“COMPADECE-TE DE MIM, Ó SENHOR,
“Compadece-te de
mim, ó SENHOR, pois a ti clamo de contínuo” (Sl 86.3).
O salmista novamente
recorre à misericórdia de Deus. A palavra a qual traduzi, substancialmente é o
mesmo que satisfazer, ter prazer. É como se ele dissesse: não me escudo em meu
próprio mérito, mas humildemente oro por livramento unicamente com base em tua
misericórdia. Quando fala de clamar diariamente, é uma prova de sua esperança e
confiança, do que falamos um pouco antes. O verbo clamar, como tenho tido
ocasião de observar várias vezes, denota a veemência e o ardor da alma. Os santos,
aliás, nem sempre oram em voz audível; porém seus suspiros e gemidos secretos
ressoam e ecoam fora e sobem de seus corações, penetrando o próprio céu. O
suplicante inspirado não só se representa como a clamar, mas como a perseverar
nessa atitude, para ensinar-nos que não estava desencorajado no primeiro ou no
segundo encontro, mas prosseguia em oração com incansável ardor. No versículo
seguinte, ele expressa mais definidamente por que suplicava a Deus que tivesse
misericórdia dele, ou, seja: para que sua angústia fosse removida. Na segunda
sentença, ele declara que não havia hipocrisia em seu clamor; porque ele elevou
sua alma a Deus, que é a principal característica da oração correta. “Alegra a
alma do teu servo, porque a ti, SENHOR, elevo a minha alma”.
Deus nos
abençoe!
João
Calvino (1509-1564).
*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba(PR).

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