"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



segunda-feira, 28 de julho de 2025

“O SÉTIMO MANDAMENTO”


“O SÉTIMO MANDAMENTO”

“Não cometerás adultério” [Êx 20.14].

TEOR E APLICAÇÃO DO SÉTIMO MANDAMENTO

Seu propósito: visto que Deus ama a castidade e a pureza, importa que nos mantenhamos distância de toda impureza. A suma, portanto, é que não nos poluamos com qualquer imundície ou libidinosa incontinência. A isto corresponde o preceito afirmativo: que dirijamos todas as partes de nossa vida casta e continentemente. De uma maneira mais expressa proíbe a fornicação, à qual tende toda sorte de luxúria, a fim de que, pela natureza e desonestidade que consigo leva – que é mais acentuada e palpável nela, enquanto desonra o próprio corpo –, nos incite a detestar todo gênero de luxúria.

Porquanto o ser humano foi criado com esta lei: que não viva uma vida solitária, ao contrário usufrua de um recurso que é seu por direito. Depois disso, pela maldição do pecado, se viu mais atrelado a esta necessidade. Neste aspecto, de acordo com nossa necessidade, o Senhor nos socorreu quando instituiu o matrimônio, cuja união, consumada por sua autoridade, também santificou com sua bênção. Donde se deduz que diante dele não só é maldita toda e qualquer outra união fora do matrimônio, como também essa própria união conjugal foi ordenada como um remédio indispensável para que não nos atiremos a desenfreada concupiscência.

Portanto, não sejamos complacentes conosco mesmos, quando ouvirmos que um homem não pode coabitar com uma mulher fora do matrimônio, sem a maldição de Deus.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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domingo, 27 de julho de 2025

“O SEXTO MANDAMENTO”


“O SEXTO MANDAMENTO”

“Não matarás” [Êx 20.13].

TEOR E APLICAÇÃO DO SEXTO MANDAMENTO

A finalidade do mandamento é: Visto que o Senhor vinculou o gênero humano como que por uma unidade precisa, a cada um deve ser delegada a preservação de todos. Em suma, é-nos, portanto, proibida toda violência e brutalidade, e, de um modo geral, toda e qualquer ação deletéria pela qual venha a sofrer dano o corpo do próximo. Consequentemente, inculca-se-nos aplicá-lo fielmente, se algo em nosso poder é de valia para proteger a vida do próximo, buscar o que lhe contribui para a tranquilidade, sermos vigilantes em desviar dele as coisas nocivas, dar-lhe ajuda, caso esteja em alguma situação de perigo.

Se tens em lembrança que Deus está assim a falar como o Legislador, pondera, ao mesmo tempo, que por esta norma ele quer regular-te a alma. Pois seria risível que esse que esquadrinha as próprias cogitações do coração humano e nelas particularmente se detém, nada mais instruísse à verdadeira justiça senão o corpo. Por tanto, por esta lei não só se proíbe o homicídio do coração, mas também se prescreve a disposição interior de conservar-se a vida de um irmão. A mão, de fato, perpetra o homicídio; concebe-o, porém, a mente, enquanto é impregnada pela ira e pelo ódio. Vê se te possas irar contra um irmão sem que ardas em desejo de ir à forra. Se não te podes contra ele irar, então nem mesmo odiá-lo, uma vez que o ódio outra coisa não é senão ira inveterada. Ainda que o dissimules e através de vãos subterfúgios tentes desembaraçar-te dele, onde está a ira ou o ódio, aí está a disposição maléfica. Se persistes em tergiversar, já foi pronunciado pela boca do Espírito que é homicida aquele que em seu coração odeia ao irmão [1Jo 3.15]; já foi pronunciado pela boca do Senhor Jesus Cristo que é passível a juízo aquele que se ira contra seu irmão, que é passível ao tribunal aquele que sem motivo insultá-lo; que é passível ao inferno de fogo aquele que tenha dito: idiota [Mt 5.22].

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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“O TERCEIRO MANDAMENTO”

“O TERCEIRO MANDAMENTO”

“Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” [Êx 20.7].

TEOR E APLICAÇÃO DO TERCEIRO MANDAMENTO

A finalidade do mandamento é que Deus quer que a majestade de seu nome nos seja sacrossanta. Logo, a suma será que não a profanemos tratando-o com menosprezo e irreverentemente. A esta injunção restritiva corresponde, em paralelo, o preceito positivo de que nos empenhemos e preocupemos em buscá-la com religiosa reverência. Dessa forma, assim nos convém estar dispostos no pensar e no falar que nada pensemos ou falemos acerca do próprio Deus e de seus mistérios, a não ser reverentemente e com muita sobriedade, de sorte que, em estimando-lhe as obras, nada concebamos a não ser o que lhe é honroso.

