"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Pr. JOSUÉ RODRIGUES (Voz e Violão)

Pr. JOSUÉ RODRIGUES (Voz e Violão).

“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para a sua glória” (Is 61.1-3).


Deus nos abençoe!

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

“A NOSSA PÁTRIA ESTÁ NOS CÉUS”


“A NOSSA PÁTRIA ESTÁ NOS CÉUS”

O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.19,20).

A nossa pátria está nos céus. Esta afirmação transtorna todas as vãs exibições em que os pretensos ministros do evangelho costumam se vangloriar, e indiretamente denuncia todos os objetivos que tinham em vista, porque, ao se agitarem de um lado para o outro, não aspiravam ao céu. Pois o apóstolo Paulo ensina que não se deve reconhecer nada como possuindo algum valor exceto o reino espiritual de Deus, porque os crentes devem viver uma vida celestial neste mundo. “Eles pensam nas coisas terrenas; por isso é conveniente que nós, cuja convivência está no céu, vivamos separados deles”. É verdade que aqui nós estamos misturados aos incrédulos e hipócritas; mais ainda, a palha, no celeiro do Senhor, tem melhor aparência do que o trigo. Além disso, estamos expostos às costumeiras inconveniências desta vida terrena; precisamos ainda de comida e bebida e outras necessidades, mas devemos manter a convivência com o céu na mente e nos afetos. Pois, de um lado, devemos passar serenamente por esta vida; e, do outro, devemos estar mortos para o mundo para que Cristo viva em nós, e para que, por nossa vez, vivamos para ele. Esta passagem é uma fonte mui abundante de muitas exortações que podem ser detectadas com facilidade.

De onde também aguardamos o Salvador. Do relacionamento que temos com Cristo ele prova que nossa cidadania está vinculada ao céu, pois não é conveniente que os membros vivam separados de sua Cabeça. Consequentemente, como Cristo está no céu, para que estejamos unidos a ele se faz necessário que, em espírito, habitemos fora deste mundo. Além disso, “onde está nosso tesouro, aí também está nosso coração” [Mt 6.21].

Cristo, que é nossa bem-aventurança e glória, está no céu; que nossas almas, pois, habitem com ele nas alturas. É por isso mesmo que o apóstolo Paulo expressamente o chama de Salvador. Donde nos vem a salvação? Cristo nos virá do céu em sua função de Salvador. Daí, seria inconveniente que fôssemos apreendidos por esta terra. Esta qualificação, Salvador, se ajusta bem à conexão da passagem; pois relata-se que estamos no céu com respeito à nossa mente, ou, seja, que é tão-somente dessa fonte que a esperança da salvação nos emana. Como a vinda de Cristo será terrível para os perversos, assim ela desvia mais suas mentes do céu do que as atrai para lá. Porquanto bem sabem que ele lhes virá em sua função de Juiz, por isso se esquivam dele o máximo que podem. Destas palavras de Paulo as mentes piedosas derivam a mais doce consolação, como a instrui-los de que a vinda de Cristo deve ser desejada por eles, visto que ela lhes trará salvação. Em contrapartida, é um emblema seguro de incredulidade quando as pessoas tremem ante a mera menção dela. Examine-se o oitavo capítulo de Romanos. Entretanto, enquanto outros se deixam transportar por várias aspirações, Paulo deseja que os crentes vivam contentes unicamente com Cristo.

Ademais, desta passagem aprendemos que não se deve pensar em nada vil ou terreno como [se viesse] de Cristo, visto que Paulo nos convida a erguer os olhos para o céu a fim de O buscar. Ora, aqueles que arrazoam com sutileza dizendo que Cristo não está encerrado nem oculto em algum canto do céu, com vistas a provar que seu corpo está em toda parte, e enche céu e terra, deveras dizem algo mui verdadeiro, porém incompleto; pois como que, por temeridade e estultícia, remontam para além dos céus e designam a Cristo uma posição, ou trono, ou lugar de passeio, nesta ou naquela região, assim é uma tola e destrutiva demência arrastá-lo do céu por alguma consideração carnal, a ponto de buscá-lo na terra. Subamos, pois, com nossos corações, para que estejamos com o Senhor.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário. 

