“CONSPIRAVAM CONTRA ELE”
“Retirando-se,
porém, os fariseus, conspiravam contra ele, sobre como lhe tirariam a vida” (Mt
12.14).
A primeira
coisa que nos chama a atenção neste versículo é a desesperada iniquidade do
coração humano. Silenciados e derrotados pelos argumentos do nosso Senhor
Jesus, os fariseus foram afundando cada vez mais no pecado. Eles, retirando-se “conspiraram
contra ele, em como lhe tirariam a vida”.
Que maldade
havia praticado nosso Senhor para ser tratado daquela maneira? Nenhuma, de modo
algum. Eles não podiam fazer qualquer acusação legítima contra ele. Jesus era
santo, inocente, sem mácula e separado dos pecadores. Os seus dias eram
passados inteiramente na prática do bem. Nenhuma acusação podia ser levantada
contra os seus ensinamentos. Ele havia provado que sua doutrina concordava com
as Escrituras e com a razão, e nenhuma resposta havia sido dada aos seus argumentos.
Não obstante, pouco importava quão perfeitamente Ele vivesse ou ensinasse. Ele
era odiado.
Assim é a
natureza humana, manifestando-se em suas verdadeiras cores. O coração não
convertido odeia a Deus e mostrará este ódio sempre que ousar ou tiver uma oportunidade
favorável. Sempre perseguirá as fiéis testemunhas do Senhor. Desagrada-lhe
todos os que manifestam algo da mente de Deus ou que tenham sido renovados
segundo a sua imagem. Por que tantos dentre os profetas do Senhor foram mortos?
Por que os santos apóstolos foram rejeitados pelos judeus como malignos? Por
que os primeiros mártires cristãos foram executados? Por que John Huss e
Jerônimo de Praga foram queimados? Não por causa de algum pecado que houvessem cometido;
e nem por causa de qualquer iniquidade que tivessem praticado. Todos sofreram
porque eram homens piedosos. A natureza humana não-convertida odeia os homens
de Deus, porque odeia o próprio Deus.
Os crentes
verdadeiros nunca devem ficar surpresos, recebem o mesmo tratamento que Jesus
recebeu. “Irmãos, não vos maravilheis, se o mundo vos odeia” (1Jo 3.13). Nem a coerência
mais perfeita ou o caminhar mais chegado com Deus, haverá de isentar o crente
da inimizade do homem natural. O crente não deve torturar a sua mente com a
fantasia de que, se tivesse menos faltas e mais coerência, todos os homens
certamente o amariam. Tal pensamento envolve um tremendo equívoco. Devemos nos
lembrar de que nunca houve um homem perfeito na terra, senão um só, e que Ele
não foi amado, e sim, odiado. Não é das fraquezas do crente que o mundo
desgosta, mas de sua bondade. Não são os remanescentes da antiga natureza
humana que provocam a inimizade dos homens deste mundo, mas antes, é a exibição
da nova natureza. Lembremo-nos destas verdades e sejamos pacientes. O mundo
odiou a Cristo e continuará odiando os crentes.
“De fato,
todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm
3.12).
Deus nos
abençoe!
J.C.Ryle (1816-1900).
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