“Futuro Cheio de Esperança”
“Toekomst vol van hoop”
“Futuro Cheio de Esperança”
“Toekomst vol van hoop”
“Por isso, pondo de parte os princípios elementares da doutrina de
Cristo, deixemo-nos levar para o que é perfeito, não lançando, de novo, a base
do arrependimento de obras mortas e da fé em Deus” (Hb 6.1).
Vemos neste versículo que o apóstolo faz referência a arrependimento e fé, dois elementos sobre os quais se radica toda a perfeição do evangelho. Que outro mandamento Cristo dá a seus apóstolos senão que pregassem arrependimento e fé? Portanto, quando Paulo quer testificar que desempenhara fielmente sua função, ele adiciona sua preocupação e diligência em inculcar estes dois elementos (At 20.20,21). Parece absurdo, pois que o apóstolo tenha ordenado que se pusesse de parte o arrependimento e a fé, nos quais é mister que prossigamos ao longo de todo o curso de nossa vida. Quando, porém, ele adiciona de obras mortas, ele indica que está referindo-se ao ato inicial de arrependimento. Ainda que todo pecado é uma obra morta, seja porque ele opera a morte ou porque provenha ele da morte espiritual da alma, todavia dos crentes, que já nasceram de novo pelo poder do Espírito de Deus, não se pode propriamente dizer que se arrependam de obras mortas. Certamente que a regeneração não está ainda completa neles, mas em razão de a semente da nova vida se achar implantada neles, por pequena que seja, pode dizer-se que não são mais considerados mortos diante de Deus.
O apóstolo, portanto, não está contemplando todo o arrependimento em
geral, cuja prática deve prosseguir ativamente até ao fim, senão que se
preocupa com o princípio do arrependimento, por meio do qual os que foram
recentemente, e deveras só agora pela primeira vez, convertidos à fé começam
sua nova vida. Da mesma forma, a palavra fé
significa o breve sumário do ensino religioso que é comumente denominado os Artigos de Fé.
Deus nos abençoe!
João Calvino (1509-1564).
“JESUS, LEMBRA-TE DE MIM”
“Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também. Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.39-43). Amém!
Deus nos abençoe!
Pr. José Rodrigues Filho
“Para aquele que está entre os vivos há esperança” (Ec 9.4).
Deus tem falado conosco por sua Palavra e por seu Espírito e, de forma
providencial, livrando-nos de todo o mal (Mt 6.13).
Sendo agraciados por Deus tornando-nos sensíveis ao que Ele tem a nos dizer, aceitamos humildemente que não somos o que
deveríamos ser. Ao mesmo tempo em
que sentimos tristeza por tomar consciência do nosso estado vil, outro
sentimento surge incentivando-nos à vida que glorifica a Deus. E, numa espécie de súbito vislumbre, vemos que a vida que Deus tem para os seus filhos é feliz, abundante, gloriosa (Jo 10.10).
Compreendendo as Escrituras discernimos a voz do Espírito, anelamos pela vida em abundância, decidimos ser santos e fiéis, derramamos lágrimas, sentimos ao
mesmo tempo tristeza e alegria. É a bondade de Deus nos conduzindo ao
arrependimento. Tudo se fez novo! “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova
criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5.17).
Todos os que foram misericordiosamente visitados por Deus sabem o que estamos
considerando, entenderam o sentido de tão maravilhosa e graciosa experiência. É Deus
nos chamando da morte para a vida, do pecado para a libertação, das trevas para
a luz. É o nosso Pai celestial nos enviando uma mensagem de perdão, nos
chamando de volta para Ele. É o Espírito Santo lutando com a nossa alma,
exortando-nos a seguirmos o Caminho, e a Verdade e a Vida, Jesus Cristo (Jo 14.6).
Deus nos abençoe!
Pr. José Rodrigues Filho
“DEUS
CONOSCO”
“Eis que a virgem conceberá e dará à luz
um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus
conosco)” (Mt 1.23).
