"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



terça-feira, 30 de setembro de 2025

“PARA QUE VEJAM A MINHA GLÓRIA”


“PARA QUE VEJAM A MINHA GLÓRIA”

“Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo” (Jo 17.24).

Tenhamos certeza de que estas palavras tinham o propósito de animar e trazer conforto para aqueles que as ouviram, fortalecendo-os para os acontecimentos finais, que se aproximavam rapidamente. Entretanto, para todos aqueles que a leem, até hoje, essa parte da oração de Cristo está repleta de indivisível consolo e refrigério.

Agora não podemos ver a Cristo. Lemos a respeito dele, pelo Espírito ouvimos a sua voz, cremos em sua Palavra e descansamos nossas almas em sua obra consumada. No entanto, mesmo os melhores dentre nós, no melhor de nós mesmos, andamos por fé e não pelo que vemos; e nossa pobre e vacilante fé com frequência nos faz andar com dificuldade no caminho para o céu. Mas haverá um final para todo esse estado de coisas que temos hoje. Naquele dia, veremos a Cristo assim como Ele é e conheceremos da maneira como somos conhecidos. Nós O contemplaremos face a face e não mais como por espelho. Estaremos definitivamente na presença e na companhia de Cristo, para nunca mais sairmos. Se a fé nos tem sido agradável, quanto mais será vê-Lo com nossos próprios olhos; se a esperança nos tem produzido refrigério, quanto mais consolo obteremos ao estar pessoalmente com Ele. Não devemos admirar que, depois de ter escrito: “Estaremos para sempre com o Senhor”, o apóstolo Paulo acrescentou: “Consolai-vos, pois, uns aos outros com essas palavras” (1Ts 4.17,18).

Agora sabemos pouco a respeito do céu. Nossos pensamentos tornam-se confusos, quando procuramos formar uma ideia de um futuro estado em que pecadores redimidos serão perfeitamente felizes. “Ainda não se manifestou o que haveremos de ser” (1Jo 3.2). Todavia, podemos descansar no bendito pensamento de que, após a morte, estaremos com Cristo. Se antes da ressurreição do corpo estaremos no paraíso ou, após a ressurreição, desfrutaremos da glória final, a perspectiva é a mesma. Os verdadeiros cristãos estarão “para sempre com o Senhor”. Não precisamos de mais informações. Onde está Aquela bendita pessoa, que veio a este mundo e morreu, “o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação” (Rm 4.25), ali não falta coisa alguma. Davi pôde afirmar com segurança: “Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Sl 16.11).

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil – Curitiba (PR).

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

“SANTIFICA-OS NA VERDADE”


“SANTIFICA-OS NA VERDADE”

“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17).

Essas palavras maravilhosas constituem uma conclusão adequada para a mais admirável oração já pronunciada na terra, a última oração do Senhor Jesus após a última ceia.

Devemos dar atenção especial ao pedido de nosso Senhor Jesus em favor da santificação dos seus discípulos. “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”. Aqui, a palavra “santificar” significa “tornar santo”. Jesus estava pedindo que o Pai tornasse seus discípulos mais santos, espirituais, puros, em pensamentos, palavras, obras, vida e caráter. A graça divina já os havia chamado, convertido, regenerado e transformado. Agora o grande Cabeça da igreja ora para que esta obra da graça seja levada adiante e seu povo seja santificado de maneira mais completa, em corpo e alma – em outras palavras, mais semelhantes a Ele mesmo.

