“AJUSTE DE CONTAS”
“Depois de muito tempo, voltou o senhor
daqueles servos e ajustou contas com eles” (Mt 25.19).
A parábola dos talentos é semelhante a parábola das dez virgens. Ambas
nos direcionam para o mesmo e importante acontecimento, a segunda vinda de
Jesus Cristo. Ambas nos remetem aos membros da igreja professa de Cristo. As
virgens e os servos representam um só e o mesmo povo, mas este povo considerado
de um ângulo diferente, sendo retratados diferentes aspectos de sua atuação. A
lição prática de cada parábola é o principal ponto de diferença. A vigilância é
a nota chave da parábola das dez virgens, e a diligência é a ênfase da parábola
dos talentos. A história sobre as virgens exorta a igreja a vigiar; a história
sobre os talentos conclama a igreja a trabalhar, ao cuidado aplicado na
execução de sua tarefa.
Um dos ensinos da parábola dos talentos é que todos os que se professam
cristãos um dia haverão de prestar contas a Deus. A parábola nos diz que,
“depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com
eles”.
Há um julgamento à espera de cada um de nós. Se não há julgamento, as
palavras da Bíblia não têm qualquer significado ou importância. Negá-lo é
tratar com leviandade as Escrituras. Há um julgamento que nos aguarda, de
acordo com nossas obras, e será seguro, estrito e inevitável. Importantes ou
não, ricos ou pobres, eruditos ou incultos, todos teremos de comparecer diante
do tribunal de Deus e receber nossa sentença eterna. Não haverá escapatória.
Esconder-se será impossível. Nós e Deus haveremos enfim de nos encontrar face a
face. Teremos de prestar contas de cada privilégio que nos foi concedido, e de
cada bênção desfrutada. Descobriremos, por fim, que somos tratados como
criaturas responsáveis que terão que prestar contas de tudo que recebeu do bondoso e gracioso Deus. “Quem é, pois, o servo fiel e
prudente, a quem o senhor confiou os seus conservos para dar-lhes o sustento a
seu tempo?” (Mt 24.45).
“Os que forem sábios, pois, resplandecerão
como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as
estrelas, sempre e eternamente” (Dn 12.3).
Deus nos abençoe!
J.C.Ryle (1816-1900).
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