Estes três pontos, insisto, importa observar não negligentemente: primeiro, que tudo quanto a mente concebe a seu respeito, tudo quanto a língua profere, saiba sua excelência e corresponda à sagrada sublimidade de seu nome, afinal, seja adequado a enaltecer-lhe a magnificência. Segundo, não abusemos, temerária e pervertidamente, de sua santa Palavra e de seus venerandos mistérios, seja a serviço da ambição, seja a serviço da avareza, seja a serviço de nossos divertimentos. Pelo contrário, uma vez que trazem impressa em si a dignidade de seu nome, tenham sempre entre nós sua honra e apreço. Finalmente, não lhe difamemos ou desacreditemos as obras, como contra ele costumam injuriosamente vociferar homens miseráveis; ao contrário, tudo quanto rememoramos como feito por ele, celebremo-lo com os louvores de sabedoria, de justiça e de bondade.

Nisto consiste santificar o nome de Deus. Quando se procede de outra maneira, de vão e ímpio abuso se polui ele, porque é subtraído do uso legítimo a que unicamente fora consagrado, e, ainda que em nada mais seja despojado, entretanto de sua dignidade se torna desprezível aos poucos. Ora, se tanto há de mal nesta temerária propensão de abusar improcedentemente do nome divino, muito mais nisto, se a nefários usos se confere, como aqueles que o fazem servir às superstições da necromancia, às imprecações execráveis, aos exorcismos ilícitos e a outros ímpios encantamentos.

Mas, neste mandamento se tem em conta, acima de tudo, o juramento, em que é sobremodo detestável o uso pervertido do nome divino, para que daí melhor nos atemorizemos de toda profanação dele, sob qualquer forma. Entretanto, aqui se trata antes do culto de Deus e da reverência de seu nome, contudo não da equidade que se deve cultivar entre os homens, daí se evidencia que, em seguida, condenará na segunda tábua o perjúrio e o falso testemunho, com que é agravada a sociedade humana. Ora, seria supérflua repetição se este mandamento tratasse do dever da caridade. Já a própria divisão dos mandamentos também postula isto, porque, como já se disse, não sem razão Deus atribui duas tábuas à sua lei. Donde se conclui que Deus está aqui reivindicando para si este seu direito e preservando a santidade de seu nome, não, porém, a ensinar o que os homens devam aos homens.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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segunda-feira, 21 de julho de 2025

Eline Bakker - Huiskamer Worship Set

Huiskamer Worship Set 

“Bendirei o SENHOR em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios” (Sl 34.1).


“A descoberta mais importante que você fará é o amor que o Pai tem por você. Seu poder na oração fluirá da certeza de que Aquele que o criou o ama. Ele não olha para você com raiva; Ele está do seu lado. A menos que nossa missão e nossos atos de amor, nossa intercessão, súplica e batalha espiritual comecem e terminem no conhecimento do amor do Pai, agiremos e oraremos por desespero e dever, em vez de revelação, expectativa e alegria”. 

Pete Greig

Deus nos abençoe!

sexta-feira, 18 de julho de 2025

“ELE CONHECE A NOSSA ESTRUTURA”


“ELE CONHECE A NOSSA ESTRUTURA”

“Pois ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó” (Sl 103.14).

O salmista Davi aniquila toda e qualquer dignidade que os homens porventura arroguem para si e assevera que é em consideração a nossa miséria, e tão-somente isso, que Deus se sente movido a exercer paciência para conosco. É preciso que observemos isso uma vez mais e com muita prudência, não só com o propósito de vencer o orgulho de nossa carne, mas também para que o senso de nossa indignidade não nos impeça de confiar em Deus. Quanto mais miserável e deplorável é nossa condição, mais inclinado se vê Deus a exercer misericórdia, pois à vista de sermos barro e pó é suficiente para incitá-lo a fazer-nos o bem.