As comemorações no período natalino têm o seu legítimo valor quando
direciona a nossa atenção para o Senhor Jesus Cristo. A data exata em que
ocorreu o nascimento de Jesus é irrelevante. O que importa é o próprio
acontecimento que mudou todo o curso da história da humanidade.
Como em nenhum outro ensino, a Pessoa em
questão não é somente central, mas absolutamente essencial. Sabemos que na
história da humanidade existem muitos ensinamentos ligados a uma variedade de
religiões, muitos dos quais associados a nomes de homens, em particular. Mas
esses homens não são essenciais aos seus seguidores, pois seus ensinos poderiam
ser transmitidos com igual eficácia por outras pessoas. Afirmar isso não é
diminuir a importância desses personagens, mas significa que eles não são
vitais, pois o ensino é o que importa. No entanto, na religião cristã é a
Pessoa em si que importa.
A visão que temos de Jesus Cristo determinará
a visão que temos do Natal, da fé cristã, da salvação e do próprio mundo. Nada
é mais importante do que conhecer exatamente o que a Bíblia diz a respeito do
Ungido de Deus. A questão fundamental relacionada à vida que está diante de
todos nós foi proposta pelo próprio Senhor: “Que pensais vós do Cristo?” (Mt
22.42).
Não são poucos os que que dizem ser Jesus
apenas um homem especial, e nada mais. Mas, pela graça de Deus, iluminados pelo
Espírito Santo, há muitos que compreendem e proclamam que Jesus é o
Cristo, o Filho do Deus vivo, a Imagem do Deus invisível, a segunda Pessoa da
Trindade Santa, o Primogênito de toda a criação, o Príncipe da Paz, o Senhor e
Salvador. Ele é Deus conosco!
Deus nos abençoe!
Pr. José Rodrigues Filho
*Grandes Doutrinas Bíblicas - D.Martyn Lloyd-Jones
*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil no bairro Fazendinha/Curitiba.
Rua Elias Karan, 150.
“Um dos malfeitores crucificados blasfemava
contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também. Respondendo-lhe, porém, o
outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual
sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os
nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te
de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que
hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.39-43).
A salvação de um dos malfeitores crucificados no Calvário, ao lado do nosso Senhor Jesus, ocorreu numa hora quando, exteriormente, parecia que tudo estava perdido. Não obstante a tantos obstáculos e dificuldades, aquele homem apreendeu a condição de Salvador e o Senhorio de Cristo. Qual a explicação para isso? Sem duvida, houve uma intervenção divina agraciando aquele homem com a bênção da regeneração, conduzindo-o à conversão - ao arrependimento e fé.
No ato da regeneração, o Espírito Santo implanta um novo princípio,
hábito ou tendência espiritual nas inclinações da alma, os quais, sendo
subsequentemente nutridos e dirigidos pelo Espírito, libertam o homem de sua
natural escravidão sob o pecado e o capacita com prevalecência a querer
espontaneamente aquilo que é espiritualmente bom.
Na conversão, a alma propriamente dita, imediatamente age sob a direção
desse novo princípio em voltar-se do pecado para Deus através de Cristo. É
evidente que a implantação desse gracioso princípio é diferente do exercício
desse princípio, e que fazer uma pessoa voluntária é diferente de agir ela
voluntariamente, O primeiro é um ato exclusivo de Deus, o segundo é um ato consequente
do homem, e depende da assistência contínua do Espírito Santo.
“Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9).
“O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e
crede no evangelho” (Mt 1.15).
“Tu, ó homem, pensas que te livrarás do juízo de Deus? Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?” (Rm 2.3,4).
Deus nos abençoe!
Pr. José Rodrigues Filho
“A PARÁBOLA DA GRANDE CEIA” - II
“Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos” (Lc 14.21).
