos apresentou nas Escrituras uma norma perfeita de fé e prática. “Tudo o que eu te ordeno, observarás; nada lhe acrescentarás, nem diminuirás” (Dt 12.32). Para que uma obra seja boa, deve ser um ato realizado de conformidade com a vontade revelada de Deus. E para que uma obra seja realmente boa, deve provir de um princípio de fé e amor no coração. Todos os homens reconhecem que o caráter moral de um ato é sempre determinado pelo caráter moral do princípio ou do pendor que o impele. Os homens não regenerados realizam muitas ações boas até onde suas relações externas com seus semelhantes lhes interessam. Mas o amor a Deus é o princípio fundamental sobre o qual todos os deveres morais descansam, precisamente como nossa relação com Deus é a relação fundamental sobre a qual descansam todas as nossas outras relações. Se uma pessoa é alienada de Deus, se ela não está no presente exercício da confiança nEle e amor por Ele, qualquer ação que venha a realizar será carente do elemento essencial que caracteriza uma genuína obediência. Boas obras, de conformidade com as Escrituras, são os frutos da santificação, tendo suas raízes na regeneração: “Porque somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus te antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Tiago diz que a fé é demonstrada pelas obras; o que naturalmente implica que o tipo de obras de que ele fala procede tão-somente de um coração cheio de fé viva e verdadeira (Tg 2.18,22). “As obras boas e piedosas jamais tornam o homem bom e justo, mas o homem bom e justo realiza obras boas e piedosas. As más obras nunca tornam o homem mau, mas o homem mau executa más obras”. Conclui-se disto que a pessoa deverá ser boa e justa já antes de realizar boas obras, ou seja, que ditas obras emanam da pessoa justa e boa, como diz Cristo: “Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir bons frutos” (Mt 7.17,18). Medita estas coisas!

Rev. José Rodrigues Filho

*Confissão de Fé de Westminster Comentada, A.A.Hodge, Editora Os Puritanos
*Da Liberdade Cristã, Martinho Lutero, Editora Sinodal

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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Da Liberdade Cristã

Da Liberdade Cristã

“Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4.4).

Nem no céu nem na terra existe para a alma outra coisa em que viver e ser justa, livre e cristã, que o Santo Evangelho, a Palavra de Deus, pregada por Cristo como Ele mesmo diz: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4.4). Sabemos, então, que a alma pode prescindir de tudo, menos da Palavra de Deus. Fora disso nada existe com que auxiliar a alma. Uma vez, porém, que esta possua a Palavra de Deus, de nada mais necessitará, pois a Palavra de Deus é suficiente alimento, alegria, paz, luz, conhecimento, justiça, verdade, sabedoria, liberdade e toda sorte de bens em abundância. Na Escritura se considera o maior castigo e sinal da ira divina, se Deus retira dos homens a sua Palavra (Am 8.11). Mas ao contrário, a maior graça de Deus se manifesta quando Ele envia sua Palavra. “Enviou-lhes a sua Palavra, e os sarou, e os livrou do que lhes era mortal” (Sl 107.20). Se acaso perguntas: Que Palavra é essa que tão grande graça concede e como deverei usar de tal palavra? Eis a resposta: A Palavra não é outra coisa que a pregação de Cristo, segundo está contida no Evangelho; dita pregação há de ser – e o é realmente – de tal maneira que, ao ouvi-la, ouves a Deus falar contigo, dizendo-te que para Ele tua vida inteira e a totalidade de tuas obras nada valem e que te perderás eternamente com tudo quanto há em ti. Se assim crês realmente em tua culpa, perderás a confiança em ti mesmo e reconhecerás quão certa é a sentença do profeta Oséias: “Em ti só há perdição, mas somente em mim está tua salvação” (Os 13.9). Mas para que te seja possível sair de ti mesmo, isto é, de tua perdição, Deus te apresenta a seu amantíssimo Filho Jesus Cristo e com sua Palavra viva e consoladora te diz: Entrega-te a Ele com fé inquebrantável e confia nEle plenamente. Por essa fé te serão perdoados todos os pecados, serás justo, sincero, cheio de paz, reto, cumpridor de todos os mandamentos. E sobre tudo serás livre, como o apóstolo Paulo diz: “O justo viverá por fé” (Rm 1.17); “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4).

