“A BOA, AGRADÁVEL E PERFEITA VONTADE DE DEUS”
“E não vos conformeis
com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).
Eis aqui o propósito
pelo qual devemos revestir-nos de uma nova mente, a saber: para que renunciemos
aos nossos próprios conselhos e desejos, bem como aos de todos os homens, e
para que nos voltemos exclusiva e totalmente para a vontade de Deus. O conhecimento da vontade de Deus equivale
à verdadeira e genuína sabedoria. Ora, se a renovação de nossa mente é indispensável
para o propósito de se provar qual é a vontade de Deus, então faz-se evidente
quão hostil é a mente humana em relação a Deus.
Os qualificativos acima
adicionados pelo apóstolo Paulo são usados para enaltecer a vontade de Deus, a
fim de podermos buscar o conhecimento de Deus com muito mais avidez.
Naturalmente que, se é verdade que devemos reprimir toda e qualquer obstinação
de nossa parte, devemos, em contrapartida, celebrar o genuíno louvor à justiça
e à perfeição da vontade de Deus. O mundo se sente persuadido de que as obras
que ele tem engendrado são boas. O apóstolo exclama que boas e justas são só as
obras determinadas por Deus e ordenadas em seus mandamentos. O mundo se deleita
com suas próprias invenções e as proclama. O apóstolo afirma que a única coisa
que de fato agrada a Deus é aquilo que ele ordenou. O mundo, com o fim de
encontrar a perfeição, foge da Palavra de Deus e se refugia em suas invenções.
O apóstolo declara que a perfeição se encontra na vontade de Deus, e mostra que
se alguém transgride este limite, o mesmo está sendo iludido por falsas
imaginações.
Deus nos abençoe!
João Calvino (1509-1564).
Nenhum comentário:
Postar um comentário