Vemos ainda nesta parábola, Deus chamando outros homens para a grande ceia, garantindo a aceitação do Evangelho e a graça especial revelada em Jesus Cristo. Quando os primeiros convidados recusaram vir, “voltando o servo, tudo contou ao seu senhor. Então, irado, o dono da casa disse ao seu servo: Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos. Depois, lhe disse o servo: Senhor, feito está como mandaste, e ainda há lugar. Respondeu-lhe o senhor: Sai pelos caminhos e atalhos e obriga a todos a entrar, para que fique cheia a minha casa. Porque vos declaro que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia” (Lc 14.21-24).
Há quem rejeite o convite e a bênção da salvação oferecidos por meio de Jesus Cristo. Mas Deus, no exercício de sua longanimidade e misericórdia, chamará outros “para que fique cheia a sua casa”. Ele usará o poder constrangedor do seu infinito amor para eficazmente atrair todos aqueles que foram predestinados para a vida (Rm 8.30).
No capítulo X
da Confissão de Fé de Westminster, seções I e II – “Da Vocação Eficaz” –, temos
o seguinte:
“Todos aqueles
a quem Deus predestinou para a vida, e somente esses, aprouve a Deus, no tempo
por Ele determinado e aceito, chamar eficazmente, por sua palavra e por seu
Espírito, daquele estado de pecado e de morte, em que estão por natureza, à
graça e a salvação por meio de Jesus Cristo; iluminando suas mentes espiritual e
salvificamente para entenderem as coisas de Deus; removendo seus corações de
pedra e dando-lhes um coração de carne; renovando sua vontade e, por seu
infinito poder, determinando-lhes o que é bom, e eficazmente atraindo-os a
Jesus Cristo, mas de tal forma que eles vêm mui livremente, sendo para isso
dispostos por sua graça”.
“Esta vocação
eficaz provém unicamente da livre e especial graça de Deus e não de coisa
alguma prevista no homem, nesta vocação ele é totalmente passivo, até que,
vivificado e renovado pelo Espírito Santo, seja desse modo capacitado a
responder a esta vocação e a abraçar a graça oferecida e comunicada nela”.
Deus nos
abençoe!
Pr. José
Rodrigues Filho
“Bem-aventurado aquele que comer pão no reino de Deus. Ele, porém, respondeu: Certo homem deu uma grande ceia e convidou muitos” (Lc 14.15,16).
A parábola da grande ceia foi contada por nosso Senhor Jesus em resposta a declaração de um homem que estava com Ele à mesa, na casa de um fariseu. O homem disse: “Bem-aventurado aquele que comer pão no reino de Deus”. Não sabemos com exatidão quem era o homem e qual o objetivo dessa declaração. É bem provável que este homem presumia pertencer à classe dos bem-aventurados. Jesus aproveitou a ocasião para lembrá-lo, bem como a todos os outros ouvintes, que o reino de Deus pode ser ofertado aos homens e, mesmo assim, ser rejeitado, com consequências eternas (Lc 14.24).
Nisto consiste o Evangelho: nEle há o suprimento completo de tudo que os homens precisam para serem salvos. Perdão para os pecados, justificação, paz com Deus, santificação e glorificação. Estas são preciosas provisões que Deus preparou para atender as necessidades de nossa alma (Jo 6.35). E, mesmo assim, há os que recebem o gracioso convite do Evangelho e recusam aceitá-lo. Não são poucos os que apresentam desculpas triviais escusando-se do convite. O nosso Senhor já havia dito: “Não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo 5.40).
Esta parábola
contém uma ilustração vívida da resposta que o Evangelho está constantemente
recebendo. A grande maioria está fazendo exatamente aquilo que a parábola
descreve. São convidados para vir a Cristo, mas não querem vir. Sabemos que não
é a ignorância em relação ao cristianismo que tem arruinado a humanidade caída;
é o amor e o apego às coisas deste mundo. “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as
trevas do que a luz” (Jo 3.19).
Deus nos abençoe!
Pr. José Rodrigues Filho
“O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo” (Lc 18.11).