“CANA QUEBRADA E TORCIDA QUE FUMEGA”


“CANA QUEBRADA E TORCIDA QUE FUMEGA”

“Eis aqui o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz. Farei repousar sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará juízo aos gentios. Não contenderá, nem gritará, nem alguém ouvirá nas praças a sua voz. Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega, até que faça vencedor o juízo. E, no seu nome, esperarão os gentios” (Mt 12.18-21; Is 42.1-4).

Outra coisa que nos chama a atenção nesta passagem é a encorajadora descrição do caráter de nosso Senhor Jesus Cristo, que o apóstolo Mateus extraiu da profecia de Isaías. “Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega”.

O que devemos entender com as expressões “cana quebrada” e “torcida que fumega”? Sem dúvida alguma, a linguagem do profeta é figurada. O que significam essas duas expressões? A explicação mais simples parece ser que o Espírito Santo estava aqui descrevendo pessoas cuja graça no momento é fraca, cujo arrependimento é débil, e cuja fé e pequena. Para com tais pessoas, o Senhor Jesus Cristo mostrar-se-á muito terno e compassivo. Embora a cana quebrada seja frágil, não será esmagada. Por menor que seja a torcida que fumega, não será apagada. Essa é a verdade permanente no reino da graça divina, que uma graça fraca, uma fé fraca e um arrependimento fraco são todos preciosos aos olhos de nosso Senhor. “Deus é mui grande, contudo a ninguém despreza” (Jó 36.5).

A doutrina aqui salientada é plena de consolo e conforto. Para os milhares de crentes em todas as igrejas de Cristo, essa doutrina deverá representar grande paz e esperança. Em cada congregação, há alguns que ouvem o evangelho, mas estão à beira de desistir da própria salvação, porquanto as suas forças lhes parecem tão poucas. Estão cheios de temores e desalentos, porquanto o seu conhecimento, fé, esperança e amor parecem tão pequenos e insignificantes. Que esses crentes sejam consolados por este texto bíblico. Que eles saibam que a fé, embora fraca, confere ao seu possuidor um interesse real e verdadeiro em Cristo, tanto quanto a fé mais robusta, embora não forneça o mesmo gozo. Há vida biológica em um recém-nascido, tanto quanto em um homem plenamente adulto. Há fogo em uma fagulha, tanto quanto nas chamas mais ardentes. Mesmo o menor grau de graça divina é uma possessão que dura para sempre. A graça divina vem do céu, é preciosa aos olhos de nosso Senhor, jamais será rejeitada.

Acaso Satanás faz pouco caso dos primeiros passos do arrependimento para com Deus e da fé em nosso Senhor Jesus Cristo? Não! Pelo contrário, ele é tomado de grande ira, porque percebe que o seu tempo está se tornando cada vez mais curto. Acaso os anjos de Deus consideram com desdém os primeiros sinais de penitência para com Deus, em Cristo? Não, de maneira alguma! Há júbilo entre os anjos, quando os pecadores se arrependem. Acaso o Senhor Jesus mostra desinteresse quando a fé é pequena e o arrependimento é fraco? Não, certo que não! No momento em que uma “cana quebrada” como Saulo de Tarso começa a clamar a Deus, eis que o Senhor lhe envia Ananias, porque “ele está orando” (At 9.11). Erramos gravemente se não encorajarmos os primeiros passos de uma alma em direção a Cristo. Que os ignorantes deste mundo escarneçam e zombem, se assim o quiserem fazer. Podemos estar certos de que as “canas quebradas” e as “torcidas que fumegam” são muito preciosas aos olhos de nosso Senhor.

Que todos nós entesouremos estas verdades no coração, utilizando-as nos momentos de necessidade, tanto para o nosso proveito como para o de outras pessoas. Deveria ser um conceito bem firme em nossa religião cristã que uma fagulha é melhor do que a escuridão, e que uma pequena fé é melhor do que nenhuma fé. Há quem despreze “o dia dos humildes começos”? (Zc 4.10), mas esses humildes começos não são desprezados por Cristo; e também não deveriam ser desprezados pelos crentes.

Deus nos Abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

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“CONSPIRAVAM CONTRA ELE”


“CONSPIRAVAM CONTRA ELE”

“Retirando-se, porém, os fariseus, conspiravam contra ele, sobre como lhe tirariam a vida” (Mt 12.14).

