“RESTAURA-NOS, Ó DEUS”
“Restaura-nos, ó
Deus; faze resplandecer o teu rosto, e seremos salvos” (Sl 80.3).
O significado
desta oração é este: Restaura-nos a nossa primeira condição. Haviam rogado, no
versículo precedente, que Deus renovasse sua força diante de Efraim, Benjamim e
Manassés (v. 2); e agora se queixam de que não passavam de proscritos enquanto
Deus não os socorresse e remediasse sua miserável dispersão. Alguns entendem as
palavras restaura-nos ou faz-nos voltar novamente como uma
referência a uma maneira diferenciada; ou, seja, como uma oração para que Deus
lhes concedesse o espírito de regeneração. Mas sendo tal interpretação refinada
demais, será melhor aderir ao primeiro sentido, a saber: considerar a expressão
no sentido em que os fiéis, sob a adversidade com que eram afligidos, recorreram
a Deus, cuja obra peculiar é restaurar os mortos à vida. Reconhecem, de um
lado, que todas suas misérias tinham que ser ligadas a isto, como sua causa:
que Deus, estando irado por causa de seus pecados, ocultava deles sua face; e,
por outro lado, esperam obter plena salvação tão-somente através do favor
divino. Ser-nos-á, dizem, na verdade uma ressurreição, quando teu semblante resplandecer
sobre nós. Sua linguagem subentende que, contanto que Deus lhes estenda sua
misericórdia e favor, seriam felizes e todas suas atividades prosperariam.
“Seja a tua mão sobre o povo da tua destra, sobre o filho do
homem que fortaleceste para ti. E assim não nos apartaremos de ti; vivifica-nos,
e invocaremos o teu nome. Restaura-nos, ó Senhor, Deus dos Exércitos, faze
resplandecer o teu rosto, e seremos salvos” (Sl 80.17-19).
Deus nos abençoe!
João Calvino (1509-1564).
*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba/PR.

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