"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



segunda-feira, 22 de novembro de 2021

“A BÊNÇÃO APOSTÓLICA”

 

“A BÊNÇÃO APOSTÓLICA”

“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” (2Co 13.13).

O apóstolo Paulo termina a epístola com uma oração constituída de três partes, nas quais está encerrado o todo de nossa salvação. Paulo deseja aos irmãos, antes de tudo, a graça de Cristo, em segundo lugar, o amor de Deus, em terceiro, a comunhão do Espírito. O termo “graça”, aqui, significa a bênção total da redenção. A ordem apresentada pode parecer invertida, visto que o amor exerce a prioridade. Nem sempre há na Escritura uma preocupação quanto à exatidão no arranjo dos termos, mas pode-se também dizer que a ordem, aqui, concorda com a forma doutrinal exposta na Escritura, segundo a qual nós, quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados pela morte de seu Filho (Rm 5.1), embora a Escritura geralmente fale disto de duas formas diferentes. Às vezes ela fala na forma já citada, que havia inimizade entre nós e Deus, até que fôssemos reconciliados por meio de Cristo. Por outro lado, lemos em João 3.16 que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito”. Estas duas declarações parecem contradizer uma à outra, porém é fácil reconciliá-las, pois na segunda, vemos pelo prisma de Deus, e na primeira vemos pelo nosso próprio ponto de vista. Porque Deus, no tocante a ele mesmo, nos amou desde antes da fundação do mundo e nos redimiu tão-somente porque nos amou; porém nós, quando olhamos para nós mesmos, nada vemos senão pecado a provocar a ira divina, e não podemos apropriar-nos do amor de Deus sem um Mediador. Portanto, no tocante a nós, a graça de Cristo é o princípio do amor de Deus. Examinando a questão na primeira forma, Paulo não estaria certo pondo a graça de Cristo antes do amor de Deus, porque não se pode pôr o efeito antes da causa; porém, do segundo ponto de vista, é correto começar com a graça de Deus por meio da qual Ele nos adotou como seus filhos, e honrou com seu amor àqueles a quem outrora mantinha sob a ira e abominação em razão do pecado.

A comunhão do Espírito é adicionada porque é somente sob a direção do Espírito que tomamos posse de Cristo e de todos os seus benefícios. Paulo parece também estar fazendo alusão à variedade dos dons do Espírito que ele menciona em outras partes, visto que Deus não concede o Espírito a alguém como um indivíduo isolado, senão que o distribui a cada um segundo a medida da graça, para que os membros da igreja compartilhem seus dons uns com os outros e assim nutram sua unidade.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.
(41)3242-1115

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