A primeira coisa que nos chama a atenção neste versículo é a desesperada iniquidade do coração humano. Silenciados e derrotados pelos argumentos do nosso Senhor Jesus, os fariseus foram afundando cada vez mais no pecado. Eles, retirando-se “conspiraram contra ele, em como lhe tirariam a vida”.

Que maldade havia praticado nosso Senhor para ser tratado daquela maneira? Nenhuma, de modo algum. Eles não podiam fazer qualquer acusação legítima contra ele. Jesus era santo, inocente, sem mácula e separado dos pecadores. Os seus dias eram passados inteiramente na prática do bem. Nenhuma acusação podia ser levantada contra os seus ensinamentos. Ele havia provado que sua doutrina concordava com as Escrituras e com a razão, e nenhuma resposta havia sido dada aos seus argumentos. Não obstante, pouco importava quão perfeitamente Ele vivesse ou ensinasse. Ele era odiado.

Assim é a natureza humana, manifestando-se em suas verdadeiras cores. O coração não convertido odeia a Deus e mostrará este ódio sempre que ousar ou tiver uma oportunidade favorável. Sempre perseguirá as fiéis testemunhas do Senhor. Desagrada-lhe todos os que manifestam algo da mente de Deus ou que tenham sido renovados segundo a sua imagem. Por que tantos dentre os profetas do Senhor foram mortos? Por que os santos apóstolos foram rejeitados pelos judeus como malignos? Por que os primeiros mártires cristãos foram executados? Por que John Huss e Jerônimo de Praga foram queimados? Não por causa de algum pecado que houvessem cometido; e nem por causa de qualquer iniquidade que tivessem praticado. Todos sofreram porque eram homens piedosos. A natureza humana não-convertida odeia os homens de Deus, porque odeia o próprio Deus.

Os crentes verdadeiros nunca devem ficar surpresos, recebem o mesmo tratamento que Jesus recebeu. “Irmãos, não vos maravilheis, se o mundo vos odeia” (1Jo 3.13). Nem a coerência mais perfeita ou o caminhar mais chegado com Deus, haverá de isentar o crente da inimizade do homem natural. O crente não deve torturar a sua mente com a fantasia de que, se tivesse menos faltas e mais coerência, todos os homens certamente o amariam. Tal pensamento envolve um tremendo equívoco. Devemos nos lembrar de que nunca houve um homem perfeito na terra, senão um só, e que Ele não foi amado, e sim, odiado. Não é das fraquezas do crente que o mundo desgosta, mas de sua bondade. Não são os remanescentes da antiga natureza humana que provocam a inimizade dos homens deste mundo, mas antes, é a exibição da nova natureza. Lembremo-nos destas verdades e sejamos pacientes. O mundo odiou a Cristo e continuará odiando os crentes.

“De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3.12).

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

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terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

“ESTE É O MEU FILHO AMADO”

“ESTE É O MEU FILHO AMADO”

“Então, disse Pedro a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias. Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi” (Mt 17.4,5).

Nestes versículos encontramos um notável testemunho acerca da infinita superioridade de Cristo sobre todos quantos nasceram de mulher. Esse foi um ponto fortemente frisado pela voz, vinda do céu, que os discípulos ouviram. Pedro, perplexo e atônito diante da visão celestial, sem saber o que dizer, propôs que fossem erguidos três tendas no monte: uma para Cristo, outra para Moisés e outra para Elias. Na realidade, parece que Pedro queria situar o legislador e o profeta lado a lado com o divino Mestre, como se todos os três fossem iguais, porém, vemos que esta proposta foi prontamente rejeitada, da maneira mais extraordinária e impressionante. Uma nuvem encobriu Moisés e Elias, e eles não mais puderam ser vistos. Ao mesmo tempo, de dentro da nuvem, saiu uma voz, que reiterou as solenes palavras que João Batista ouvira, por ocasião do batismo de nosso Senhor: “Este é o meu filho amado, em quem me comprazo: a ele ouvi”. Essa voz teve por intuito mostrar a Pedro que há Alguém muito superior a Moisés ou a Elias. Moisés foi um fiel servo de Deus. Elias foi uma ousada testemunha que defendeu a verdade divina. Mas, Cristo é muito maior do que qualquer um deles, ou mesmo que os dois juntos. Ele é o Salvador, para quem continuamente apontavam a lei e os profetas. Ele é o verdadeiro Profeta, a quem todos estão na obrigação de ouvir, conforme lhes foi ordenado (Dt 18.15). Moisés e Elias foram grandes homens em sua própria época. Porém, Pedro e os outros dois apóstolos precisavam relembrar que, quanto à natureza, à dignidade e ao ofício, eles estão muito abaixo de Jesus. Cristo é o Senhor; mas eles foram apenas servos. A bondade deles era toda derivada; mas Cristo é a própria bondade. Moisés e os profetas, como homens santos, merecem honra. Mas, se os discípulos desejam ser salvos, devem ter unicamente a Cristo como Senhor e Mestre, e dar glória somente a Ele.