Para o mesmo fim é a comparação imediatamente seguinte [v. 15], a saber: que toda a excelência do homem fenece como uma frágil flor à primeira lufada de vento. É deveras impróprio dizer que o homem floresce. Mas como é possível alegar-se que ele é, não obstante, distinguido por um ou outro dote, Davi admite que ele floresce como a erva, em vez de dizer, como tem feito com razão, que ele é um vapor ou sombra, ou algo que se converte em nada. Ainda que, enquanto vivermos neste mundo, sejamos adornados com dons naturais, e, para nada dizer de outras coisas, “vivemos, nos movemos e temos nossa existência em Deus” [At 17.28], todavia, como nada temos exceto o que depende da vontade de outro, e que pode ser tirado de nós a qualquer momento, nossa vida é apenas uma mostra ou sombra que passa. O tema aqui discutido é propriamente a brevidade da vida, o que Deus leva em conta para mui compassivamente nos perdoar, como lemos em outro Salmo: “Por que se lembrou de que eram de carne, vento que passa e não volta” [SI 78.39]. Se alguém pergunta por que Davi, não fazendo menção da alma, a qual todavia é a parte principal do homem, declara sermos pó e barro, respondo que basta que Deus seja misericordiosamente induzido a sustentar-nos, quando ele vê que nada excede nossa vida em fragilidade. E ainda que a alma, depois de partir da prisão do corpo, permanece viva, todavia, ao se dar assim com ela, isso não provém de algum poder inerente que porventura exista nela. Caso Deus subtraísse sua graça, a alma não seria mais que uma bolha ou sopro, ainda quando o corpo não passa de pó; e assim com certeza não seria achado em toda a constituição humana outra coisa senão mera vaidade.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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“COMO UM PAI SE COMPADECE DE SEUS FILHOS”


“COMO UM PAI SE COMPADECE DE SEUS FILHOS”

“Como um pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se compadece dos que o temem” (Sl 103.13).

O salmista Davi não só explica, à guisa de comparação, o que ele já havia declarado, mas também ao mesmo tempo assinala a causa por que Deus tão graciosamente nos perdoa, a saber: porque ele é um pai. Portanto, é em decorrência de haver Deus gratuita e soberanamente nos adotado como seus filhos que ele continuamente perdoa nossos pecados e, consequentemente, somos atraídos àquela fonte donde emana a esperança de perdão. E como ninguém jamais foi adotado com base em seu próprio mérito, segue-se que os pecados são gratuitamente perdoados. Deus é comparado a pais terrenos, não porque ele seja em todos os aspectos como eles, mas porque não há imagem terrena que forme paralelo com seu amor para conosco, e o qual seja melhor expresso. Para que a bondade paternal de Deus não fosse pervertida como um estímulo ao pecado, Davi novamente reitera que Deus é assim favorável somente em prol dos que são seus sinceros adoradores. É deveras uma prova de incomum paciência o fato de Deus “fazer seu sol nascer sobre maus e bons” [Mt 5.45]; mas o tema aqui tratado é a livre imputação da justiça por meio da qual somos reputados filhos de Deus. Ora, esta justiça só é oferecida aos que se devotam inteiramente a um Pai tão liberal, e reverentemente se submetem a sua palavra. Mas como nossa obtenção de santidade neste mundo, qualquer medida que ela tenha, longe está da perfeição, então só resta uma coluna de apoio sobre a qual nossa salvação seguramente pode repousar: a bondade de Deus.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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quinta-feira, 17 de julho de 2025

“BONDADE E JUSTIÇA”


“BONDADE E JUSTIÇA”

“Mas a bondade do SENHOR é de eternidade a eternidade, sobre os que o temem, e a sua justiça, sobre os filhos dos filhos, para com os que guardam a sua aliança e para com os que se lembram dos seus preceitos e os cumprem” (Sl 103.17,18).

O salmista Davi não confina sua esperança dentro dos limites do tempo; ele a vê como de duração incomensurável com a graça na qual ela se fundamenta. À bondade [misericórdia] se anexa a justiça, palavra que, como tivemos ocasião de observar reiteradamente, denota a proteção por meio da qual Deus defende e preserva seu próprio povo. Ele é então chamado justo, não porque galardoa cada pessoa segundo seu merecimento, mas porque ele trata fielmente seus santos, estendendo sobre eles a mão de sua proteção. O salmista intencionalmente colocou esta justiça depois da bondade, como sendo o efeito desta. Ele também assevera que ela se estende aos filhos e aos filhos dos filhos, segundo as palavras textuais em Deuteronômio 7.9: “Deus conserva a misericórdia até mil gerações”. É uma prova singular de seu amor que ele não só recebe cada um de nós individualmente em seu favor, mas nele também nos associa com nossa prole, como que por direito hereditário, para que sejamos participantes da mesma adoção. Como nos lançaria fora, ele que, ao receber nossos filhos e os filhos dos filhos em sua proteção, nos mostra na pessoa deles quão preciosa a seus olhos é nossa salvação?

