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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

“SALVAI ALGUNS, ARREBATANDO-OS DO FOGO”


SALVAI ALGUNS, ARREBATANDO-OS DO FOGO”

“E apiedai-vos de alguns que estão duvidosos; e salvai alguns, arrebatando-os do fogo; tende deles misericórdia com temor, aborrecendo até a roupa manchada da carne” (Jd 1.22,23).

Judas acrescenta outra exortação, explicando como os fiéis deveriam agir ao reprovar os irmãos a fim de restaurá-los ao Senhor. Ele os lembra de que os tais deveriam ser tratados de diferentes maneiras, cada um de acordo com a sua disposição. Com os mansos e ensináveis devemos usar de bondade; mas outros, que são duros e perversos, devem ser subjugados pelo terror. Este é o discernimento que ele menciona.

O sentido então é de que, se desejamos ter em consideração o bem-estar daqueles que se desviam, devemos considerar o caráter e a disposição de cada um, de modo que aqueles que são mansos e tratáveis sejam restaurados ao caminho reto de um modo gentil, como sendo objetos de piedade. Mas, se algum for perverso, deve ser corrigido com mais severidade. E, como a aspereza é por pouco detestável, ele a desculpa com base na necessidade, pois, de outro modo, aqueles que não seguem bons conselhos prontamente não podem ser salvos.

Além disso, ele emprega uma metáfora surpreendente. Quando há perigo de fogo, não hesitamos em arrebatar violentamente aqueles que desejamos salvar, pois não seria suficiente apontar com o dedo, ou estender gentilmente a mão. Assim também deveria ser tratada a salvação de alguns, porque eles só virão a Deus se puxados rudemente. A palavra salvar é transferida para os homens, não porque sejam os autores, mas os ministros da salvação.

“Aborrecendo até a roupa manchada da carne”. Judas queria que os fiéis não apenas se guardassem do contato com os vícios, mas, para que nenhum contágio os alcançasse, ele os lembra de que tudo o que faz limite com os vícios e está próximo deles deve ser evitado. Assim como, quando falamos da lascívia, dizemos que todos os incitamentos aos prazeres deveriam ser removidos. Esta passagem se tornará mais clara quando toda a sentença estiver completa - isto é, que devemos odiar não apenas a carne, mas também a túnica, que, pelo contato com aquela, é infectada. Assim sendo, ele não admite que o mal seja nutrido através da indulgência, de modo que manda que todos os preparativos e todos os acessórios, como dizem, sejam cortados.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário. 

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