Também devemos notar nestas palavras uma grande lição para toda a igreja de Cristo. Na nossa natureza humana manifesta-se a constante tendência para “ouvirmos o homem”. Pastores, padres, pregadores, ministros da palavra são continuamente exaltados a uma posição que Deus jamais tencionou que preenchessem, usurpando assim a honra devida somente a Cristo, para todos os efeitos práticos. Por causa dessa inclinação, que todos vigiemos e mantemos guarda. E que aquelas solenes palavra da visão fiquem ressoando em nossos ouvidos: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi”.

Os melhores homens não passam de homens, mesmo em seus melhores momentos. Os patriarcas, os profetas e os apóstolos - os mártires, os pais da igreja, os reformadores, os puritanos - todos são meros pecadores que precisam do Salvador - santos, úteis, dignos de honra em seus respectivos lugares, mas apenas pecadores, e nada mais. Nunca podemos permitir que eles sejam interpostos entre nós e Cristo. Somente Jesus Cristo é “o Filho amado, em quem o Pai se compraz”. Somente Ele é “... sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém!” (Rm 9.5).

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

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“E EIS QUE LHES APARECERAM MOISÉS E ELIAS”


“E EIS QUE LHES APARECERAM MOISÉS E ELIAS”

"E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele" (Mt 17.3).

Neste versículo encontramos uma prova insofismável do fato da ressurreição do corpo e de que há vida depois da morte física. Somos informados ali que Moisés e Elias apareceram juntamente com Jesus, de forma visível e gloriosa. Eles foram vistos como corpos físicos. Foram ouvidos a dialogar com o Senhor Jesus. Mil quatrocentos e oitenta anos se haviam passado, desde que Moisés morrera e fora sepultado. E mais de novecentos anos se passaram, desde que Elias fora arrebatado para o céu em um redemoinho. No entanto, eles foram vistos vivos, por parte de Pedro, de Tiago e de João!

Todos nós deveríamos sentir, quando meditamos a respeito dessa visão, que o estado dos mortos é um assunto deveras misterioso e profundo. Um após outro, os mortos são sepultados e desaparecem da nossa vida. Nós os depositamos em seus estreitos túmulos, e nunca mais os vemos, e os seus corpos físicos acabam reduzidos a pó. Mas, haverão eles, realmente, de tornar a viver? Poderemos vê-los de novo? Os sepulcros devolverão os mortos neles contidos, no último dia? Essas são perguntas que, ocasionalmente, atravessam as mentes de algumas pessoas, apesar de todas as claríssimas assertivas da Palavra de Deus. (Leia 1Co 15.1-58).

Ora, por ocasião da transfiguração de Jesus nos deparamos com a mais cristalina evidência de que os mortos, realmente, ressuscitarão algum dia. Encontramos ali dois homens que reapareceram na terra, em seus próprios corpos, embora já tivessem passado séculos que estavam separados da terra dos viventes. Nisso encontramos uma poderosa garantia da ressurreição final de todos os seres humanos. Todos aqueles que já viveram neste mundo serão novamente chamados à vida, a fim de prestarem contas de tudo o que fizeram. Nenhuma dessas pessoas faltará. Não existe tal coisa como aniquilamento das almas. Todos quantos chegaram a dormir em Cristo serão encontrados perfeitamente seguros - patriarcas, profetas, apóstolos, mártires - até ao mais humilde servo de Deus, dos nossos próprios dias. “Ora, Deus não é Deus de mortos, e, sim, de vivos; porque para ele todos vivem” (Lc 20.38). Seus espíritos estão vivos; e aparecerão de novo, em corpos glorificados, tão certamente quanto Moisés e Elias apareceram no monte da transfiguração. “Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (1Co 15.52).