Amém!

*Da Liberdade Cristã, Martinho Lutero, Editora Sinodal.

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil no Champagnat
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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Justificação pela Fé

Justificação pela Fé

A doutrina da justificação pela fé em Cristo pode ser encontrada em alguns dos escritos do primeiro período da história da Igreja. Entendemos que esses registros deixados pelos chamados "Pais eclesiásticos" não foram inspirados. Contudo, eles nos oferecem o correto ensino transmitido à Igreja pelos santos Apóstolos. 

Clemente de Roma (talvez o mesmo mencionado em Filipenses 4.3), em sua carta aos Coríntios, diz: “Nós também, sendo chamados mediante a Sua vontade em Cristo, não somos justificados por nós mesmos, nem por nossa própria sabedoria, ou entendimento, ou piedade, ou obras que temos feito com pureza de coração, porém pela fé...”

Policarpo (falecido em 155 dC), um discípulo de João, escreveu: “Eu sei que mediante a graça você é salvo, não por obras, mas sim, pela vontade de Deus em Jesus Cristo.” (Epístola aos Filipenses).

Justino Mártir (falecido em 165 dC), escreveu: “Não mais pelo sangue de bodes e de carneiros, nem pelas cinzas de uma novilha... são os pecados purificados, e sim, pela fé, mediante o sangue de Cristo e de Sua morte, que por essa razão morreu.” (Diálogo com Trifa). (Hb 9.13).

Quando o imperador romano Constantino (falecido em 337 dC) tornou o cristianismo uma religião oficialmente reconhecida, e não mais uma fé perseguida, algumas heresias surgiram e feriram outras doutrinas básicas da fé cristã. Ao combater essas heresias e reafirmar a impotência pecaminosa da natureza humana, a necessidade de salvação pela graça e a expiação eficaz oferecida por Cristo, os fiéis remanescentes defendiam os fundamentos apostólicos da doutrina da justificação somente pela fé em Cristo.

Irineu (falecido no princípio do 3º século), discípulo de Policarpo, escreveu: “...através da obediência de um homem, que primeiro nasceu da Virgem, para que muitos pudessem ser justificados e receber a salvação”.

Orígenes, o grande professor, pensador e escritor do cristianismo (falecido em 253 dC), disse o seguinte: “Pela fé, sem as obras da lei, o ladrão na cruz foi justificado; porque... o Senhor não indagou a respeito de suas obras anteriores, nem aguardava a realização de qualquer obra depois de crer; antes... Ele o tomou para Si mesmo como companheiro, justificado somente na base de sua confissão.”

Cipriano (falecido 258 dC), bispo na Igreja da África do Norte, escreveu: “Quando Abraão creu em Deus, isso lhe foi imputado para justiça, portanto, cada um que crê em Deus e vive pela fé, será considerado como uma pessoa justa”.

Basílio, bispo de Capadócia (falecido em 370 dC), deixou essas palavras: “O verdadeiro e perfeito gloriar-se em Deus é isto: quando o homem não se exalta por causa da sua própria justiça; é quando ele sabe por si mesmo que carece da verdadeira justiça e que a justificação é somente pela fé em Cristo”.

Atanásio, bispo de Alexandria (falecido em 373 dC), escreveu: “Nem por esses (isto é, esforços humanos), mas, à semelhança de Abraão, o homem é justificado pela fé”.

Ambrósio, bispo de Milão (falecido em 397 dC), famoso como grande pregador, nos deixou essas palavras: “Para o homem ímpio, para o homem que crê em Cristo, a sua fé lhe é imputada para justiça, sem as obras da lei, como também aconteceu com Abraão”.

Jerônimo, o grande tradutor da Bíblia para o latim (falecido em 420 dC), escreveu: “Quando um homem ímpio é convertido, Deus o justifica somente por meio da fé, não por causa de obras que na realidade, ele não possuía”.

