“BEM-AVENTURADOS
OS HUMILDES DE ESPÍRITO”
“Bem-aventurados
os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.3).
* Introdução
Temos neste
capítulo cinco do evangelho de Mateus, o início do que usualmente chamamos de
“Sermão do Monte”. Cada palavra dita pelo nosso Senhor Jesus deve ser, por
todos nós, reputada como preciosa. É a pregação do nosso supremo Pastor e
Mestre.
Neste sermão
podemos perceber que o nosso “Bom Pastor” é o tipo de pessoa que devemos ser.
Aqui temos o modelo de caráter aprovado por Deus, e este deve ser nosso alvo.
Se pretedemos saber qual a conduta e os hábitos mentais que devemos cultivar
como cristãos, meditemos com frequência no “Sermão do Monte”. Nele estão as
características daqueles que o nosso Senhor Jesus chamou de “Bem-aventurados”.
1 – Considere a primeira dessas características.
O nosso Senhor
disse: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos
céus”. Esta é sem dúvida uma referência aos modestos quanto ao seu
autoconceito. O nosso Senhor apontava para os que estão profundamente convictos
da sua condição de pecadores. São os “pobres de espírito”, os carentes, os
necessitados, os dependentes do Salvador. São aqueles que entenderam a
advertência do profeta Isaías 5.21, “Ai dos que são sábios a seus próprios
olhos e prudentes em seu próprio conceito”.
2 – Dê atenção aos textos bíblicos que revelam a importância da “humildade de
espírito”.
1. “O temor do SENHOR é a instrução da
sabedoria, e a humildade precede a honra” (Pv 15.33).
2 “Melhor é ser humilde de espírito
com os humildes do que repartir o despojo com os soberbos” (Pv 16.19).
3. “Antes da ruína, gaba-se o coração do homem, e diante
da honra vai a humildade” (Pv 18.12).
4. “A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de
espírito obterá honra” (Pv 29.23).
5. “Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que
o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes
humildemente com o teu Deus” (Mq 6.8).
6. “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que
andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e
mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da
paz” (Ef 4.1-3).
7. “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por
humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo” (Fp 2.3).
8. “... no trato de uns com os outros, cingi-vos todos
de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a
sua graça” (1Pe 5.5).
3 – Medite na pastoral “O Pastor Aprovado” – Richard Baxter (1615-1691).
A necessidade de humilhar-nos a nós mesmos constitui o
âmago do evangelho. A obra da graça só é iniciada e sustentada pelo exercício
da humildade. É parte essencial da nova criatura. É contradição ser nascido de
Deus, nascido do Espírito, ser um verdadeiro cristão e não ser “humilde de
espírito”.
Todo aquele que pretende ser discípulo de Cristo, deve
vir a Ele para aprender. E a primeira lição é esta: “Seja humilde de espírito”.
Quantos preceitos e quantos exemplos admiráveis o nosso
Mestre nos deu com este propósito. Podemos imaginar outra coisa que não seja a
humildade quando o vemos deliberadamente lavando os pés dos seus discípulos?
(Jo 13.12-17).
Do que nos orgulhamos? Dos nossos corpos? Não são eles
como os dos animais que voltam ao pó da terra?
Orgulhamo-nos das nossas graças ou bênçãos recebidas?
Ora, quanto mais nos orgulhamos delas, menos orgulhosos devemos ser.
Orgulhamo-nos da nossa cultura, do nosso conhecimento? Nós devemos compreender que, se temos algum
conhecimento, deveria humilhar-nos o fato de sabermos tão pouco. E, se sabemos
mais que outros, certamente temos maiores motivos para sermos mais humildes do
que eles.
* Conclusão
Como líderes a nossa real ocupação deve consistir em
ensinar ao nosso povo a lição da “humildade de espirito”; em mostrar como não
nos fica bem orgulhar-nos de nós mesmos. Portanto, devemos estudar a humildade
e ensiná-la, bem como possuí-la e praticá-la.
Um bom exemplo de humildade que podemos encontrar nas
Escrituras está em José do Egito (Gn 37-50). A forma como ele tratou dos irmãos
que agiram maldosamente contra ele; a consciência que ele teve das ações
soberanas de Deus cuidando de tudo; e, que os dons que ele possuía eram dádivas
do Senhor.
“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação
o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo,
tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si
mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” (Fp
2.5-8).
Deus nos abençoe!
Pr. José Rodrigues Filho
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