Certa vez Jesus contou uma parábola a alguns homens que
confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros:
“O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças
te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros,
nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de
tudo quanto ganho” (Lc 18.11,12).
Nesta parábola vemos exposto o homem dissimulado; que parece ser, mas não é, que não demonstra a verdade sobre si mesmo, enganado pelo próprio coração, insensível ao pecado, sem sentimento de culpa, sem nenhuma súplica por misericórdia. Este homem apresenta um coração alimentado pela falsa declaração de seus supostos méritos diante de Deus, acompanhada por um sinistro julgamento sobre o comportamento dos outros.
O estado mais perigoso de uma alma é quando ela está tomada pelo orgulho e presunção, completamente destituída de humildade e insensível a sua própria realidade. “O seu coração enganado o iludiu, de maneira que não pode livrar a sua alma” (Is 44.20). “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr 17.9)..
Deus nos abençoe!
Pr. José Rodrigues Filho
“SENHOR, livra-me dos lábios mentirosos, da língua enganadora” (Sl 120.2).
Somos cristãos,
admitimos o dom divino da palavra como um instrumento da verdade; e como filhos
da verdade rejeitamos todo e qualquer tipo de mentira. Encaramos a mentira
como o uso condenável do dom divino da palavra que fora concedido ao homem para
transmitir o pleno conhecimento da verdade aos seus semelhantes e não para
enganá-los.
Vamos dar a
devida atenção ao que
Deus diz em sua Palavra, nela somos exortados quanto às implicações, perigos e males causados pelo engano e prática da mentira.
“Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de
falsidade cada um com o seu próximo; nem jurareis falso pelo meu nome, pois profanaríeis o nome do
vosso Deus. Eu sou o SENHOR” (Lv 19.11,12).
“Os lábios mentirosos são abomináveis ao SENHOR,
mas os que agem fielmente são o seu prazer” (Pv 12.22).
“Não mintais uns aos outros, uma vez que vos
despistes do velho homem com os seus feitos e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno
conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.9,10).
“Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos
abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a
todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e
enxofre, a saber, a segunda morte” (Ap 21.8).
Deus nos abençoe!
Pr. José
Rodrigues
“Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os precipitarás na destruição” (Sl 73.18).
O salmista, passando em revista seus conflitos, começa, se pudermos usar
tal expressão, sentindo-se um novo homem; e fala com mente tranquila e
compassada, sendo, por assim
dizer, elevado a uma torre
de vigia, donde obtém uma clara e distinta visão das coisas que antes
lhe eram ocultas. A resolução do profeta Habacuque era de assumir tal posição,
e, por seu exemplo, ele nos prescreve isso como um antídoto em meio às
tribulações - “Pôr-me-ei em minha guarda”, diz ele, “e pôr-me-ei sobre a torre”
(Hc 2.1).
O salmista, pois, mostra quanta vantagem se pode derivar do acesso a
Deus. Agora vejo, diz ele, como procedes em tua providência; pois, embora os
ímpios continuem estáveis por um breve tempo, contudo estão, por assim dizer, empoleirados
em lugares escorregadios, a fim de caírem antes que sejam precipitados na
destruição. Ambos os verbos deste versículo estão no pretérito; mas o primeiro,
os puseste em lugares escorregadios,
deve ser entendido no tempo presente, como se houvesse dito: Deus, por um breve
período, os põe em lugares altos, e, quando caem, sua queda pode ser
extremamente pesada. É verdade que essa parece ser a porção tanto dos justos quanto
dos ímpios; pois tudo neste mundo é escorregadio, incerto e mutável. Visto, porém, que os crentes dependem do céu,
ou, melhor, visto que o poder de Deus é o fundamento sobre o qual descansam,
não se afirma deles que são postos em lugares escorregadios, não obstante a
fragilidade e incerteza que caracterizam sua condição neste mundo. Que embora
tremam ou mesmo caiam, o Senhor tem sua mão sob eles para sustê-los e
fortalecê-los quando tremerem, e erguê-los quando estiverem prostrados.
