"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



terça-feira, 11 de junho de 2024

“VEDE QUE NÃO SEJAIS MUTUAMENTE DESTRUÍDOS”

 

“VEDE QUE NÃO SEJAIS MUTUAMENTE DESTRUÍDOS”

“Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos. Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne” (Gl 5.15,16).

À luz da natureza do tema, tanto quanto das palavras, é possível conjecturarmos que os gálatas tinham desavenças entre si; pois diferiam em matéria de doutrina. O apóstolo Paulo agora demonstra, à luz do resultado, quão destrutivo é um mal desse gênero no seio da Igreja. Portanto, é possível que o Senhor haja punido sua ambição, orgulho e outros pecados com o ingresso de falsas doutrinas. Tal coisa se pode inferir à luz do que é costumeiro e à luz da declaração de Moisés em Deuteronômio 13.3.

Pelos termos morder e devorar, o apóstolo, a meu ver, tem em mente as calúnias, as acusações, brigas e outros tipos de discórdias verbais, bem como atos de injustiça oriundos ou da fraude ou da violência. E qual é o fim deles? Ser destruídos, diz Paulo. A propriedade do amor, porém, é a mútua proteção e bondade. Recordemos sempre, quando o diabo nos empurrar para as controvérsias, que as desavenças dos membros no seio da Igreja, não nos levam a parte alguma, senão para a ruina e destruição de todo o corpo. Quão desditoso, quão louco é que nós, membros do mesmo corpo, conspiremos voluntariamente e de comum acordo para a mútua destruição?

A ruína da Igreja não é um mal de somenos importância. Portanto, seja o que for que a ameace, deve ser resistido com determinação. Mas, com que método? Quando a carne não exerce domínio sobre nós, e quando nos sujeitamos ser governados pelo Espírito de Deus. O apóstolo insinua que os gálatas eram carnais, destituídos do Espírito de Deus e que viviam uma vida indigna de cristãos. Pois, donde sucede que atacavam uns aos outros, senão do fato de que eram guiados pelas concupiscências da carne? Tal coisa, diz ele, é sólida evidência de que não andavam segundo o Espírito.

Devemos atentar para a expressão, jamais satisfareis. Paulo a usa no seguinte sentido: ainda que os filhos de Deus estejam sujeitos a pecar enquanto gemem sob o fardo da carne, todavia não são seus vassalos ou escravos, senão que se esforçam por resistir o pecado. O homem espiritual não está isento das concupiscências da carne e seus constantes apelos, porém não se curva para permitir que reinem sobre ele.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.

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