"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



sexta-feira, 28 de junho de 2024

“QUEM COMER A MINHA CARNE E BEBER O MEU SANGUE”


“QUEM COMER A MINHA CARNE E BEBER O MEU SANGUE”

“Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele” (Jo 6.53-56).

Poucas passagens das Escrituras têm sido tão severamente adulteradas e distorcidas quanto essa que acabamos de ler. Os judeus não foram os únicos que encontraram dificuldades para entender o seu significado.

O “comer” e o “beber” referidos por Jesus não possuem qualquer significado literal. Além disso, essas palavras não foram pronunciadas em referência à Ceia do Senhor. É possível tomarmos a Ceia e, apesar disso, não comermos o corpo e bebermos o sangue de Cristo. Também é possível comermos e bebermos do seu corpo e do seu sangue, sem participarmos da Ceia do Senhor.

Consideremos atentamente o verdadeiro significado dessas palavras. A “carne e o sangue do Filho do Homem” referem-se ao sacrifício do próprio corpo de Cristo, oferecido por Ele ao morrer na cruz em favor dos pecadores. A expiação feita através de sua morte; a satisfação realizada por meio de seus sofrimentos como nosso substituto; a redenção que Ele consumou, por levar em seu próprio corpo, no madeiro, a penalidade dos nossos pecados - tudo isso é a verdadeira ideia que devemos ter em nossas mentes.

Comer e beber, sem os quais não haveria vida em nós, significa receber o sacrifício de Cristo; isto acontece quando o homem crê em “Cristo crucificado”, para sua salvação. Este é um ato íntimo e espiritual, procedente do coração; em nada se relaciona com o corpo físico. Em qualquer momento que o homem, ao sentir sua culpa e pecaminosidade, busca a Cristo e confia na expiação realizada por Ele na cruz, nesse mesmo instante tal homem come e bebe o corpo e o sangue do Filho do Homem. Pela fé, sua alma se alimenta do sacrifício de Cristo.

Lições práticas: Após ficar claro que a carne e o sangue mencionados referem-se ao sacrifício de Cristo e que comer e beber significa crer em Jesus Cristo, podemos perceber grandes verdades fundamentais do cristianismo.

1. Que a fé na expiação realizada por Cristo é essencial à salvação.

2. Que a fé na expiação nos une ao Salvador, nos mais íntimos vínculos possíveis, outorgando-nos o direito aos privilégios mais elevados. Nossas almas encontrarão a plena satisfação de suas necessidades, pois a carne de Cristo é “verdadeira comida” e o seu sangue “verdadeira bebida”. Ele nos garante tudo que precisamos, no presente e na eternidade. “Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”.

3. Que o ato de crer na expiação consumada por Cristo é um ato pessoal, a ser praticado e desfrutado a cada dia. Ninguém pode comer e beber por nós, assim como nenhuma outra pessoa pode crer por nós.

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário. 


“JERUSALEM OF GOLD”

“JERUSALEM OF GOLD”

ירושלים של זהב - הילה בן דוד



“Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do SENHOR, que fez o céu e a terra. Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda. É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel. O SENHOR é quem te guarda; o SENHOR é a tua sombra à tua direita. De dia não te molestará o sol, nem de noite, a lua. O SENHOR te guardará de todo mal; guardará a tua alma. O SENHOR guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre” (Sl 121.1-8).

Deus nos abençoe!

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Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário. 

segunda-feira, 24 de junho de 2024

“CADA ÁRVORE É CONHECIDA PELO SEU PRÓPRIO FRUTO”


“CADA ÁRVORE É CONHECIDA PELO SEU PRÓPRIO FRUTO”

“Porquanto cada árvore é conhecida pelo seu próprio fruto. Porque não se colhem figos de espinheiros, nem dos abrolhos se vindimam uvas. O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração” (Lc 6.44,45).

Destes versículos podemos aprender que existe apenas um teste satisfatório para julgarmos o caráter da vida espiritual de uma pessoa. Este teste é seu comportamento e conversa.

As palavras de nosso Senhor Jesus sobre este assunto são claras e inconfundíveis. Ele utilizou a ilustração de uma árvore e estabeleceu um princípio universal: “Cada árvore é conhecida pelo seu próprio fruto”. Mas Ele não parou por aí. Prosseguiu mostrando que a conversa de um homem revela o estado de seu coração: “A boca fala do que está cheio o coração”. Estas duas afirmativas são profundamente importantes. Ambas precisam ser guardadas entre as principais máximas de nosso cristianismo prático.

