SENHOR, até quando?
“Tem compaixão de mim, SENHOR, porque eu me sinto debilitado; sara-me, SENHOR, porque os meus ossos estão
abalados. Também a minha alma está profundamente perturbada; mas tu, SENHOR, até quando? Volta-te, SENHOR, e livra minha alma; salva-me em consideração
por tua misericórdia” (Sl 6.2-4).
Mas tu, SENHOR, até quando? Há quem, para completar esta sentença, a complemente com as
palavras: me afligirás? ou: continuarás a castigar-me? Outros
leem: Até quando adiarás tua
misericórdia? Mas o que está declarado no versículo seguinte mostra que
este segundo sentido é o mais provável, pois ali Davi ora para que o Senhor o
considerasse com olhos de graça e compaixão. Ele, pois, se queixa de Deus se
haver esquecido dele, ou que não tinha por ele nenhuma consideração, assim como
aparentemente Deus se mantém afastado de nós sempre que sua assistência ou
graça realmente não se manifesta em nosso favor. Deus, em sua compaixão para
conosco, permite que oremos para que se apresse em socorrer-nos; mas quando nos
queixamos abertamente de sua muita delonga, visando a que nossas orações ou
nosso sofrimento, por essa conta, não vão além dos limites, devemos submeter
nosso caso inteiramente à sua vontade, e não querer que ele se apresse mais do
que lhe apraz.
Volta-te, SENHOR. O salmista deplorou
a ausência de Deus; e agora ele ansiosamente solicita as indicações de sua
presença; pois nossa felicidade consiste nisto: que somos alvos da consideração
divina, porém cremos que ele se encontra alienado de nós caso não nos apresente
alguma evidência substancial de seu cuidado por nós. Que Davi, naquele tempo,
enfrentava risco máximo, deduzimos dessas palavras, nas quais ele ora tanto
pelo livramento de sua alma, por assim dizer, das guelras da morte, quanto por
sua restauração a um estado de segurança. Todavia, não se faz qualquer menção
de alguma enfermidade física; e, portanto, não faço ideia alguma sobre a
natureza de sua aflição. Davi, uma vez mais, confirma o que só tocara no
segundo versículo concernente à
misericórdia de Deus, isto é, que este é o único refúgio donde espera
vir seu livramento, a saber: salva-me
em consideração por tua misericórdia. Os homens jamais encontrarão um
antídoto para suas misérias, enquanto, esquecendo-se de seus próprios méritos,
diante do fato de que são os únicos a enganar a si próprios, não aprenderem a
recorrer à misericórdia gratuita de Deus.
Deus nos abençoe!
*Comentário do Livro dos Salmos, Edições Paracletos.
*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.
(41)3242-8375
Nenhum comentário:
Postar um comentário