“SEJA A VOSSA VIDA SEM AVAREZA”
“Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos
com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei,
nunca jamais te abandonarei. Assim,
afirmemos confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá
fazer o homem?” (Hb 13.5,6).
Com o proposito de corrigir a ganância, o
autor de Hebreus correta e sabiamente nos incita a vivermos contentes com o que
possuímos. Ao vivermos contentes com que o Senhor já nos presenteou - seja
muito, seja pouco -, estamos revelando o genuíno desprendimento do dinheiro ou,
pelo menos, a boa intenção no correto e moderado uso dele. Pois raramente
sucede que o avarento se satisfaça com alguma coisa, senão que, ao contrário,
os que não se satisfazem com uma porção moderada, sempre buscarão mais, mesmo quando
desfrutem das mais opulentas riquezas. Essa é a doutrina que o apóstolo Paulo
diz ter aprendido, ou seja: que aprendera a viver em abundância, bem como a
enfrentar necessidades (Fp 4.12). A pessoa que aprende a restringir seus
desejos a fim de descansar feliz com sua porção, na verdade conseguiu banir de
seu coração o amor ao dinheiro.
Vemos que o servo de Deus cita, aqui, dois
fragmentos de testemunho: “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te
abandonarei”. Quanto ao primeiro, creio que foi inferido do ensino comum
da Escritura, embora ele diga que o Senhor, em outra parte, promete que jamais
falhará em relação a nós. De tal promessa ele infere o que se acha expresso no
Salmo 118.6, “O Senhor está comigo; não temerei. Que me poderá fazer o
homem?”, ou seja: que possuímos uma forte base
para subjugar o medo quando nos sentimos seguros do auxílio divino. É
indubitável que a ausência de fé constitui a fonte da avareza. Qualquer que
alimente a firme convicção de que jamais será esquecido pelo Senhor não viverá
em nociva perplexidade, visto que sua dependência está radicada na providência
divina. Portanto, ao desejar o apóstolo curar-nos da doença da avareza, com
propriedade nos lembra das promessas divinas, pelas quais ele testifica que
Deus estará sempre presente conosco. Daqui ele conclui que, enquanto tivermos
um Ajudador tão solícito, não deve existir motivo algum para medo.
Deus nos abençoe!
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