A incerteza da condição dos ímpios, ou, como ele aqui o expressa, sua
condição escorregadia, procede disto: que eles sentem prazer em contemplar seu
próprio poder e grandeza, e se admiram por essa conta, tal como uma pessoa que
teria de caminhar ociosamente sobre o gelo; e assim, por sua enfatuada
presunção, se preparam para cair de ponta cabeça. Não devemos delinear em nossa
imaginação a roda da fortuna, a qual, quando gira, enreda todas as coisas em
total confusão; devemos, porém, admitir a verdade em relação à qual o profeta
aqui chama a atenção, e a qual ele nos diz se faz conhecida de todos os santos
no santuário, ou, seja, que há uma secreta e divina providência que administra
todas as atividades do mundo.
Deus nos abençoe!
João Calvino (1509-1564).
"Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, de toda a
tua alma, e de toda a tua força" (Dt 6.5).
A religião requerida por Deus não consiste em desejos fracos, opacos e
sem vida, elevando-nos somente um pouco acima da apatia. Em Sua Palavra, Deus
insiste muito que sejamos sérios, espiritualmente dinâmicos e que nossos
corações se envolvam vigorosamente no cristianismo. Esse envolvimento vivo,
vigoroso do coração na verdadeira religião é o resultado da circuncisão
espiritual, ou regeneração, a que pertencem as promessas de vida. "O
SENHOR teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência,
para amares ao SENHOR teu Deus de todo o coração e de toda a tua alma, para que
vivas" (Dt 30.6).
Se não formos sérios no nosso cristianismo, e nossas vontades não forem
vigorosamente ativas, nada somos. Realidades espirituais são tão imensas, que
nossos corações não respondem adequadamente a elas, a menos que ajam dinâmica e
poderosamente. O exercício de nossa vontade não é tão necessário em nada mais
quanto é nas coisas espirituais; em nenhuma outra coisa a indiferença é tão
odiosa. A verdadeira religião é poderosa, e seu poder aparece primeiramente no
coração. É por isso que as Escrituras chamam a verdadeira religião "o
poder da piedade", distinguindo-a da aparência exterior que é somente sua
forma - "tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder"
(2Tm 3.5).
O Espírito Santo é o Espírito de poderosa e santa emoção, nos
verdadeiros cristãos. E por isso que as Escrituras dizem que Deus nos deu um
espírito "de poder, de amor e de moderação" (2Tm 1.5). Quando
recebemos o Espírito Santo, dizem as Escrituras que somos batizados "com o
Espírito Santo e com fogo". Esse "fogo" representa as santas
emoções que o Espírito produz em nós, de modo que "nos ardia o
coração" (Mt 3.11; Lc 24.32).
Deus, que nos criou, não só nos deu emoções, porém fê-las a própria
causa de nossas ações. Não tomamos decisões ou agimos, exceto se o amor, o
ódio, o desejo, o medo ou alguma outra emoção, nos influenciar. Isso se aplica
tanto a assuntos seculares como aos espirituais. É por isso que muitas pessoas
ouvem a Palavra de Deus falando-lhes sobre coisas infinitamente importantes -
sobre Deus e Cristo, pecado e salvação, céu e inferno - e ainda assim não há
mudança em sua atitude ou comportamento. A razão é simples: o que ouvem, não as
afeta. Não toca suas emoções. De fato, proclamo ousadamente que nenhuma verdade
espiritual jamais mudou a atitude ou a conduta de alguém, a não ser que tenha
despertado suas emoções. Nenhum pecador jamais desejou ardentemente pela
salvação, nenhum cristão jamais acordou do frio espiritual, a não ser que a
verdade tenha afetado o seu coração. Esta é a medida da importância das
emoções!
Deus nos abençoe!
Jonathan Edwards (1703-1758).
*A Genuína
Experiência Espiritual, Editora PES.
