“DOUTRINA DA ADOÇÃO”
“Bendito o Deus e Pai
de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção
espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos
escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para
ele, para a adoção de filhos, por
meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1.3-5).
“Todos quantos são justificados, Deus se digna fazer participantes da graça da adoção, em e
por seu único Filho Jesus Cristo; por meio de quem são eles recebidos no número
e desfrutam da liberdade e privilégios dos filhos de Deus; têm sobre si o nome
dele, recebem o Espírito de adoção;
têm acesso, com ousadia, ao trono da graça; são capacitados a clamar: Aba, Pai; são tratados com piedade,
protegidos, sustentados e corrigidos por ele como por um pai; contudo, jamais
abandonados, mas selados para o dia da redenção, e herdam as promessas, como
herdeiros da eterna salvação” (Da Adoção - CFW XII).
Ef 1.5; Gl 4.4,5; Rm 8.17; Jo 1.12; Jr 14.9; 2Co 5.18; Ap 3.12;
Rm 8.15, Ef 3.12; Rm 5.2; Gl 4.6; Sl 103.13; Pv 14.26; Mt 6.30,32; 1Pe 5.7; Hb
12.6; Lm 3.31; Ef 4.30; Hb 6.12; 1Pe 1.3,4; Hb 1.14.
No mesmo instante em que um crente é unido a Cristo no exercício
da fé, ter-se-ão consumado nele simultânea e inseparavelmente duas coisas:
1. Uma mudança total de relação com Deus e com a lei como um
pacto de vida; e
2. Uma mudança de sua natureza
interior e espiritual. A mudança de relação
é representada pela justificação; a mudança de natureza, pela regeneração. Regeneração
é um ato de Deus, originando, por meio de uma nova criação, uma nova vida
espiritual no coração do sujeito. O primeiro e instantâneo ato dessa nova
criatura, resultante de sua regeneração, é fé
ou crer, confiante recepção da pessoa e obra de Cristo. No exercício da fé pela
alma regenerada, justificação é o ato
instantâneo de Deus, sobre a base daquela perfeita justiça que a fé do pecador
apreendeu, declarando-o livre de toda condenação e com o direito legal às
relações e benefícios assegurados pelo pacto que Cristo cumpriu em seu favor. Santificação é o desenvolvimento
progressivo para a perfeita maturidade dessa nova vida que foi implantada na
regeneração. A adoção representa a
nova criatura em suas novas relações - suas novas relações introduzidas num
coração apropriado, e sua nova vida desenvolvendo-se num ambiente apropriado e
cercado daquelas relações que nutrem seu crescimento e a coroa com
bem-aventurança. A justificação só efetua uma mudança de relações. A
regeneração e a santificação só efetuam um estado inerente moral e espiritual
da alma. A adoção inclui ambas. Como apresentada na Escritura, ela segue, num
cenário complexo, a criatura recém-regenerada nas relações em que ela é
introduzida pela justificação.
Esta divina filiação, na qual o crente é introduzido pela
adoção, inclui os seguintes elementos e vantagens primordiais:
2.1. Deriva a natureza espiritual de Deus: “Para que sejais
participantes da natureza divina”. 2Pe 1.4; Jo 1.13; Tg 1.18; 1Jo 5.18.
2.2. Nasce à imagem de Deus, portanto sua semelhança: “E
revestindo-se do novo homem, que é renovado no conhecimento, segundo a imagem
daquele que o criou”. Cl 3.10; Rm 8.29; 2Co 3.18.
2.3. Leva seu nome. 1Jo 3.1; Ap 2.17; 3.12.
2.4. Torna-se objeto de seu amor especial: “Para que o mundo
conheça que tu me enviaste, e eles me têm amado, como tu me amaste”. Jo 17.23;
Rm 5.5-8.
2.5. Torna-se habitação do Espírito de seu Filho (G 4.6), que
forma em nós um espírito filial ou um espírito que nos faz filhos de Deus - obedientes (1Pe 1.13; 2Jo 6), livres do senso de culpa, da escravidão
legal e do medo da morte (Rm 8.15-21; Gl 5.1; Hb 2.15) e elevados com santa ousadia e com dignidade real (Hb 10.19,22; 1Pe
2.9;4.14).
2.6. Representa proteção, consolação e suprimentos abundantes.
Sl 125.2; Is 66.13; Lc 12.27-32; Jo 14.18; 1Co 3.21-23; 2Co 1.4.
2.7. Representa disciplina paternal para nosso bem, inclusive
aflições espirituais e temporais. Sl 51.11,12; Hb 12.5-11.
2.8. Garante a herança das riquezas da glória de nosso Pai, como
“herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo” (Rm 8.17; Tg 2.5; 1Pe 1.14; 3.7),
inclusive a exaltação de nossos corpos em comunhão com o Senhor. Rm 8,23; Fp
3.21.
“Pela
fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo,
tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também
mesmo depois de morto, ainda fala” (Hb 11.4; Gn 4.4).
“Porque não recebestes o espírito de escravidão,
para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção,
baseados no qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8.15).
Deus nos
abençoe!
A.A.Hodge
(1823-1886).
Nenhum comentário:
Postar um comentário