“PROVIDÊNCIA DE DEUS E PERMISSÃO DE ATOS PECAMINOSOS”
“Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós” (Gn 45.5).
“O onipotente poder, a imutável sabedoria e a infinita bondade de Deus,
de tal maneira se manifestam em sua providência, que se estende até mesmo à
primeira queda e a todos os demais pecados dos anjos e dos homens, e isso não
por uma mera permissão, mas por uma permissão tal que, sábia e poderosamente
limitando-os, bem como regulando-os e governando-os, numa múltipla dispensação,
para seus próprios e santos propósitos; de tal modo que a pecaminosidade dessas
transgressões procede tão-somente da criatura, e não de Deus, e que sendo ele
santíssimo e justíssimo, nem é e nem pode ser o autor ou o aprovador do pecado”
(CFW. cap. V, seção IV).
Ref. Rm 11.32-34; 2Sm 24.1; 1Cr 21.1; 1Rs 22.22,23; 1Cr 10.4,13,14; 2Sm
16.10; At 2.23; 4.27,28; At 14.16; Sl 76.10; 2Rs 19.28; Gn 1.21; Is 10.6,7,12;
Tg 1.13,14,17; Jo 2.16; Sl 1.1,2.
Esta seção não faz qualquer tentativa de explicar a natureza daquelas
ações providenciais de Deus no tocante à origem do pecado no universo moral, e
no controle das ações pecaminosas de suas criaturas na execução de seus
propósitos. Ela simplesmente declara os fatos importantes com respeito à
relação de sua providência com os pecados de suas criaturas, os quais são
revelados na Escritura.
Esses pontos são: -
1 – Deus não só permite os atos pecaminosos, mas os dirige e controla
segundo a determinação de seus próprios propósitos.
2 – Contudo, a pecaminosidade dessas ações só pertence ao agente
pecador, e Deus de forma alguma é o autor ou aprovador do pecado.
As ações pecaminosas como todas as demais, são expressas na Escritura
como ocorrendo pela permissão de Deus e de acordo com seu propósito, de modo
que o que os homens perversamente fazem diz-se ser ordenado por Deus (Gn
45.4,5; Êx 7.13; 14.17; At 2.23; 3.18; 4.27,28). E ele constantemente restringe
e controla os homens em seus pecados (Sl 76.10; 2Rs 19.28; Is 10.16); e regula
seus pecados para o bem (At 3.13).
A providência de Deus, em vez de gerar o
pecado ou aprová-lo, preocupa-se constantemente em proibi-lo pela lei positiva,
ao desencorajá-lo com ameaças e punições reais, ao restringi-lo e ao regulá-lo
para o bem, contra sua própria natureza.
Deus nos abençoe!
A.A.Hodge (1823-1886).
*Confissão de Fé de Westminster Comentada, Editora Os Puritanos.
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