Mais santificação é aquilo que deve desejar todo verdadeiro cristão. Viver em santidade é a grande prova da realidade do cristianismo. Pessoas podem recusar-se a reconhecer a veracidade de nossos argumentos, mas não podem esquivar-se da evidência de um viver em santidade. Esse tipo de vida adorna a vida espiritual, tornando-a sublime, e às vezes conquista aqueles que não foram ganhos “através da Palavra”. Viver em santidade treina o crente para morar no céu. Quanto mais nos achegamos a Deus, enquanto vivemos neste mundo, tanto mais preparados estaremos para viver nos céus, quando morrermos. Nossa admissão no céu será totalmente pela graça de Deus e não por causa de nossas obras; todavia, o próprio céu não será céu para nós, se entrarmos ali possuindo um caráter destituído de santidade. É preciso existir uma idoneidade moral para “a herança dos santos na luz”. Somente o sangue de Cristo pode nos outorgar o direito de possuir aquela herança. A santificação precisa nos capacitar para desfrutá-la.

À luz desses fatos, quem se admira de ter sido a santificação uma das primeiras coisas que nosso Senhor suplicou para seu povo? Dentre os que são ensinados por Deus, quem deixaria de reconhecer que santidade gera felicidade e que os que andam em intimidade com Deus são aqueles que vivem com mais tranquilidade neste mundo? Ninguém deve nos enganar com palavras vãs no que concerne a este assunto. Aquele que despreza a santidade e negligencia as boas obras, tendo o inútil pretexto de honrar a justificação pela fé, demonstra que não possui a mente de Cristo.

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil – Curitiba (PR).

“NÃO ANDO À PROCURA DE GRANDES COISAS”


“NÃO ANDO À PROCURA DE GRANDES COISAS”

“SENHOR, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim” (Sl 131.1).

Ao negar que andava em ou era familiarizado com grandes coisas, devemos supor que Davi se referia à disposição ou à atitude de sua alma. Pois manter, como ele o fez, o ofício de profeta, ser investido de dignidade real, não mencionando as outras distinções com que ele foi honrado acima dos homens comuns, eram coisas grandes demais. Mas a expressão era apropriada, visto que ele se confinava estritamente ao objetivo único de servir a Deus e à Igreja. Se alguém ainda se vê inclinado a enfatizar indevidamente a palavra aqui empregada, maravilhosas demais para mim, no final do versículo, deve ser considerada como que conectada com o que Davi disse sobre as grandes coisas, bem como sobre as coisas veladas ou ocultadas, para que leiamos: não tenho andado em grandes coisas que estão acima de mim. A questão não é se a posição de Davi era pequena ou exaltada. Bastava que ele fosse cuidadoso em não ultrapassar os limites próprios de sua vocação. Ele não pensava em si mesmo com liberdade para dar sequer um passo, se não fosse chamado por Deus a fazer isso.

A submissão de Davi nessas questões é contrastada com a presunção dos que, sem qualquer autorização de Deus, correm a empreendimentos desautorizados e se envolvem em deveres que pertencem propriamente a outros; pois, sempre que tivermos uma visão clara do chamado divino, não podemos dizer que as coisas estão veladas ou ocultadas de nós ou que são grandes demais para nós; contanto que estejamos prontos para toda obediência. Em contrapartida, os que se rendem à influência da ambição, logo se perderão num labirinto de perplexidade. Vemos como Deus confunde a soberba e os projetos orgulhosos dos filhos deste mundo. Correm todo o curso de sua carreira selvagem, reviram a terra de ponta cabeça, a seu bel-prazer, e estendem sua mão em todas as direções; são cheios de complacência na ponderação de seus próprios talentos e aptidões; e, num momento, quando todos seus planos já foram plenamente formulados, são inteiramente subvertidos, porque não há neles nenhuma firmeza. Há duas formas diferentes assumidas pela presunção daqueles que não querem ser humildes seguidores de Deus, mas precisam ter suas necessidades colocadas diante dEle. Alguns avançam com precipitação imprudente e parecem como se quisessem edificar até ao céu; outros não exibem tão publicamente a excesso de seus desejos, são mais lentos em seus movimentos e ponderam cautelosamente o futuro. No entanto, a presunção destes resulta do mesmo fato: com total inadvertência em relação a Deus, como se o céu e a terra lhes estivessem sujeitos, promulgam seu decreto quanto ao que eles farão num futuro. Estes edificam, por assim dizer, no mar profundo. Mas a sua obra nunca virá à superfície, por mais extensa que seja a duração de suas vidas. Enquanto isso, os que se submetem a Deus, como Davi, mantendo-se em sua própria esfera, moderados em seus desejos, desfrutarão uma vida de tranquilidade e segurança.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba(PR).