Crisóstomo, talvez o maior pregador de todos os Pais eclesiásticos (falecido 407 dC), e que viveu por muitos anos em Constantinopla. Dele nós temos: “Então, o que é que Deus fez? Ele fez com que um homem Justo (Cristo) se fizesse pecado (como Paulo afirma), para que Ele pudesse justificar pecadores... quando nós somos justificados, é pela justiça de Deus, não por obras... mas pela graça, pela qual todo o pecado desaparece”. (2Co 5.21).

Agostinho, bispo de Hipona (falecido em 420 dC), disse: “A graça é algo doado; o salário é algo pago... é chamada graça porque ela é concedida gratuitamente. Você não comprou por nenhum mérito pessoal o que tem recebido. Portanto, em primeiro lugar, o pecador recebe a graça para que sejam perdoados os seus pecados... na pessoa justificada, as boas obras vêm depois; elas não precedem a graça, a fim de que a pessoa seja justificada... as boas obras que seguem a justificação manifestam o que o homem tem recebido”.

Anselmo, de Cantuária (falecido 1109 dC), um grande teólogo, e talvez mais conhecido por causa de seu estudo sobre a expiação do pecado por Cristo, escreveu: “Você acredita que não pode ser salvo, senão pela morte de Cristo?” Então, vá e,... ponha toda a sua confiança unicamente em Sua morte. Se Deus lhe disser: “Você é um pecador”, então responda: “Coloco a morte de nosso Senhor Jesus Cristo entre mim e o meu pecado”.

Bernardo de Claraval, considerado como o último dos Pais eclesiásticos (falecido em 1153 dC), deixou essas palavras: “Acaso a nossa justiça não seria apenas uma injustiça e imperfeição? Então, o que será dos nossos pecados, quando a nossa justiça não é suficiente para defender-se a si mesma? Vamos, portanto, com toda humildade, refugiar-nos na misericórdia, porque ela somente pode salvar as nossas almas... qualquer um que tenha fome e sede de justiça, que creia nAquele que “justifica o ímpio”, e assim sendo justificados somente pela fé, terá paz com Deus.

Esses testemunhos evidenciam que a doutrina da justificação somente pela fé em Cristo não foi uma invenção de Martinho Lutero. Os reformadores apenas redescobriram o que o próprio Deus nos ensina em Sua Palavra. Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé” (Hc 2.4). “Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Rm 1.17).

“A doutrina da justificação somente pela fé em Cristo é o teste pelo qual descobrimos se uma igreja é fiel ou infiel, sadia ou enferma”. Martinho Lutero (1483-1546).

Rev. José Oliveira Filho

*Declarado Inocente, James Buchanan, Editora PES

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sábado, 29 de outubro de 2016

Salvos Mediante a Fé

Salvos Mediante a Fé  
“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9).

Amados irmãos, não são poucos os que distorcem o conceito de salvação ensinando que a justificação dos homens diante de Deus pode se processar por intermédio das boas obras. 

Com um pouco de dedicação e estudo da Sagrada Escritura podemos perceber com exatidão quão distante esse ensino está da verdade. Os homens são salvos pela graça de Deus, e isso se dá mediante a fé em Cristo Jesus. “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9). 

“A fé justificadora é uma graça salvífica, operada pelo Espírito e pela Palavra de Deus no coração do pecador, que sendo por esse meio convencido de seu pecado e miséria e da incapacidade tanto sua como das demais criaturas, para restaurar sua condição de perdido, não só aceita a verdade da promessa do Evangelho, mas recebe e descansa em Cristo e em sua justiça, que lhes são oferecidos no Evangelho para o perdão dos pecados, e para que a sua pessoa seja aceita e considerada justa diante de Deus, para a salvação” (CMW, 72). 

O processo inteiro de salvação é um ato gracioso de Deus. Os homens são inteiramente dependentes da graça de Deus para corresponderem com fé em Cristo Jesus e serem destinados à vida eterna (At 13.48). A prática das boas obras é consequência essencial naqueles que foram justificados segundo o beneplácito da vontade, do amor e da infinita misericórdia de Deus. Toda boa obra praticada por nós deve ser o reflexo da nossa gratidão Àquele que nos salvou. 