Este deve ser um firme princípio de nosso cristianismo: quando uma pessoa não apresenta o fruto do Espírito, ela não possui o Espírito Santo em seu coração. Resistamos, considerando-a um erro fatal, à ideia de que todas as pessoas batizadas são nascidas de novo, e que todos os membros da igreja têm o Espírito Santo. Uma simples pergunta deve ser nosso critério: que fruto esta pessoa está demonstrando? Ela abomina as obras da carne? Ela se arrependeu de seus pecados? De todo o coração, ela crê em Jesus Cristo? Ela vive em santidade, vencendo o mundo? Quando estes frutos estão ausentes, não podemos afirmar que alguém possui o Espírito de Deus em seu coração.

Também este deve ser um firme princípio de nosso cristianismo: quando a conversa geral de uma pessoa é ímpia, o seu coração está destituído da graça divina e ainda não se converteu ao Senhor Jesus. Não devemos aceitar a ideia habitual de que não podemos conhecer o coração dos outros e de que, embora os homens estejam vivendo de maneira pecaminosa, em seu íntimo possuem bons corações. Tal ideia é contrária ao ensino de nosso Senhor. A maior parte da conversa de uma pessoa é mundana, carnal, contrária às coisas espirituais, ímpia e profana? Então reconheçamos que esse é o estado de seu coração.

Terminemos esta palavra com uma auto-inquirição, utilizando-a para julgar nosso próprio estado diante de Deus. Que frutos estamos apresentando em nossas vidas? São do Espírito de Deus, ou não? Que tipo de evidência nossas conversas fornecem quanto ao estado de nosso coração? Falamos como pessoas cujos corações são retos diante de Deus? Não podemos esquivar-nos do ensino apresentando por nosso Mestre e Senhor: a conduta é o grande teste do caráter e as palavras são uma grande evidência do estado de nosso coração.

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

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Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.

“POR QUE VÊS TU O ARGUEIRO NO OLHO DE TEU IRMÃO?”


POR QUE VÊS TU O ARGUEIRO NO OLHO DE TEU IRMÃO?

Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Como poderás dizer a teu irmão: Deixa, irmão, que eu tire o argueiro do teu olho, não vendo tu mesmo a trave que está no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão” (Lc 6.41-42).

Destes versículos aprendemos que devem se esforçar para manter uma vida pura aqueles que repreendem os pecados dos outros. Nosso Senhor Jesus nos ensina esta lição por meio de uma afirmação prática. Ele nos mostra a falta de coerência da parte de uma pessoa culpar a outra por ter “um argueiro”, ou seja, algo insignificante em seu olho, enquanto ela própria tem uma “trave”, algo enorme em seu próprio olho.

Esta é uma lição que tem de ser recebida com qualificações bíblicas e adequadas. Se alguém tivesse de pregar e ensinar aos outros somente quando estivesse completamente sem falhas, não haveria ensino ou pregação no mundo. Aquele que errou jamais seria corrigido, e os ímpios nunca seriam repreendidos. Atribuir este significado às palavras de nosso Senhor faria colidir com o evidente ensino das Escrituras.

O principal objetivo de nosso Senhor era gravar na mente de seus pregadores e ensinadores a importância de uma vida coerente. Esta passagem é um solene aviso para não contradizermos com nossas vidas aquilo que dizemos com nossos lábios. O ministério de um pregador não conquistará a atenção dos ouvintes, a menos que ele pratique aquilo que ensina. Ordenação no pastorado, graus universitários, títulos e aceitação pública de possuir sã doutrina, estas coisas não asseguram ao sermão do pastor o respeito de seus ouvintes, se a igreja percebe que ele possui hábitos pecaminosos.

No entanto, existem muitas coisas nesta pastoral que todos faremos bem se recordarmos. É uma lição que muitas pessoas, e não somente os pastores, devem considerar com seriedade. Todos os esposos, chefes do lar, pais, professores, responsáveis por jovens, deveriam pensar com frequência sobre o “argueiro” e a “trave”. Todas estas pessoas deveriam ver nas palavras de nosso Senhor a poderosa lição de que nada influencia tanto aos outros quando a coerência.

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

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terça-feira, 11 de junho de 2024

“VEDE QUE NÃO SEJAIS MUTUAMENTE DESTRUÍDOS”

 

“VEDE QUE NÃO SEJAIS MUTUAMENTE DESTRUÍDOS”

“Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos. Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne” (Gl 5.15,16).

