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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

“ABEL, JUSTIFICADO MEDIANTE A FÉ”


“ABEL, JUSTIFICADO MEDIANTE A FÉ”

“Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas” (Hb 11.4).

O escritor da epístola aos Hebreus irá mostrar agora que, por mais excelentes fossem as obras dos santos, elas derivam da fé seu valor, sua dignidade e tudo quanto de excelência porventura possuíssem. Desse fato segue-se, como ele mesmo já disse, que os pais só agradaram a Deus porque tinham fé. Ele, aqui, está falando de fé num duplo sentido. Primeiramente, por causa de sua obediência, visto que ela não intenta nem empreende nada exceto pela expressa Palavra de Deus; e então, porque ela descansa nas promessas de Deus, e assim granjeia mérito e dignidade para suas obras pela absoluta graça de Deus.

O apóstolo diz, antes de tudo, que o sacrifício de Abel foi mais aceitável do que o de seu irmão tão-somente porque foi santificado pela fé. A Escritura mostra nitidamente por que Deus se agradara de seu sacrifício. Eis as palavras de Moisés: “Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua oferta” (Gn 4.4), à luz das quais podemos prontamente concluir que seu sacrifício agradou a Deus em virtude de ele mesmo ser agradável a Deus. De que outra fonte veio seu agradável caráter senão do fato de que possuía um coração purificado pela fé?

“Testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas”, confirma o que já foi dito, ou seja, que de nós não procede nenhuma obra agradável a Deus, enquanto nós mesmos não formos recebidos em seu favor, ou (falando mais sucintamente) nenhuma obra é considerada justa diante de Deus, a não ser aquelas que procedem de um homem justo. Deus deu testemunho acerca das ofertas de Abel, porque ele recebeu a honra de ser considerado justo diante de Deus.

Esta doutrina deve ser cuidadosamente observada em virtude de não sermos facilmente persuadidos dela. Sempre que se nota alguma coisa gloriosa numa obra, imediatamente somos arrebatados pela admiração, e então concluímos que ela não pode ser desaprovada por Deus sem que ele cometa injustiça. Deus, porém, que olha só para a pureza interior do coração, não leva em conta os disfarces externos das obras. Devemos apreender, portanto: nenhuma obra boa pode proceder de nós, sem que antes sejamos justificados diante de Deus.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.

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