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

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“FOI TRANSFIGURADO DIANTE DELES”


“FOI TRANSFIGURADO DIANTE DELES”

"Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João e os levou, em particular, a um alto monte. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz" (Mt 17.1,2).

Estes versículos narram um dos mais notáveis acontecimentos ocorridos durante o ministério terreno de nosso Senhor Jesus - aquele comumente chamado de “a transfiguração”. A ordem em que esse incidente ficou registrado é bela e instrutiva. A última porção do capítulo anterior mostra-nos a cruz, que já surge no horizonte. Aqui, porém, somos graciosamente brindados com a visão de algo sobre a nossa recompensa vindoura. Os corações dos discípulos, que há pouco tempo haviam sido profundamente entristecidos diante da clara afirmação feita por Cristo, acerca dos seus sofrimentos, logo em seguida foram alegrados pela visão da glória de Jesus Cristo. Devemos salientar esse ponto. Nós perdemos muito, quando ignoramos a conexão existente entre um capítulo e outro da Palavra de Deus.

Sem dúvida alguma, existem mistérios dentro da visão aqui descrita. Porém, é forçoso que assim aconteça. Afinal, ainda estamos no corpo físico. Os nossos sentidos estão voltados para as coisas materiais deste mundo. As nossas ideias e a nossa percepção sobre corpos glorificados e sobre santos mortos, são necessariamente, vagas e imprecisas. Por conseguinte, contentemo-nos em assimilar as lições práticas que a transfiguração de Jesus tenciona ensinar-nos.

Notamos uma notável demonstração da glória com que Cristo e o seu povo aparecerão, quando Ele vier pela segunda vez. Não se pode tolerar qualquer dúvida de que esse foi um dos principais objetivos dessa admirável visão. O propósito da mesma era encorajar aos discípulos, conferindo-lhes um vislumbre das coisas boas que ainda teriam lugar. Aquele rosto que “resplandecia como o sol”, e aquelas vestes que se tornaram “brancas como a luz” tiveram a finalidade de proporcionar aos discípulos alguma ideia da majestade com que o Senhor Jesus aparecerá neste mundo quando vier, pela segunda vez, juntamente com todos os seus santos. Por assim dizer, um pouco do véu foi erguido, a fim de mostrar aos discípulos a verdadeira dignidade do seu Senhor e Mestre. Foi dessa maneira que eles puderam entender que se Jesus não havia aparecido neste mundo com a figura majestosa de um monarca, isso era devido tão-somente ao fato que o tempo dEle vestir seus trajes reais ainda hão havia chegado. É impossível a gente extrair qualquer outra conclusão, se levarmos em conta a linguagem empregada pelo apóstolo Pedro, quando escreveu sobre o assunto. Referindo-se claramente à transfiguração, escreveu: “... nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade” (2Pe 1.16).

Para nós convém que a vindoura glória de Cristo e do seu povo seja profundamente impressa sobre as nossas mentes. Inclinando-nos, mui tristemente, por esquecer-nos disso. Há poucas indicações visíveis dessa glória, no mundo presente. Porquanto ainda não vemos que todas as coisas estão posta sob os pés de nosso Senhor. Por toda a parte abundam o pecado, a incredulidade e a superstição. Na prática, milhares estão dizendo: “Não queremos que este [Jesus] reine sobre nós” (Lc 19.14). E também ainda não se manifestou como se tornarão as pessoas que fazem parte do povo de Cristo. Suas cruzes, suas tribulações, suas debilidades e seus conflitos, tudo isso nos é perfeitamente evidente. Entretanto, há mui escassos sinais da futura recompensa deles. Cuidemos, portanto, em não permitir que nos surjam dúvidas quanto a essa particularidade. Silenciemos essas dúvidas, em nossos corações, lendo outra vez o relato da transfiguração de Jesus Cristo (Mt 17.1-13; Mc 9.2-8; Lc 9.28-36). Para Jesus e para todos quantos nEle confiam está reservada a glória tão intensa como o coração humano não é capaz de conceber. E não somente essa glória nos foi prometida, como também conta com o testemunho de três competentes testemunhas. Uma dessas testemunhas deixou registrado por escrito: “... e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1.14). Por certo, bem podemos acreditar naquilo que foi visto por elas.