Além do mais, como nada é mais fácil do que para os hipócritas bajular sob falso pretexto de que estão bem com Deus, ou para os filhos degenerados infundadamente aplicar a si as promessas feitas a seus pais, declara-se novamente, à guisa de exceção, no versículo 18, que Deus só é misericordioso para com os que, de sua parte, guardam sua aliança, a qual os incrédulos, por sua perversidade, tornam de nulo efeito. A guarda ou observância da aliança, que é aqui expressa em vez de o temor de Deus, mencionado no versículo anterior, é digna de nota; pois assim Davi notifica que ninguém é verdadeiro adorador de Deus senão aqueles que reverentemente obedecem a sua Palavra. O profeta, pois, corretamente julga a piedade dos homens à luz de sua submissão à Palavra de Deus e de seguirem eles ou não a regra que ele lhes prescreveu. Pois a aliança começa com um solene artigo contendo a promessa da graça que requer fé e oração, acima de todas as coisas, para a observância própria dela.

Tampouco supérflua é a sentença adicional: que se lembram de seus estatutos; pois embora Deus os esteja continuamente pondo em nossa mente, todavia tão depressa corremos para as preocupações mundanas, nos deixando envolver por uma multiplicidade de entretenimentos e arrastados por seduções variadas. E assim o esquecimento extingue a luz da verdade, a não ser que os fiéis se estimulem de tempo em tempo. Davi nos diz que essa lembrança dos estatutos divinos tem um efeito revigorante quando os homens se aplicam a cumpri-los. Muitos se aplicam demasiadamente a discuti-los com suas línguas, mas cujos pés são lentos demais, e cujas mãos se acham quase que inertes em referência ao serviço ativo.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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segunda-feira, 14 de julho de 2025

“O QUINTO MANDAMENTO”


“O QUINTO MANDAMENTO”

“Honra a teu pai e a tua mãe, para que tenhas longa vida sobre a terra que o SENHOR, teu Deus, te x 20.12].

TEOR E APLICAÇÃO DO QUINTO MANDAMENTO

A finalidade deste mandamento é: uma vez que ao Senhor Deus apraz a manutenção do que dispôs, importa que nos sejam invioláveis os graus de eminência por ele ordenados. A síntese, portanto, será: que usemos de deferência para com aqueles que o Senhor nos fez superiores e os tenhamos em honra, em obediência e em grato reconhecimento. Donde se segue a proibição: que não denigremos nada de sua dignidade, quer por desdém, quer por contumácia, ou por ingratidão.

Ora, o termo honra assim se patenteia amplamente na Escritura. Por exemplo, quando o Apóstolo diz [1Tm 5.17] que os presbíteros que presidem bem sejam dignos de dobrada honra, entende que se lhes deve não somente reverência, mas ainda a remuneração que seu ministério merece. Mas, visto que este mandamento referente a nossa sujeição aos superiores se põe fortemente em conflito com a depravação do espírito humano, que por isso é ele intumescido do anseio de exaltação, a contragosto se deixa sujeitar, foi proposta por exemplo essa forma de superioridade a qual, por natureza, é mais para estimar-se e menos para invejar-se, porque assim podia mais facilmente abrandar e dobrar nosso ânimo ao hábito de submissão. Logo, o Senhor gradualmente nos acostuma a toda legítima sujeição mediante essa forma que é a mais fácil de tolerar-se, uma vez que, de todas, a razão é a mesma.

Com efeito, compartilha seu nome com aqueles a quem atribui eminência, até onde se faz necessário para que ela seja preservada. A ele tão-somente convém, segundo a Escritura, os títulos Pai, Deus e Senhor, de modo que, sempre que ouvirmos qualquer um deles, nosso entendimento seja tocado com o senso de sua majestade. Portanto, aqueles a quem faz participantres desses títulos ilumina-os como que com uma centelha de seu fulgor, de sorte que sejam, cada um, dignos de honra em conformidade com sua posição de eminência. Desse modo, aquele que nos é pai, é próprio reconhecer nele algo divinal, porquanto não sem causa é portador do título divino. De igual modo, aquele que é um príncipe, ou aquele que é um senhor, tem com Deus alguma comunhão de honra.