À luz da natureza do tema, tanto quanto das palavras, é possível conjecturarmos que os gálatas tinham desavenças entre si; pois diferiam em matéria de doutrina. O apóstolo Paulo agora demonstra, à luz do resultado, quão destrutivo é um mal desse gênero no seio da Igreja. Portanto, é possível que o Senhor haja punido sua ambição, orgulho e outros pecados com o ingresso de falsas doutrinas. Tal coisa se pode inferir à luz do que é costumeiro e à luz da declaração de Moisés em Deuteronômio 13.3.

Pelos termos morder e devorar, o apóstolo, a meu ver, tem em mente as calúnias, as acusações, brigas e outros tipos de discórdias verbais, bem como atos de injustiça oriundos ou da fraude ou da violência. E qual é o fim deles? Ser destruídos, diz Paulo. A propriedade do amor, porém, é a mútua proteção e bondade. Recordemos sempre, quando o diabo nos empurrar para as controvérsias, que as desavenças dos membros no seio da Igreja, não nos levam a parte alguma, senão para a ruina e destruição de todo o corpo. Quão desditoso, quão louco é que nós, membros do mesmo corpo, conspiremos voluntariamente e de comum acordo para a mútua destruição?

A ruína da Igreja não é um mal de somenos importância. Portanto, seja o que for que a ameace, deve ser resistido com determinação. Mas, com que método? Quando a carne não exerce domínio sobre nós, e quando nos sujeitamos ser governados pelo Espírito de Deus. O apóstolo insinua que os gálatas eram carnais, destituídos do Espírito de Deus e que viviam uma vida indigna de cristãos. Pois, donde sucede que atacavam uns aos outros, senão do fato de que eram guiados pelas concupiscências da carne? Tal coisa, diz ele, é sólida evidência de que não andavam segundo o Espírito.

Devemos atentar para a expressão, jamais satisfareis. Paulo a usa no seguinte sentido: ainda que os filhos de Deus estejam sujeitos a pecar enquanto gemem sob o fardo da carne, todavia não são seus vassalos ou escravos, senão que se esforçam por resistir o pecado. O homem espiritual não está isento das concupiscências da carne e seus constantes apelos, porém não se curva para permitir que reinem sobre ele.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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segunda-feira, 10 de junho de 2024

“AMARÁS O TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO”

“AMARÁS O TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO”

“Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Gl 5.14).

Aquele que ama concederá a cada pessoa o que lhe é de direito, não injuriará nem fará dano a quem quer que seja, e, quanto lhe for possível, fará bem a todos. Haverá algo mais para se cumprir na segunda tábua? Esse é também o argumento que o apóstolo Paulo usa em Romanos. A palavra próximo inclui todas as pessoas vivas. Pois estamos todos unidos por uma natureza comum, segundo nos lembra o profeta Isaías: “que não desprezes o fulgor da tua carne” [Is 58.7]. A imagem de Deus deve ser um vínculo de união especialmente sagrado. Por isso, aqui não se faz qualquer distinção entre amigo e inimigo, pois os perversos não podem anular o direito natural.

A frase, como a ti mesmo, significa que, como cada pessoa é movida a amar a si própria em obediência ao impulso da carne, assim o amor por nosso próximo nos é imposto por Deus. Pois há os que subvertem e não interpretam as palavras do Senhor, os quais inferem delas que o amor devido a nós mesmos é sempre o primeiro quanto à ordem, porque quem é governado é inferior ao que governa. Pois se o amor por nós mesmos fosse o governante, logicamente seria justo e santo e aprovado por Deus. Mas jamais amaremos o nosso próximo sinceramente e em consonância com o critério do Senhor enquanto não tivermos corrigido o amor por nós mesmos. Os dois afetos são opostos e contraditórios; pois o amor [amor] por nós mesmos gera negligência e menosprezo pelos outros, gera crueldade, é a fonte de avareza, de violência, de falsidade e de todos os vícios afins, nos compele à impaciência e nos arma com o desejo de vingança. O Senhor, portanto, requer que ele seja mudado para caridade.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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“TODA A LEI SE CUMPRE EM UM SÓ PRECEITO”

“TODA A LEI SE CUMPRE EM UM SÓ PRECEITO”

“Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Gl 5.14).