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

“É JUSTO QUE EU ASSIM PENSE DE TODOS VÓS”


“É JUSTO QUE EU ASSIM PENSE DE TODOS VÓS”

“Aliás, é justo que eu assim pense de todos vós, porque vos trago no coração, seja nas minhas algemas, seja na defesa e confirmação do evangelho, pois todos sois participantes da graça comigo” (Fp 1.7).

Seremos avaliadores invejosos dos dons de Deus se não considerarmos como seus filhos aqueles em quem resplandecem as marcas legítimas da piedade, que são as marcas pelas quais o Espírito de adoção se manifesta. Consequentemente, o apóstolo Paulo diz que a própria equidade lhe impõe que nutra boa esperança dos filipenses em todo o tempo por vir, visto que os vê associados consigo na participação da graça, declarando que opinião tem dos irmãos, a qual era a base de sua boa esperança depositada neles. Paulo, pois, diz que são participantes com ele da mesma graça, em seus afetos e na defesa do evangelho.

Tê-los em seu coração é reconhecê-los como tais na mais íntima afeição de seu coração. Pois os filipenses o haviam assistido sempre segundo sua habilidade, de modo a se conectarem com ele como associados para a manutenção da causa do evangelho, até onde estava em seu poder. Assim, embora estivesse fisicamente ausente, contudo, em razão da santa disposição que demonstravam por todo serviço em seu poder, Paulo os reconhece como mantendo laços estreitos com ele. “Eu vos tenho, portanto, em meu coração”; isto é, sinceramente e sem qualquer pretensão, com toda certeza e não mediante opinião leviana ou duvidosa - como assim? como participantes da graça - de que maneira? em meus afetos, pelos quais o evangelho é defendido. Já que ele os reconhecia como tais, era razoável que ele nutrisse boas esperanças sobre eles.

Participantes da graça e algemas. Seria algo absurdo aos olhos do mundo ter a prisão como sendo um benefício de Deus; mas, se avaliarmos a questão mais detidamente, não é uma honra comum a que Deus nos confere quando sofremos perseguição em decorrência de sua verdade. Pois não foi em vão o que está escrito: “Bem-aventurados sereis vós, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa” [Mt 5.11]. Portanto, que almejemos abraçar com prontidão e entusiasmo a comunhão da cruz de Cristo como sendo um favor especial de Deus. Além disso, às prisões ele anexa a defesa e confirmação do evangelho, para expressar ainda mais a honradez do serviço que Deus nos impõe, nos colocando em oposição a seus inimigos, a fim de darmos testemunho de seu evangelho. Pois é como se nos tivesse confiado a defesa de seu evangelho. Visto que somente quando ele os armou com esta consideração foi que os mártires se viram preparados a desdenhar toda a fúria dos ímpios e colocarem-se superiores a todo gênero de tortura. E que isto esteja na mente de todos quantos tenham sido chamados a fazer uma confissão de sua fé, que tenham sido chamados por Cristo para que sejam como que advogados a pleitearem sua causa! Pois se vendo sustentados por tal consolação seriam mais corajosos do que ser por demais fácil revidar com uma traiçoeira revolta.

Não obstante, aqui alguém poderia inquirir se a confirmação do evangelho depende da prontidão dos homens. Respondo que a verdade de Deus é em si mesma sólida demais para que dependa do apoio advindo de algum outro recanto; pois ainda que todos nós possamos ser encontrados mentirosos, não obstante Deus permanecerá verdadeiro [Rm 3.4]. Entretanto, não é absurdo dizer que as consciências fracas são confirmadas nele por tais auxílios. Portanto, aquele tipo de confirmação de que Paulo faz menção tem certa relação com os homens, como aprendemos de nossa experiência pessoal que a morte de tantos mártires era assistida pelo menos com esta vantagem: que ela era, por assim dizer, selos pelos quais o evangelho tem sido selado em nossos corações. Daí aquele dito de Tertuliano, que “o sangue dos mártires é a sementeira da Igreja” - o que tenho imitado em certo poema: “Mas aquele sacro sangue, mantenedor da honra de Deus, será como uma semente a produzir progênie”.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

“SE ALGUÉM NÃO AMA O SENHOR JESUS”


“SE ALGUÉM NÃO AMA O SENHOR JESUS”

“Se alguém não ama o Senhor Jesus; seja anátema. Maranata!” (1Co 16.22).

