"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



segunda-feira, 11 de novembro de 2024

“BASEADOS NO QUAL CLAMAMOS: ABA, PAI”


“BASEADOS NO QUAL CLAMAMOS: ABA, PAI”

“Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8.15).

O apóstolo Paulo alterou a pessoa [singular para o plural] com o fim de expressar a sorte comum de todos os santos. Eis o que ele quer dizer: “Recebestes o Espírito, através de quem vós e todo o restante de nós, crentes, clamamos...”. A imitação da linguagem usada por um filho a seu pai é muito enfática, visto que o apóstolo usa a palavra Pai em relação a todos os crentes. A repetição do título, empregando termos diferentes, tem um caráter ampliativo. O que o apóstolo pretende é que a misericórdia divina tornou-se disseminada pelo mundo todo, numa extensão tal que, como observa Agostinho, Deus chegou a ser louvado em todas as línguas, sem qualquer distinção. O objetivo de Paulo, pois, era expressar o consenso existente entre todas as nações. Segue-se disto que não há agora nenhuma diferença entre judeus e gregos, visto que ambos se têm desenvolvido lado a lado. O profeta Isaías diz algo distinto quando declara que a língua de Canaã seria comum a todos os povos [Is19.18]. O significado, contudo, é o mesmo. Ele não refere formas externas de linguagem, e, sim, harmonia em professar seu culto genuíno e puro. O verbo clamar é usado para expressar confiança; como a dizer: “Nossa oração não expressa dúvida, senão que ergue ao céu um brando confiante”.

Os crentes também chamam Deus de Pai sob o regime da lei, porém não com esta confiança tão espontânea, visto que o véu os mantinha fora do santuário. Mas agora, quando a entrada já nos foi amplamente aberta pelo sangue de Cristo, podemos dar glória de maneira familiar e em voz altissonante, anunciando que somos filhos de Deus. Daí a razão desse grito. E a profecia de Oséias é assim também cumprida: “Semearei Israel para mim na terra, e compadecer-me-ei da Desfavorecida; e a Não-meu-povo, direi: Tu és o meu povo; e ele dirá: Tu és o meu Deus!” [Os 2.23]. A promessa mais evidente contudo consiste em que maior será nossa liberdade na oração.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.

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