O PRINCÍPIO GERAL, ILUSTRADO NA REVERÊNCIA PARA COM OS PAIS

Em vista desse fato, não deve ser ambíguo que o Senhor aqui estatui uma regra universal, isto é, conforme tomamos conhecimento de que, por sua ordenação, alguém nos foi posto como superior, que o honremos com reverência, obediência e reconhecimento, e com quantas formas de servi-lo pudermos. Nem vem ao caso se aqueles a quem esta honra se defere são dignos ou indignos, porquanto, não importa o que sejam, afinal não alcançaram esta posição, entretanto, sem a providência de Deus, em função da qual o próprio Legislador quis que fossem honrados.

Contudo, preceituou expressamente acerca da reverência de nossos pais, que nos trouxeram a esta vida, com o que nos deve ensinar, de certa maneira, a própria natureza. Pois são monstros, não seres humanos, os que infringirem o poder paterno por desrespeito ou insubordinação! Por isso, o Senhor ordena que sejam mortos todos os insubmissos aos pais, como indignos do benefício da luz, já que não reconhecem àqueles por cuja obra a têm alcançado.

E, de fato, de variadas complementações da lei se evidencia ser verdadeiro o que acabamos de assinalar, ou, seja: que há três expressões da honra de que aqui se fala, a saber: reverência, obediência e reconhecimento. A primeira dessas, a reverência, o Senhor a sanciona quando preceitua que seja entregue à morte aquele que maldisser ao pai ou à mãe [Ex 21.17; Lv 20.9; Pv 20.20], uma vez que aí castiga o menosprezo e a insolência. A segunda, a obediência, sanciona-a quando decreta a pena de morte contra os filhos contumazes e rebeldes [Dt 21.18-21]. Diz respeito à terceira a gratidão ou reconhecimento, o que Cristo diz: que é do mandamento de Deus que façamos o bem a nossos pais [Mt 15.4-6]. E quantas vezes Paulo faz menção deste mandamento, entende que nele se requerer obediência [Ef 6.1-3; Cl3.20].

A PROMESSA ANEXA AO QUINTO MANDAMENTO

Anexa-se a promessa, à guisa de recomendação, para que mais advirta quão agradável é a Deus a submissão que aqui se nos prescreve. Ora, Paulo aplica este aguilhão a espicaçar-nos o torpor, quando diz que este é o primeiro mandamento com promessa [Ef 6.2], se bem que a promessa que a precedeu na primeira tábua não foi especial e exclusiva de um mandamento único, mas, ao contrário, se estendia a toda a lei.

Na verdade, esta promessa deve ser assim entendida: o Senhor estava falando privativamente aos israelitas a respeito da terra que lhes havia prometido em herança. Portanto, se a posse da terra era um penhor da benignidade divina, não nos admiremos se o Senhor quisesse atestar sua graça em prometendo longevidade devida, mediante a qual acontecia que se colhesse o fruto diário de seu benefício. Logo, o sentido é: “Honra a teu pai e a tua mãe, para que, pela longa extensão da vida, te seja concedido fruir duradouramente desta posse da terra que te haverá de ser por testemunho de minha graça”.

Ademais, porque a terra toda foi abençoada para os fiéis, com razão contamos a presente vida entre as bênçãos de Deus. Por isso, esta promessa diz respeito, de igual modo, a nós, isto é, na medida em que a duração da presente vida nos é um atestado da divina benevolência. Pois, não é ela prometida a nós, ou foi prometida aos judeus, como se em si contivesse bem-aventurança, mas porque aos piedosos é costumeiramente um sinal da divina complacência.

Isto posto, se acontece, o que não é raro, que um filho obediente aos pais é arrebatado à vida antes da idade madura, a despeito disso está o Senhor a perseverar persistentemente no cumprimento de sua promessa, não menos que se contemplasse com cem geiras de terra aquele a quem havia prometido apenas uma. Tudo nisto se situa: que reflitamos ser prometida vida longa até onde ela é uma bênção de Deus, que é, de fato, uma bênção até onde é evidência da graça divina, que ele atesta a seus servos, e deveras o demonstra, infinitamente mais copiosa e substancialmente, pela morte.

A MALDIÇÃO IMPLÍCITA NA DESOBEDIÊNCIA AO QUINTO MANDAMENTO E QUALIFICAÇÃO DA OBEDIÊNCIA REQUERIDA

Ademais, enquanto o Senhor promete a bênção da presente vida aos filhos que tenham honrado aos pais com a consideração que convém, ao mesmo tempo acena que mui certa maldição defronta a todos os filhos contumazes e desobedientes. Para que isto não careça de execução, mediante sua lei pronuncia-os passíveis à sentença de morte e a respeito deles manda que se exerça punição. Se escapam ao juízo, ele próprio lhes provê o castigo, de qualquer modo que seja. Pois vemos quão grande número desta espécie de homens perece ou em combates ou em rixas; outros, porém, são afligidos de maneiras insólitas; quase todos são por prova de que esta ameaça não é vã. Se bem que há os que escapam até extrema velhice. Uma vez que, privados da bênção de Deus, nesta vida vegetam nada menos que miseravelmente e se reservam para maiores castigos no futuro, mui longe está de que se façam participantes da bênção prometida aos filhos piedosos.