A conclusão da Epístola consiste de três partes. O apóstolo Paulo ora para que os coríntios possuíssem a graça de Cristo. Ele declara o amor que pessoalmente nutre por eles. E se vale da mais severa das ameaças numa arremetida contra aqueles que fazem uma falsa confissão do nome de Cristo, quando não o amavam de coração. Pois Paulo não está a referir-se a estranhos, os quais não ocultavam seu desdém pelo nome “cristão”, mas a enganadores e hipócritas que vinham causando desordem nas igrejas, enquanto todos se preocupavam com o seu próprio lucro material e eram aptos na apresentação de exibições fúteis. Ele pronuncia uma maldição de excomunhão sobre tais pessoas, como também invoca desgraças futuras sobre elas. Porém, não é evidente se ele deseja que sejam destruídas na presença de Deus, ou almeje que sejam detestáveis; quanto a mim, entendo que tais pessoas se faziam malditas aos olhos dos crentes. Por exemplo, em Gálatas 1.8, quando afirma que aquele que pregasse uma deturpação do evangelho fosse amaldiçoado, ele não que dizer que fosse rejeitado e condenado por Deus, mas que se tornasse detestável aos nossos olhos. Permita-se-me que eu ponha numa forma mais simples: “Que sejam eles desarraigados e pereçam, pois são uma peste na Igreja”. E de fato não há nada mais pernicioso do que esse gênero de pessoas que tiram proveito da profissão religiosa em busca de seus próprios interesses corruptos. Certamente que Paulo põe o dedo na própria fonte deste mal, ao afirmar que não amam a Cristo, porquanto um genuíno e ardente amor por Cristo nos impedirá sempre de causar alguma ofensa aos nossos irmãos.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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domingo, 2 de fevereiro de 2025

“ESTEJAM VIGILANTES”


“ESTEJAM VIGILANTES”

*Dia do Homem Presbiteriano.

"Estejam vigilantes, mantenham-se firmes na fé, sejam homens de coragem, sejam fortes. Façam tudo com amor" (1Co 16.13,14).

Esta é uma exortação bastante breve, porém muito importante. O apóstolo Paulo os convoca à vigilância para que Satanás não os colha de surpresa quando porventura baixarem a guarda. Porque, assim como a guerra que prossegue sem armistício, também a vigilância deve ser mantida sem interrupção. Mas vivemos mentalmente alertas quando não somos embaraçados pelas preocupações terrenas, e nos vemos livres para meditarmos nas coisas de Deus. Pois como o corpo é prostrado pelas dissipações e pela embriaguez, e se torna totalmente impotente, assim os cuidados e paixões do mundo, a indolência ou indiferença, são como privação espiritual que subjuga a mente.

A segunda chamada de atenção consiste em que deviam prosseguir com uma fé imperturbável, ou que conservassem a fé para que eles mesmos permanecessem firmes, visto que ela é o fundamento sobre o qual repousamos. Mas Paulo está claramente a realçar o caminho pelo qual deviam percorrer firmemente, ou seja, descansando em Deus com uma fé inabalável.

Em terceiro lugar, visto que somos fracos por natureza, ele insta com eles a se fortalecerem ou a obterem força. Pois onde traduzimos “sejam fortes”, Paulo usa apenas uma palavra, que é equivalente em significado a “fortalecei-vos”.

Façam tudo com amor. Novamente Paulo repete a regra que deve governar todo o nosso comportamento na relação uns com os outros. Assim, seu desejo é que o amor esteja no controle, visto que o maior erro dos coríntios era que cada um se preocupava com seus próprios negócios, negligenciando os de outrem.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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Hier Is Rust (LIVE) - Sela

Hier Is Rust - “Aqui está a Paz”


Deus nos abençoe!

sábado, 1 de fevereiro de 2025

“NEM ME RETIRES O TEU SANTO ESPÍRITO”


“NEM ME RETIRES O TEU SANTO ESPÍRITO”

“Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito” (Sl 51.11).