Não tenha dúvida, os salvos são justificados pela fé em Cristo Jesus, somente. “O justo viverá por fé” (Rm 1.17). Mas fé sem obras não é fé verdadeira. A fé sem obras é morta” (Tg 2.26). A fé justificadora nunca anda sozinha; ela sempre vem acompanhada de boas obras (Tg 2.22). “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Amém!

Rev. José Oliveira Filho

*Catecismo Maior de Westminster, questão 72, Editora Cultura Cristã.

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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Arrependimento: Mudança de Mente


Arrependimento: Mudança de Mente
“Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12.20,21).

Arrependimento para a vida só pode ser exercido pelo homem depois e em consequência de sua regeneração efetuada pelo Espírito Santo. Deus regenera; e nós, no exercício da nova e graciosa capacidade assim comunicada, nos arrependemos. O arrependimento é, como a fé, um dom de Deus a nós comunicado em virtude de Cristo, bem como um dever a nós imposto pelo próprio Senhor. “Foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus esta próximo; arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.14,15). 

A essência do arrependimento consiste em nossa real conversão de todo pecado para Deus. É aquele retorno prático ou "conversão" do pecado para Deus, que é a necessária consequência da regeneração. É um voluntário abandono do pecado como mau e odioso, com sincera tristeza, humilhação e confissão; e um regressar para Deus como nosso Pai reconciliado, no exercício da fé nos méritos e assistente graça de Cristo. Isso é caracterizado por “Mudança de Mente”, incluindo evidentemente, mudança de pensamento, sentimento, vontade e propósito, correspondendo ao nosso novo caráter como filhos de Deus. 

O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor; regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes; compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade; abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos. Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12.9-21). 

Amém!

Rev. José Rodrigues Filho

Confissão de Fé de Westminster Comentada – A.A.Hoge, Editora Os Puritanos

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terça-feira, 11 de outubro de 2016

Conversão: Fé e Arrependimento

Conversão: Fé e Arrependimento
“Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar” (Is 55.6,7).

Na regeneração Deus implanta em Seus eleitos uma nova natureza conduzindo-os a conversão. O termo conversão é empregado geralmente para exprimir os primeiros exercícios dessa nova natureza. É a suspensão de velhas formas de viver para o início de uma nova vida. Fé designa o primeiro ato da nova natureza e também o estado ou hábito permanente do espírito como a condição essencial de todas as demais graças. É a apreensão espiritual da verdade pela mente, e a aceitação leal da verdade pela vontade. Em termos gerais deve haver fé antes do arrependimento, porque, se não crermos em certas coisas acerca de Deus, elas não terão efeito sobre nós e sem isso não há arrependimento. Arrependimento é "pensar outra vez"; é um dom de Deus que resulta em mudança de mente que conduz a atividade, é o retorno à sensatez (2Tm 2.25). O sentido comum ligado à palavra arrependimento é muito semelhante ao sentido ligado ao termo conversão; mas em seu emprego elas diferem em algumas particularidades. Conversão é a palavra mais geral, é um volver-se para Deus, e é empregada para incluir o início dos exercícios da fé, bem como as primeiras experiências de vida com Deus, em justiça e santidade, que é a sua consequência. O termo arrependimento é mais específico, e exprime a aversão ao pecado e a renúncia a ele, e o regresso para Deus, que acompanham a fé como consequência dela. É o abandono voluntário do pecado como mau e odioso, com pesar, humilhação e confissão sinceras; é o retornar para Deus em fé, porque Ele é misericordioso e pronto a perdoar; junto com a determinação de, impulsionados por Sua graça, viver em obediência a Seus mandamentos. O ponto primeiro na conversão, em sua forma especial, a coisa principal em toda questão relacionada a salvação, é sermos conduzidos à correta relação com Deus - “ao arrependimento para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo (At 20.21); e para que isso aconteça os elementos arrependimento e fé são nessa ordem indispensáveis. “Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar” (Is 55.6,7). Medita nestas coisas!

