"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quarta-feira, 13 de agosto de 2025

“TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO”


“TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO”

“Acaso, não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (1Co 6.19,20).

O apóstolo Paulo usa mais dois argumentos para abstermo-nos da imundícia. O primeiro consiste em que “os nossos corpos são templos do Espírito Santo”; e o segundo consiste em que não vivemos sob nossa própria jurisdição, visto que o Senhor nos adquiriu para ele mesmo como sua propriedade particular. Há uma associação de ênfase no uso do termo “templo”, pois, visto que o Espírito de Deus não pode permanecer num ambiente impuro, tornamo-nos sua residência somente quando nos consagramos como seus santuários. Que grande honra nos confere Deus em querer habitar em nós! Portanto, que vivamos em pleno temor a fim de não o expulsarmos, e ele, por sua vez, nos abandone, irado contra os nossos atos sacrílegos.

E que não sois de vós mesmos? Este é o segundo argumento, a saber: que não estamos sob nossa própria autoridade, vivendo segundo o nosso bel-prazer. A razão que ele apresenta em prol disto é que o Senhor já pagou o preço de nossa redenção, e nos adquiriu para ele mesmo. Paulo se expressa em termos similares em Romanos 14.9: “Porque foi para isto que Cristo morreu e ressuscitou, para ser Senhor tanto dos mortos como dos vivos”.

Então, a palavra “preço” pode ser considerada de duas formas, a saber: Podemos entendê-la num sentido literal, como quando falamos normalmente de algo como tendo um “valor de custo”, visto que desejamos deixar bem claro que não o obtemos de graça. O outro significado é aquele substituído por “caro”, “alto preço”, quando geralmente descrevemos as coisas que nos custam um valor muito elevado. Em minha opinião, não há dúvida de que o segundo é mais satisfatório. O apóstolo Pedro escreve em termos similares: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa maneira de viver...mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1Pe 1.18,19). Eis o sentido: que a redenção nos mantenha constrangidos, e mantenha a licenciosidade de nossa carne sob a pressão do freio da obediência.

“Glorificai a Deus no vosso corpo”. Dessa conclusão torna-se evidente que os coríntios presumiam que podiam fazer o que bem lhes agradasse com respeito às questões externas, as quais tinha de ser limitadas e refreadas. O apóstolo Paulo, pois, fornece os meios de correção, aqui, onde ele os avisa de que o corpo, bem como a alma, estão sujeitos a Deus, e, portanto, é justo que ambos sirvam à sua glória. É como se dissesse: “Na verdade, a mente de um crente deve ser pura diante de Deus, mas também assim deve ser no tocante à sua conduta externa, a qual é vista pelos homens; esta deve estar em submissão, visto que a autoridade sobre ambos pertence a Deus, que redimiu a ambos”. Com o mesmo propósito em vista, ele assevera no versículo 19 que não é apenas nossa mente, mas também nosso corpo, ambos são templos do Espírito Santo, de modo que não tenhamos ilusão de que podemos inocentar-nos diante dele, pois só podemos fazer isso quando nos dedicamos ao seu serviço, total e sinceramente, para que venhamos também direcionar as ações externas de nossas vidas segundo [os parâmetros de] sua Palavra.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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