“TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO”
“Acaso, não
sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que está em vós, o qual
tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados
por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (1Co 6.19,20).
O apóstolo Paulo
usa mais dois argumentos para abstermo-nos da imundícia. O primeiro consiste em
que “os nossos corpos são templos do
Espírito Santo”; e o segundo consiste em que não vivemos sob nossa própria
jurisdição, visto que o Senhor nos adquiriu para ele mesmo como sua propriedade
particular. Há uma associação de ênfase no uso do termo “templo”, pois, visto que o Espírito de Deus não pode permanecer num
ambiente impuro, tornamo-nos sua residência somente quando nos consagramos como
seus santuários. Que grande honra nos confere Deus em querer habitar em nós! Portanto,
que vivamos em pleno temor a fim de não o expulsarmos, e ele, por sua vez, nos
abandone, irado contra os nossos atos sacrílegos.
E que não sois
de vós mesmos? Este é o segundo argumento, a
saber: que não estamos sob nossa própria autoridade, vivendo segundo o nosso
bel-prazer. A razão que ele apresenta em prol disto é que o Senhor já pagou o
preço de nossa redenção, e nos adquiriu para ele mesmo. Paulo se expressa em
termos similares em Romanos 14.9: “Porque foi para isto que Cristo morreu e
ressuscitou, para ser Senhor tanto dos mortos como dos vivos”.
Então, a palavra
“preço” pode ser considerada de duas formas, a saber: Podemos entendê-la num
sentido literal, como quando falamos normalmente de algo como tendo um “valor
de custo”, visto que desejamos deixar bem claro que não o obtemos de graça. O
outro significado é aquele substituído por “caro”, “alto preço”, quando
geralmente descrevemos as coisas que nos custam um valor muito elevado. Em
minha opinião, não há dúvida de que o segundo é mais satisfatório. O apóstolo
Pedro escreve em termos similares: “Sabendo que não foi com coisas
corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa maneira de
viver...mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e
incontaminado” (1Pe 1.18,19). Eis o sentido: que a redenção nos mantenha constrangidos,
e mantenha a licenciosidade de nossa carne sob a pressão do freio da obediência.
“Glorificai a
Deus no vosso corpo”. Dessa conclusão torna-se
evidente que os coríntios presumiam que podiam fazer o que bem lhes agradasse
com respeito às questões externas, as quais tinha de ser limitadas e refreadas.
O apóstolo Paulo, pois, fornece os meios de correção, aqui, onde ele os avisa
de que o corpo, bem como a alma, estão sujeitos a Deus, e, portanto, é justo
que ambos sirvam à sua glória. É como se dissesse: “Na verdade, a mente de um
crente deve ser pura diante de Deus, mas também assim deve ser no tocante à sua
conduta externa, a qual é vista pelos homens; esta deve estar em submissão,
visto que a autoridade sobre ambos pertence a Deus, que redimiu a ambos”. Com o
mesmo propósito em vista, ele assevera no versículo 19 que não é apenas nossa
mente, mas também nosso corpo, ambos são templos do Espírito Santo, de modo que
não tenhamos ilusão de que podemos inocentar-nos diante dele, pois só podemos
fazer isso quando nos dedicamos ao seu serviço, total e sinceramente, para que
venhamos também direcionar as ações externas de nossas vidas segundo [os parâmetros
de] sua Palavra.
Deus nos
abençoe!
João Calvino (1509-1564).
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