Rev. José Oliveira Filho

Esboços de Teologia – A.A.Hodge, Editora PES

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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Do Arrependimento para a Vida

Do Arrependimento para a Vida
“E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois arrependido, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?” (Mt 21.28-31).

Nós somos conduzidos pelo arrependimento à mudança de mente e conduta. No arrependimento verdadeiro há um sentimento de culpa e uma apreensão da misericórdia de Deus. Inclui um abatimento de alma, como também aversão ao pecado, e um esforço persistente no sentido de levar uma nova vida, de santa obediência. A iluminação espiritual e a renovação dos afetos que são efetuadas na regeneração levam o crente a ver e a apreciar a santidade de Deus revelada tanto na Lei como no Evangelho, e também perceber e sentir nessa luz a extrema culpabilidade de todo pecado e a inteira corrupção pecaminosa da sua natureza, como esta na verdade é. O arrependimento para a vida consiste em mortificação, em morrer para o pecado; em vivificação, um viver para Deus; em contrição, ou pesar pelo pecado; em fé no evangelho, ou absolvição. O arrependimento é um gracioso dom de Deus. Não obstante, é de tal necessidade, a todos os pecadores, que ninguém pode esperar perdão sem ele. O arrependimento se dá na sequência natural e instantânea da regeneração. Ele também envolve um elemento de fé em Cristo Jesus, para a justificação. Aquele que se arrepende, também crê. Aquele que não se arrepende, também não crê. Aquele que não crê, também não é justificado. O arrependimento, como a fé, é um dever tanto quanto uma graça, e os ministros de Deus são concitados a proclamá-lo como essencial ao perdão. “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito de graça e de súplicas, olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito” (Zc 12.10). “Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. Ouvindo eles estas  coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos: Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar” (At 2.36-39). Que Deus te conceda o arrependimento para a vida. Amém!

Rev. José Oliveira Filho

*Confissão de Fé de Westminster Comentada - A.A.Hodge, Editora Os Puritanos.
*Esboços de Teologia - A.A.Hodge, Editora PES.

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil no Champagnat
Rua Desembargador Otávio do Amaral, 885 – Curitiba/PR
(41) 3023-5896

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Deus Ordena aos Homens que Creiam

Deus Ordena aos Homens que Creiam
“Declarai e apresentai as vossas razões. Que tomem conselho uns com os outros. Quem fez ouvir isto desde a antiguidade? Quem desde aquele tempo o anunciou? Porventura, não o fiz eu, o SENHOR? Pois não há outro Deus, senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim. Olhai para mim e sede salvos” (Is 45.21,22).

A ninguém jamais se ordena que creia naquilo que não lhes foi revelado, ou pela luz da natureza, ou pela Palavra inspirada. “Os atributos invisíveis de Deus, assim como seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato” (Rm 1.20-21). A ninguém jamais se ordena que creia numa verdade meramente especulativa. As verdades da religião apoiam-se no testemunho de Deus. Este é reforçado por provas morais, e a fé nessas verdades envolve conhecimento moral e espiritual delas e satisfação nelas. Provas morais só podem ser devidamente apreciadas por quem possui sensibilidade moral; e a insensibilidade moral que leva à cegueira quanto à distinção entre o bem e o mal, é ela mesma um estado de depravação externa. As Escrituras, pois, luminosas pela sua própria luz evidencial, apresentam a verdade a todos a quem chega o seu conhecimento, e exigem que eles aceitem a verdade ao receberem o testemunho de Deus. Se alguém sentir que a evidência não é conclusiva pra ele, a causa não pode deixar de ser a cegueira pecaminosa do seu espírito. Por isso o Senhor Jesus Cristo diz: “Não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo 5.40). E a incredulidade é sempre lançada à culpa do “coração mau”. “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado” (Hb 3.12). Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a voz do Bom Pastor, não endureçais o vosso coração. Medita nestas coisas!

Rev. José Oliveira Filho

*Esboços de Teologia, A.A.Hodge, Editora PES

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil no Champagnat
Rua Desembargador Otávio do Amaral, 885 – Curitiba/PR
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