Mas, isto deve ser também assinalado de passagem: que se nos ordena obedecer-lhes somente no Senhor [Ef 6.1]. Nem equivale isto obscurecer o fundamento previamente lançado, pois eles têm autoridade sobre nós enquanto Deus os tiver estabelecido nela, comunicando-lhes uma parte da honra que lhe é devida. Portanto, a sujeição que para com eles é exibida deve ser um passo para que o Pai Supremo seja contemplado com essa honra. Portanto, se nos instigam à transgressão da lei, então, com justiça, não devem ser por nós tidos por pais, mas por estranhos, que nos estão tentando afastar da obediência do verdadeiro Pai. Assim se deve considerar em relação aos príncipes, aos senhores e a todo gênero de superiores nossos. Pois seria coisa indigna e fora de razão que sua autoridade seja exercida para rebaixar a alteza e majestade de Deus; já que, dependendo da autoridade divina deve guiar-nos e encaminhar-nos a ela.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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sábado, 12 de julho de 2025

“O DÉCIMO MANDAMENTO”

 


“O DÉCIMO MANDAMENTO”

Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo” (Êx 20.17).

Teor e Aplicação do Mandamento

O propósito deste mandamento é: visto que Deus quer que a alma toda seja possuída do afeto do amor, de nossas disposições se deve alijar todo desejo contrário à caridade. Portanto, a síntese será que não se nos insinue qualquer pensamento que nos mova o espírito com uma concupiscência danosa e tendente ao detrimento de outrem. A que corresponde o preceito oposto, que tudo quanto concebemos, deliberamos, queremos, intentamos, seja isto associado com o bem e proveito do próximo. Aqui, porém, segundo parece, surge-nos grande e perplexiva dificuldade. Ora, se com verdade dissemos anteriormente que sob os termos fornicação furto se coibiam o desejo de fornicar e a intenção de prejudicar e enganar, pode parecer ter sido supérfluo que depois se nos proibisse, em separado, a cobiça dos bens alheios. No entanto, facilmente nos desatará este nó ante a distinção entre intenção cobiçaPorque, a intenção, como já falamos sobre os mandamentos anteriores, é o consenso deliberado da vontade, quando a concupiscência subjugou a mente; a cobiça pode existir aquém de tal deliberação e assentimento, quando a mente é apenas espicaçada e titilada de objetos vãos e pervertidos. Portanto, da mesma forma que até aqui o Senhor ordenou que a norma da caridade presida a nossas vontades, a nossos esforços, a nossas ações, assim agora ordena sejam conduzidos à mesma norma os pensamentos de nossa mente, para que não haja nenhum pensamento corrupto e pervertido, que incite a mente em outra direção. Da mesma forma que proibiu que a mente fosse inclinada e induzida à ira, ao ódio, à fornicação, à rapina, à mentira, assim proíbe agora que ela seja sequer incitada a essas transgressões. 

João Calvino (1509-1564).

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terça-feira, 1 de julho de 2025

GOD IK KIJK NAAR U

GOD IK KIJK NAAR U - DEUS, EU OLHO PARA TI

“Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus, e não há outro” (Is 45.22).

Deus, eu olho para Ti, pois então não desanimarei
Mostra-me, Senhor, como Tu vês as coisas
Deus, eu olho para Ti, meu auxílio, meu solo firme
Dá-me sabedoria, Tu sabes o que devo fazer.

Eu Te amo, ó Senhor, minha força
Eu Te amo, ó Senhor, meu escudo
Eu Te amo, ó Senhor, minha rocha
Para todo o sempre, Senhor, eu Te amo.

Aleluia, Deus reina
Aleluia, Deus reina
Aleluia, Deus reina
Para todo o sempre, Aleluia!


segunda-feira, 30 de junho de 2025

“O SEU TESTEMUNHO É VERDADEIRO”


“O SEU TESTEMUNHO É VERDADEIRO”

“Este é o discípulo que dá testemunho a respeito destas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos” (Jo 21.24,25).