Neste versículo, uma antítese deve ser completada entre a exortação do apóstolo Paulo e a doutrina dos falsos apóstolos. Enquanto insistiam só sobre cerimônias, Paulo relanceia de passagem sobre os verdadeiros deveres e exercícios dos cristãos. A presente recomendação do amor visava a ensinar aos gálatas que ele forma a principal parte da perfeição cristã. Mas devemos ver por que todos os preceitos da lei se encontram compreendidos no amor. A lei consiste de duas tábuas: a primeira das quais ensina sobre o culto divino e os deveres da piedade; e a segunda, os deveres do amor. Pois é absurdo tomar uma parte como se fosse o todo. Alguns evitam isso, dizendo que a primeira tábua nada contém senão amar a Deus com o nosso coração íntegro. Paulo, porém, expressamente menciona o amor devido ao próximo, e por isso se deve buscar uma solução firme. Piedade para com Deus, confesso, é mais proeminente do que o amor devido aos irmãos; e assim a observância da primeira tábua é mais valiosa à vista de Deus do que a da segunda. Mas como Deus pessoalmente é invisível, assim a piedade é algo oculto aos sentidos humanos. E embora as cerimônias sejam destinadas a testificar dela, todavia não são provas infalíveis. Às vezes sucede de ninguém ser mais zeloso e sistemático em observar as cerimônias do que os hipócritas. Deus, portanto, quer fazer prova de nosso amor para ele através do amor devido ao nosso irmão, o qual ele nos recomenda. Eis a razão porque não só aqui, mas também em Romanos 13.8,10, o amor é chamado de cumprimento da lei, não porque seja ele superior ao culto divino, mas porque ele é a prova deste. Deus, como já disse, é invisível; mas ele se nos representa nas pessoas dos irmãos, e nessas pessoas requer o que é devido a ele mesmo. O amor para com os homens flui tão-somente do temor e do amor de Deus. Portanto, não causaria surpresa se por meio de sinédoque o efeito incluir em si a causa da qual ele é o sinal. Seria, porém, errôneo separar o amor a Deus do amor aos homens.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.

sexta-feira, 7 de junho de 2024

“VIA DOLOROSA”




“VIA DOLOROSA”

Pela Via Dolorosa, em Jerusalém se viu
Os soldados conduziam meu Jesus
Mas o povo se juntava
Para ver Aquele que levava a cruz.

Com seu corpo já ferido
E marcado pela dor
A coroa de espinhos, viu então
Mas ouvia, a cada passo
Escárnios a ferir-lhe o coração.

Pela Via Dolorosa, a sofrer terrível dor
Como ovelha veio Cristo, Rei e Senhor
Mas quanto amor Jesus mostrou morrendo ali
Por ti, por mim
Pela Via Dolorosa, ao calvário
Segue enfim.

Com seu corpo já ferido
E marcado pela dor
A coroa de espinhos viu então
Mas ouvia, a cada passo
Escárnios a ferir-lhe o coração.

Pela Via Dolorosa, a sofrer terrível dor
Como ovelha veio Cristo, Rei e Senhor
Mas quanto amor Jesus mostrou morrendo ali
Por ti, por mim
Pela Via Dolorosa, ao calvário
Segue enfim.

Seu sangue, porém, a muitos também
Iria remir a Jerusalém.

Pela Via Dolorosa, a sofrer terrível dor
Como ovelha veio Cristo, Rei e Senhor
Mas quanto amor Jesus mostrou morrendo ali
Por ti, por mim
Pela Via Dolorosa, ao calvário
Segue enfim.

Deus nos abençoe!

quarta-feira, 5 de junho de 2024

“ANTES, ME RECEBESTES COMO ANJO DE DEUS”


“ANTES, ME RECEBESTES COMO ANJO DE DEUS”

“E, posto que a minha enfermidade na carne vos foi uma tentação, contudo, não me revelastes desprezo nem desgosto; antes, me recebestes como anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus” (Gl 4.14).

Diz o apóstolo Paulo aos Gálatas: E, posto que a minha enfermidade na carne vos foi uma tentação, contudo, não me revelastes desprezo nem desgosto, ou seja: “Ainda que percebestes que eu, pelo prisma do mundo, não passava de um homem humilde, todavia não me rejeitastes”. Ele a denomina de “tentação” ou “provação”, visto que era algo desconhecido ou obscuro, e não conseguia ocultá-lo, como as pessoas ambiciosas costumam fazer quando se sentem envergonhadas de sua pequenez. Às vezes sucede que os indignos são aplaudidos antes que sua nudez seja percebida, mas logo depois são descartadas em meio à vergonha e descrédito.