domingo, 28 de setembro de 2025

“SENHOR, NÃO É SOBERBO O MEU CORAÇÃO”


“SENHOR, NÃO É SOBERBO O MEU CORAÇÃO”

“SENHOR, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim” (Sl 131.1).

Davi se tornara o cabeça do povo de Deus; e, para provar que era o legítimo príncipe deles, que tinha direito à lealdade dos fiéis, ele desejou mostrar que não fora influenciado, em tudo quanto havia empreendido, pela ambição ou orgulho, e sim que se submetera com espírito sereno e humilde à disposição de Deus. Nisto, Davi nos ensina uma lição proveitosa, pela qual devemos ser governados em nosso viver: temos de ser contentes com a porção que Deus nos designou, considerar aquilo para o que Deus nos chama e não almejar modelarmos nosso próprio destino; temos de ser moderados em nossos desejos, evitar envolvimento em negócios temerários e limitar-nos alegremente à nossa própria área de atuação, em vez de tentar grandes coisas. 

Davi nega que seu coração era soberbo, pois esta é a verdadeira causa de toda pressa e presunção irrefletida, na conduta. Não é o orgulho que conduz os homens, instigados por suas paixões, a realizarem com ousadia lutas presunçosas, a prosseguirem precipitadamente em seu curso e lançarem o mundo inteiro em confusão? Se essa altivez de espírito fosse refreada, a consequência seria que todos os homens obteriam moderação na conduta. Os olhos de Davi não eram altivos; não havia sintomas de orgulho em seu semblante ou gestos, como descobrimos em outro Salmo [SI 18.27], no qual ele condena o olhar soberbo. No entanto, algo mais que isto pode estar implícito, ou seja, que, enquanto ele freava a persistente ambição de seu coração, cuidava para que seus olhos não cedessem anuência ao coração em quaisquer aspirações cobiçosas por grandeza. Em suma, todos os sentidos, bem como o seu coração, foram sujeitos às restrições da humildade.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba(PR).

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

“PERSEVERANÇA DOS SANTOS”

“PERSEVERANÇA DOS SANTOS”

“Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim” (Jr 32.40).


Deus nos abençoe!

*Visite a Igreja Presbiteriana Filadélfia.
*Av. Brasília, 5018 - Novo Mundo - Curitiba (PR).

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

ENRIQUE IGLESIAS - CANTA SALMOS

ENRIQUE IGLESIAS - CANTA SALMOS

“O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará. Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome” (Sl 23.1-3).


Deus nos abençoe!

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

“NADA HÁ ENCOBERTO, QUE NÃO VENHA A SER REVELADO”


“NADA HÁ ENCOBERTO, QUE NÃO VENHA A SER REVELADO”

“O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo, acima do seu senhor Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor. Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos? Portanto, não os temais; pois nada há encoberto, que não venha a ser revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido” (Mt 10.24-26).

Fazer a obra de Deus neste mundo é uma tarefa muito difícil! Todos quantos empreendem descobrem isto por experiência. É preciso muita coragem, fé, paciência e perseverança. Satanás lutará vigorosamente para manter o reino das trevas. A natureza humana é desesperadamente corrupta. Praticar o mal é fácil. O difícil é fazer o bem.

O Senhor Jesus sabia disso muito bem quando enviou os discípulos para pregarem o evangelho pela primeira vez. Mesmo que eles não soubessem o que os esperava, Ele o sabia. Ele teve o cuidado de lhes dar uma lista de palavras de encorajamento, para animá-los quando se sentissem abatidos. Missionários exaustos no país distante, ou ministros que se sentem esgotados, mesmo trabalhando no seu próprio país, professores desalentados e evangelistas, todos fariam bem em estudar com frequência estes versículos. Observemos os que eles contêm.