O significado da palavra evangelho é bem conhecido. Na Escritura, ela denota, a alegre e prazerosa mensagem da graça a nós exibida em Cristo, a fim de instruir-nos a desprezar o mundo com suas passageiras riquezas e prazeres, a desejar essa bênção de todo nosso coração e abraçá-la quando ela nos for oferecida. É natural em todos nós aquela conduta que percebemos em homens irreligiosos que cultivam extravagantes prazeres nos fúteis deleites do mundo, ainda que sejam poucos, de modo que alguns se deixam afetar pelos encantos das bênçãos espirituais. Com o propósito de corrigir esse erro, Deus expressamente dá o título de evangelho à mensagem que ele ordena seja concernente a Cristo. Desse modo, ele nos lembra que em nenhuma outra parte se pode obter a genuína e sólida felicidade, e que nele temos tudo que necessitamos para a perfeição de uma vida feliz.

Há quem considere a palavra evangelho como se estendendo a todas as preciosas promessas de Deus que se acham espalhadas inclusive na Lei e nos Profetas. Tampouco se pode negar que sempre que Deus declara que se deixará reconciliar com os homens e perdoará seus pecados, ao mesmo tempo exibe Cristo cujo peculiar ofício onde que se manifeste, é jorrar por toda parte os raios de sua alegria. Reconheço, pois, que os [antigos] pais foram participantes juntamente conosco do mesmo evangelho, no que diz respeito à fé na salvação gratuita. Visto, porém, que a declaração ordinária do Espírito Santo nas Escrituras é que o evangelho foi proclamado pela primeira vez quando Cristo veio, abracemos também essa forma de expressão, bem como conservemos a definição de evangelho que tenho formulado, a saber: é a solene publicação da graça revelada em Cristo. Por isso o evangelho é chamado de poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê [Rm 1.16], porque nele Deus exibe sua justiça. Ele é também chamado embaixada por meio do qual Deus reconcilia consigo os homens [2Co 5.20]; e, visto que Cristo é o penhor da misericórdia de Deus e de seu paternal amor para conosco, assim ele é, de uma maneira peculiar, o tema do evangelho.

Por isso, ele veio para que as histórias que narram que Cristo se manifestou em carne, morreu, ressuscitou dentre os mortos e, por fim, foi assunto ao céu tivessem peculiarmente o mérito do título evangelho. Pois ainda que, por razões já expressas, esta palavra signifique o Novo Testamento, contudo o título que denota a totalidade, pela prática geral, representa aquela parte dele que declara que Cristo se nos manifestou na carne, morrendo e ressuscitando dentre os mortos. Mas, como a mera história não seria suficiente, e de fato ela seria de nenhuma valia para a salvação, o evangelista não relata simplesmente que Cristo nasceu, morreu e venceu a morte, mas também explica com que propósito ele nasceu, morreu e ressuscitou, bem como qual o benefício que recebemos desses fatos.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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quarta-feira, 25 de junho de 2025

“AMARAM MAIS A GLÓRIA DOS HOMENS”


“AMARAM MAIS A GLÓRIA DOS HOMENS”

“Porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus” (Jo 12.43).

O Evangelista João declara expressivamente que aqueles homens não eram guiados por alguma superstição, mas apenas diligenciavam em evitar a desgraça entre os homens; pois se a ambição tinha maior influência sobre eles do que o temor de Deus, segue-se que não era um fútil escrúpulo da consciência que os fazia inquietos. Ora, que possamos observar quão grande ignomínia se contrai diante de Deus, mediante a covardia dos que, movidos pelo medo de serem odiados, dissimulam sua fé diante dos homens. Pode alguma coisa ser mais tola, ou, melhor, pode algo ser mais bestial do que preferir o fútil aplauso dos homens ao juízo de Deus? Mas ele declara que todos quantos se esquivam do ódio dos homens, quando a fé pura deve ser confessada, se deixam dominar por esse tipo de demência. E com razão, pois o apóstolo, ao aplicar a inabalável firmeza de Moisés, diz ele que permaneceu firme, como se visse aquele que é invisível [Hb 11.27]. Com estas palavras ele tem em vista que, quando alguma pessoa fixa seus olhos em Deus, seu coração se torna invencível e totalmente incapaz de ser movido. Donde, pois, provém a fraqueza que nos leva a ceder à insidiosa hipocrisia, senão porque, aos olhos do mundo, todos os nossos sentidos se embrutecem? Pois uma genuína visão de Deus dissiparia instantaneamente toda névoa da riqueza e honras. Longe, pois, com aqueles que consideram uma negação indireta de Cristo como sendo um escândalo trivial, ou, como costumam chamá-lo, uma leve transgressão! [Mt 10.33].