*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil no bairro Fazendinha/Curitiba.
“Por isso, também pode salvar totalmente os que por
ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7.25).
Está escrito: “É por eles que eu rogo; não rogo pelo
mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus” (Jo 17.9). Este cuidado, esta
intercessão especial do Senhor Jesus, é um dos grandes segredos da perseverança
e segurança dos santos. “Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este,
santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que
os céus. Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a
Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7.25,26).
Se nós estamos firmes na fé, não é por causa da nossa
própria força e responsabilidade, mas porque temos um intercessor Poderoso, Santo
e Fiel. Quando Pedro caiu negando o nosso Senhor, mas posteriormente experimentando
um profundo arrependimento e restauração, a razão para isso está nas palavras
de Cristo: “Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça” (Lc
22.32).
Podemos descansar nesta verdade. A intercessão de Cristo
é suficiente para nos proteger deste mundo mal e nos fortalecer em nossas lutas
contra todo o império e poder das trevas. Porém, este descanso não nos exime de observarmos
cuidadosamente o que está escrito em Efésios 6.10-12. “Sede fortalecidos no
Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para
poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é
contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os
dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas
regiões celestes”.
CFW.XVII.i,ii
- “Da Perseverança dos Santos”.
“Aqueles a
quem Deus aceitou em seu Amado, eficazmente chamados e santificados por seu
Espírito, não podem decair do estado de graça, nem total, nem finalmente; mas,
com toda certeza perseverarão nesse estado até ao fim e serão eternamente
salvos”.
“Esta
perseverança dos santos depende, não de seu próprio livre arbítrio, mas da imutabilidade
do decreto da eleição, procedente do livre e imutável amor de Deus Pai, da
eficácia do mérito e intercessão de Jesus Cristo; da habitação do Espírito e da
semente divina neles; e da natureza do pacto da graça; e de tudo que gera sua
exatidão e infalibilidade”.
Deus nos
abençoe!
Pr. José
Rodrigues Filho
“É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me
deste, porque são teus” (Jo 17.9).
No versículo nove, Jesus diz algo dos discípulos que os coloca numa
posição diferenciada do mundo incrédulo. Cristo intercede por eles de forma
especial. Ele disse: “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por
aqueles que me deste, porque são teus”. O ensino contido aqui pode ser, e é
muitas vezes mal interpretado por aqueles que têm despertado dentro de si sentimentos
de rancor ao anunciar ou ouvir que Deus estabeleceu e notou determinada diferença
entre os homens. Todos nós concordamos que Deus nunca utilizou de igual
complacência e favor ao lidar com o bem e o mal, com o justo e o perverso, com
a santidade e a impiedade, com a justiça e a injustiça (Gn 6.1-9; Gn 18.16-33).
Portanto, na intercessão de Cristo em favor dos seus discípulos há harmonia e bom
senso. “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo”. Os discípulos seriam odiados
pelo mundo, rejeitados, perseguidos, maltratados e mortos por causa de Cristo e
do seu evangelho. “Mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso
tributar culto a Deus” (João 16.2,3).
Naturalmente, assim como outras verdades, essa também requer um
esclarecimento mais adequado. É verdade que Deus ama todos os pecadores e os chama
à salvação; entretanto, também é verdade que Ele ama de maneira especial todos aqueles
que em Cristo Jesus foram colocados em um novo estado, numa nova posição. Estes
foram transportados das trevas para a luz, estes são aqueles lavados no sangue
do Cordeiro, estes são os escolhidos, chamados eficazmente, justificados
mediante a fé em Cristo e glorificados pelo poder de Deus (Rm 8.30).
É verdade que a redenção em Cristo Jesus é suficiente para todo o mundo,
que ela é oferecida gratuitamente a todos os homens; mas também é verdade que
essa redenção é eficaz somente para aqueles que creem. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a
vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse
o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado;
o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de
Deus” (Jo 3.16-18).
Deus nos abençoe!
Pr. José Rodrigues Filho