Os que trabalham na obra de Deus não devem esperar ser melhor sucedidos. “O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo, acima do seu senhor”. O Senhor Jesus foi caluniado e rejeitado por aqueles a quem viera beneficiar. Não havia erros em sua doutrina. Não havia defeitos em seu método de transmitir a instrução. Mesmo assim Ele foi odiado e chamado de Belzebu. Poucos creram nEle e se importaram com o que Ele dizia. Não temos o direito de ficar surpresos se nós, cujos melhores esforços são permeados de tantas imperfeições, somos tratados da mesma maneira que Jesus Cristo o foi. Se não nos importarmos com o mundo, eles também não se importarão conosco. Mas, se intentarmos o bem-estar espiritual dos homens, então nos odiarão, como fizeram com o nosso Mestre.

Os que procuram fazer o bem, devem esperar com paciência pelo dia de juízo. “Pois nada há encoberto, que não venha a ser revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido”. Precisam contentar-se em serem mal compreendidos, difamados, vilipendiados, caluniados e maltratados neste mundo. Não devem deixar de trabalhar, somente porque os seus motivos são mal interpretados e o caráter deles é ferozmente atacado. Devem lembrar-se continuamente de que todas essas injustiças serão devidamente corrigidas, no último dia. Os segredos do coração de todos os homens serão então desvendados. Ele “fará sobressair a tua justiça como a luz, e o seu direito como o sol ao meio-dia” (Sl 37.6). A pureza das intenções dos crentes, a sabedoria dos labores deles e a retidão da causa que defendem serão, finalmente, manifestos diante do mundo inteiro. Por conseguinte, continuemos trabalhando constante e tranquilamente. Talvez os homens não nos compreendam, opondo-se com veemência a nós. Porém, o dia do juízo já se aproxima velozmente. Afinal, a justiça nos será feita. O Senhor, quando voltar ao mundo, não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus (1Co 4.5).

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba/PR.

"A BOA PARTE" - Pr. Luis Valério

"A BOA PARTE"

“Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me. Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada” (Lc 10.40-42).


Deus nos abençoe!

domingo, 14 de setembro de 2025

“NELE, O NOSSO CORAÇÃO SE ALEGRA”


“NELE, O NOSSO CORAÇÃO SE ALEGRA”

“Nossa alma espera no SENHOR, nosso auxílio e escudo. Nele, o nosso coração se alegra, pois confiamos no seu santo nome. Seja sobre nós, SENHOR, a tua misericórdia, como de ti esperamos” (Sl 33.20-22).

O que o salmista até aqui falou concernente à providência de Deus, e particularmente sobre a fiel tutela com que ele protege seu povo, agora ele fala não tanto de si próprio, mas como porta-voz do Espírito Santo. Portanto, em nome de toda a Igreja, ele entoa seu cântico declarando que não existe nada melhor que confiar nosso bem-estar a Deus. E assim vemos que o fruto da doutrina precedente é manifesto a todos os verdadeiros crentes, para que, sem qualquer hesitação, se lancem com seu coração confiante e alegre sobre o paternal cuida do de Deus. Desta forma, o salmista não declara nada acerca de si próprio em particular, mas une a si todos os piedosos no reconhecimento da mesma fé.

Nele, o nosso coração se alegra. Com toda certeza Deus será sempre nossa alegria; com toda certeza seu santo nome será como uma inexpugnável fortaleza para nosso refúgio. Não é só por isso que os crentes continuam perseverantemente a invocar a Deus, mas porque, satisfeitos com o favor divino, sempre contam com este conforto em meio às suas dores e tristezas, o qual é suficiente para manter sua alegria. Portanto, é com razão que os crentes afirmam, em primeira instância, que seus corações se regozijam no Senhor; porque, livres dos devaneios procedentes das fascinações do mundo, nem vacilam nem hesitam em cada mudança que sofrem em sua jornada, mas depositam toda a felicidade de sua vida no desfruto do gracioso e paternal cuidado de Deus.