Amar mais a glória dos homens significa, nesta passagem, o anseio pelo desfrute de reputação entre os homens. O apóstolo João, pois, tem em vista que aqueles homens eram tão devotados ao mundo, que aspiravam mais o aplauso dos homens do que o agrado de Deus. Além disso, ao acusar deste crime os que negavam a Cristo, ao mesmo tempo ele mostra que a excomunhão, da qual os sacerdotes usavam e abusavam, contraria a tudo o que era direito e lícito e era destituída de qualquer valor ou eficácia.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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“POR CAUSA DOS FARISEUS, NÃO O CONFESSAVAM”


“POR CAUSA DOS FARISEUS, NÃO O CONFESSAVAM”  

“Contudo, muitos dentre as próprias autoridades creram nele, mas, por causa dos fariseus, não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga” (Jo 12.42).

Pode-se imaginar que o Evangelista João fala incorretamente, ao separar a fé da confissão; pois é com o coração que cremos para a justiça, e é com a boca que fazemos confissão para a salvação [Rm 10.10), e é impossível que a fé, que uma vez tenha sido acesa no coração, não arroje suas chamas. Minha resposta é que ele realça aqui quão fraca era a fé dos que eram tão mornos, ou melhor, frios. Em suma, João tem em vista que abraçaram a doutrina de Cristo, porque bem sabiam que ela provinha de Deus, mas que não possuíam uma fé vívida, ou uma fé tão vigorosa como deveriam ter; pois Cristo não concede aos seus seguidores um espírito de medo, e sim de firmeza, para que ousada e destemidamente confessem o que têm aprendido dele. Entretanto, não creio que ficaram em total silêncio, mas como sua confissão não era suficientemente pública, o Evangelista, em minha opinião, simplesmente declara que não faziam uma confissão de sua fé, pois o tipo próprio de confissão era a declaração pública de que eram discípulos de Cristo. Que ninguém, pois, se gabe, se em algum aspecto oculta ou dissimula sua fé por medo de incorrer no ódio dos homens; porque, por mais odioso que seja o Nome de Cristo, aquela covardia que nos impele a nos esquivarmos, um mínimo sequer, da confissão dele, não admite escusa.

Deve-se observar ainda que os líderes (principais) têm menos rigor e firmeza, porque a ambição quase sempre reina neles, a qual é a mais escravizadora de todas as disposições e, para expressá-lo numa só palavra, pode-se dizer que as honras terrenas são cadeias de ouro que prendem um homem para que o mesmo não consiga cumprir seu dever com liberdade. Por esta conta, as pessoas que são postas numa condição inferior e humilde devem suportar sua sorte com maior paciência, porquanto estão, ao menos, isentas de muitas redes nocivas. Não obstante, os grandes e nobres devem lutar contra sua elevada posição para que esta não os embarace de se submeterem a Cristo. João afirma que eles tinham medo dos fariseus, não que os demais escribas e sacerdotes permitissem livremente que algum homem se denominasse discípulo de Cristo, mas porque, sob a semelhança de zelo, cruelmente ardiam no íntimo com mais intensa ferocidade. O zelo, na defesa da religião, é uma excelente virtude, mas se adicionar-lhe a hipocrisia, não pode haver praga mais danosa. Tanto mais solícitos devemos ser em rogar ao Senhor que nos guie pela regra inerrante de seu Espírito.

Para não serem expulsos da sinagoga. Isto era o que os impelia ao medo da desgraça; pois teriam sido expulsos da sinagoga. Daí vemos quão grande é a perversidade dos homens, a qual não só corrompe e avilta a melhor das ordenanças de Deus, mas as convertem em destrutiva tirania. A excomunhão deveria ter sido o tendão da santa disciplina, para que a punição fosse prontamente infligida, se alguma pessoa menosprezasse a Igreja. Mas os problemas atingiram um ponto tal, que todo aquele que confessasse pertencer a Cristo era banido da sociedade dos crentes. De igual modo, nos dias atuais, líderes eclesiásticos, a fim de exercer o mesmo tipo de tirania, falsamente pretendem o direito de exercer a excomunhão, e não só trovejam com cega fúria contra todos os santos, mas tudo faz para descer Cristo de seu trono celestial; e, no entanto não hesitam manter com impudência o direito da sacra jurisdição com a qual Cristo adornou a Igreja.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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