Antes, me recebestes como anjo de Deus. É assim que todo ministro de Deus deve ser considerado. Porque, como Deus nos distribui suas graças pela atividade dos anjos, assim os mestres piedosos são divinamente levantados para administrar-nos a mais excelente de todas as bênçãos, ou seja, a doutrina da salvação eterna. Portanto, aqueles por cujas mãos Deus nos dispensa um tesouro de tal natureza são merecidamente comparados a anjos. Além disso, eles são os mensageiros de Deus, por cujos lábios Deus nos fala. E esse argumento se encontra em Malaquias 2.7.

Mas Paulo se eleva ainda mais e acrescenta: como o próprio Cristo Jesus. Porquanto o próprio Senhor ordena que seus ministros sejam considerados assim como ele é: “Quem vos der ouvidos, ouve a mim, e quem vos rejeitar, a mim me rejeita” [Lc 10.16]. E não é para menos! Pois é em seu lugar que se desincumbem de sua embaixada. E assim executam a parte daquele em lugar de quem eles agem. Esses são seus louvores com os quais a majestade do evangelho nos é exibida e seu ministério adornado. Se é a ordem de Cristo que seus ministros sejam assim honrados, é indubitável que desprezá-los é algo que procede da instigação do diabo. E deveras jamais poderão ser desprezados enquanto a Palavra de Deus for dignificada. Os que querem ser honrados como anjos devem desempenhar o papel dos anjos. Os que querem ser ouvidos como Cristo o é, então que fielmente mantenham imaculada a sua Palavra.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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terça-feira, 4 de junho de 2024

“OS JUSTOS FLORESCERÃO COMO A PALMEIRA”

“OS JUSTOS FLORESCERÃO COMO A PALMEIRA”

“O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano. Plantados na Casa do SENHOR, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor” (Sl 92.12-14).

O justo florescerá como a palmeira. O salmista então passa à consideração de outra verdade geral: que embora Deus exercite seu povo com muitas provações, o sujeite a dificuldades e o visite com privações, ele eventualmente mostra que não os tem esquecido. Não carece que nos sintamos surpresos ante sua insistência tão explícita e cuidadosa neste ponto, como nada sendo mais difícil do que para os santos de Deus nutrirem expectativas de se soerguerem e se verem livres quando forem reduzidos quase à condição dos mortos, cuja aparência não revela que estão vivos. A menção da palmeira e do cedro, o sentido é simplesmente que, embora os justos pareçam por algum tempo murchos, ou que permaneçam cortados, novamente brotarão com renovado vigor e florescerão tanto e com tanta beleza na Igreja de Deus à semelhança dos cedros do Líbano. A expressão empregada - Plantados na Casa do SENHOR - justifica a razão de seu vigoroso crescimento; tampouco significa que meramente têm um lugar ali (o que se pode dizer dos hipócritas), mas que estão firmemente fixos e profundamente arraigados nela, de modo a estarem unidos a Deus. O salmista fala dos átrios do nosso Deus, porque a ninguém, senão aos sacerdotes, se permitia entrar no santo lugar; o povo adorava no átrio. Pela expressão, os que são plantados na Igreja, ele quer dizer que somos unidos a Deus numa conexão real e sincera, e insinua que sua prosperidade não pode ser de uma natureza mutável e flutuante, porque ela não se fundamenta em algo pertencente a este mundo. Nem podemos duvidar que tudo o que tem suas raízes e se fundamenta no santuário continuará a florescer e a ter participação na vida, a qual é espiritual e eterna. É neste sentido que ele fala de ainda produzir fruto e ser viçoso, mesmo na velhice, quando o vigor e a seiva geralmente estão secos. A linguagem equivale a que estão isentos da sorte ordinária dos homens e têm uma vida que é removida de sob a lei comum da natureza. É por isso que Jacó, falando da grande renovação que ocorreu na Igreja, faz menção daquele feliz período em que, tendo alguém cem anos de idade, seria ainda criança, significando que, embora a velhice naturalmente tende para a morte, e quem tiver vivido cem anos se encontra nos próprios limites dela, todavia no reino de Cristo uma pessoa deve se considerar como estando meramente em sua infância e se iniciando na vida, se ingressando num novo século. Isso só podia ser verificado no sentido em que depois da morte teremos outra existência no céu.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.