Vemos aqui, Davi apresentando a mesma petição anterior, em linguagem que implica a conexão de perdão com o desfruto da orientação do Espírito Santo. Se Deus nos reconcilia consigo gratuitamente, segue-se que ele nos guiará pelo Espírito de adoção. Somente na forma como ele nos ama e nos considerou no número de seus próprios filhos é que pode nos abençoar com a participação de seu Espírito; e Davi mostra que estava consciente desse fato quando ora pela continuação da graça da adoção como indispensável à posse contínua do Espírito. As palavras deste versículo implicam que o Espírito não havia se retirado dele completamente, por mais que seus dons houvessem sido temporariamente obscurecido. Aliás, é evidente que ele não podia ser totalmente privado de suas excelências anteriores, pois parece que ele se desincumbira de seus deveres como um rei que desfrutava de crédito, que havia observado conscientemente as ordenanças da religião e que havia regulado sua conduta conforme a divina lei. Até certo ponto, ele caíra em profunda e terrível letargia, mas não “se entregou a uma mentalidade réproba”; e é dificilmente concebível que a repreensão de Natã, o profeta, tivesse operado tão fácil e subitamente seu despertamento, não estivesse nos recessos de sua alma alguma fagulha latente de piedade. É verdade que ele ora para que seu espírito fosse renovado, mas isso não deve ser entendido com limitação. A verdade sobre a qual ora estamos insistindo é tão importante que muitos eruditos têm inconsistentemente defendido a opinião de que os eleitos, ao caírem em pecado grave, perdem o Espírito completamente e ficam alienados de Deus. O oposto é claramente afirmado por Pedro, o qual nos diz que a palavra por meio da qual renascemos é uma semente incorruptível [1Pe 1.23]; e João é igualmente explícito em nos informar que os eleitos são preservados de apostasia consumada [1Jo 3.9]. Por mais que por algum tempo pareçam excluídos por Deus, mais tarde se vê que a graça esteve viva em seu peito, mesmo durante aquele intervalo durante o qual ela parecia extinta. Tampouco há algum valor na objeção de que Davi fala como se temesse ser privado do Espírito. E natural que os santos, ao caírem em pecado e, portanto, ao praticarem aquilo que poderia levá-los a serem excluído da graça de Deus, se sintam ansiosos quanto a esse estado [de alma]; mas é seu dever manter firme a verdade de que a graça é a incorruptível semente divina, a qual jamais perecerá em qualquer coração onde previamente foi depositada. Esse é o espírito exibido por Davi. Ponderando sobre sua ofensa, ele é agitado com temores e, contudo, repousa na certeza de que, sendo um filho de Deus, não seria finalmente privado daquilo que, de fato e com justiça, perdera.

João Calvino (1509-1564).

Deus nos abençoe!

* Confissão de Fé de Westminster - XVII - DA PERSEVERANÇA DOS SANTOS

I. Os que Deus aceitou em seu Bem-amado, os que ele chamou eficazmente e santificou pelo seu Espírito, não podem decair do estado da graça, nem total, nem finalmente; mas, com toda a certeza hão de perseverar nesse estado até o fim e serão eternamente salvos.

Ref. Fl 1:6; Jo 10: 28-29; 1Pe 1:5,9.

III. Eles, porém, pelas tentações de Satanás e do mundo, pela força da corrupção neles restante e pela negligência dos meios de preservação, podem cair em graves pecados e por algum tempo continuar neles; incorrem assim no desagrado de Deus, entristecem o seu Santo Espírito e de algum modo vêm a ser privados das suas graças e confortos; têm os seus corações endurecidos e as suas consciências feridas; prejudicam e escandalizam os outros e atraem sobre si juízos temporais.

Ref. Sl 51:14; Mt. 26:70-74; 2Sm 12:9,13; Is 64:7, 9; 2Sm 11:27; Ef 6:30; Sl 51:8,10,12; Ap 2:4; Is 63:17; Mc 6:52; Sl 32:3-4; 2Sm 12:14; Sl. 89:31-32; 1Co 11:32.

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.