“PARA QUE VEJAM A MINHA GLÓRIA”
“Pai, a minha
vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que
vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do
mundo” (Jo 17.24).
Tenhamos certeza
de que estas palavras tinham o propósito de animar e trazer conforto para
aqueles que as ouviram, fortalecendo-os para os acontecimentos finais, que se
aproximavam rapidamente. Entretanto, para todos aqueles que a leem, até hoje,
essa parte da oração de Cristo está repleta de indivisível consolo e
refrigério.
Agora não
podemos ver a Cristo. Lemos a respeito dele, pelo Espírito ouvimos a sua voz,
cremos em sua Palavra e descansamos nossas almas em sua obra consumada. No
entanto, mesmo os melhores dentre nós, no melhor de nós mesmos, andamos por fé
e não pelo que vemos; e nossa pobre e vacilante fé com frequência nos faz andar
com dificuldade no caminho para o céu. Mas haverá um final para todo esse estado
de coisas que temos hoje. Naquele dia, veremos a Cristo assim como Ele é e
conheceremos da maneira como somos conhecidos. Nós O contemplaremos face a face
e não mais como por espelho. Estaremos definitivamente na presença e na
companhia de Cristo, para nunca mais sairmos. Se a fé nos tem sido agradável,
quanto mais será vê-Lo com nossos próprios olhos; se a esperança nos tem
produzido refrigério, quanto mais consolo obteremos ao estar pessoalmente com
Ele. Não devemos admirar que, depois de ter escrito: “Estaremos para sempre com
o Senhor”, o apóstolo Paulo acrescentou: “Consolai-vos, pois, uns aos outros
com essas palavras” (1Ts 4.17,18).
Agora sabemos pouco
a respeito do céu. Nossos pensamentos tornam-se confusos, quando procuramos
formar uma ideia de um futuro estado em que pecadores redimidos serão
perfeitamente felizes. “Ainda não se manifestou o que haveremos de ser” (1Jo
3.2). Todavia, podemos descansar no bendito pensamento de que, após a morte,
estaremos com Cristo. Se antes da ressurreição do corpo estaremos no paraíso
ou, após a ressurreição, desfrutaremos da glória final, a perspectiva é a
mesma. Os verdadeiros cristãos estarão “para sempre com o Senhor”. Não
precisamos de mais informações. Onde está Aquela bendita pessoa, que veio a
este mundo e morreu, “o qual foi entregue
por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa
justificação” (Rm 4.25), ali não falta coisa alguma. Davi pôde afirmar com segurança:
“Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente”
(Sl 16.11).
Deus nos abençoe!
J.C.Ryle
(1816-1900).
*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil – Curitiba (PR).