Seja sobre nós, ó SENHOR, a tua misericórdia. Finalmente, o Salmo termina com uma oração, a qual o servo do Senhor oferece em nome de todos os piedosos, dizendo que Deus os fará sentir os efeitos provindos do fato de não terem em vão confiado na divina benevolência. Entrementes, o Espírito, ao ditar-nos esta regra de oração através dos lábios do profeta, nos ensina que a porta da divina graça nos estará aberta completamente, quando a salvação não for buscada nem esperada de alguma outra fonte. Esta passagem nos fornece outra mui doce consolação, a saber: se nossa esperança não desmaiar em meio a nossa trajetória, então não teremos qualquer razão de recear que Deus venha a fraquejar, deixando de usar de misericórdia para conosco, sem qualquer interrupção, perenemente.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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sexta-feira, 12 de setembro de 2025

“UMA DISCUSSÃO SOBRE QUAL DELES SERIA O MAIOR”


“UMA DISCUSSÃO SOBRE QUAL DELES SERIA O MAIOR”

“Levantou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. Mas Jesus, sabendo o que se lhes passava no coração, tomou uma criança, colocou-a junto a si e lhes disse: Quem receber esta criança em meu nome a mim me recebe; e quem receber a mim recebe aquele que me enviou; porque aquele que entre vós for o menor de todos, esse é que é grande” (Lc 9.46-48).

Estes versículos contêm uma importante advertência, dirigida contra um erro comum encontrado na igreja de Cristo. Aquele que a proferiu conhecia muito bem o coração humano. Teria sido bom para a igreja, se a palavra de Cristo nesta passagem tivesse recebido mais atenção.

O Senhor Jesus nos advertiu contra o orgulho e a presunção. Somos informados que “entre os discípulos levantou-se uma discussão sobre qual deles seria o maior”. Embora isto pareça surpreendente, este pequeno grupo de pescadores e publicanos não estava isento da praga de um espírito ambicioso e egoísta. Com seus corações transbordando a falsa ideia de que o reino de Cristo se manifestaria imediatamente, estavam dispostos a contender no que se referia a seus lugares e precedência no reino. Cada um deles reivindicava ser o maior. Todos imaginavam seus inquestionáveis méritos e direitos à honra. Cada um pensava que, não importando o lugar que os outros receberiam, uma posição de destaque lhe deveria ser confiada. E tudo isto aconteceu entre os próprios apóstolos de Cristo e sob a influência de seu esplendoroso ensino. Assim é o coração do homem.

De todos os pecados, o orgulho é aquele contra o qual precisamos sempre orar e estar vigilantes. Nenhum outro pecado se acha tão enraizado em nossa natureza. Suas raízes nunca são destruídas completamente. Estão sempre prontas a brotar, em qualquer momento, manifestando perniciosa vitalidade. Nenhum outro pecado é tão ilusório e enganador. Pode emboscar os corações daqueles que têm pouca instrução, dos que não possuem grandes talentos e dos pobres, mas também pode cativar a mente de pessoas importantes, dos estudiosos e dos ricos. Este é um ditado simples, porém bastante verdadeiro: “Nenhum ídolo tem recebido tanta adoração quanto o “eu”.

A súplica por humildade e um espírito de criança deve sempre fazer parte de nossas orações diárias. De todas as criaturas, nenhuma outra possui tão pouco direito para se orgulhar quanto o homem; e, de todos os homens, os crentes devem ser os mais humildes. Realmente confessamos todos os dias que somos pecadores miseráveis e devedores à misericórdia e à graça de Deus? Seguimos a Jesus, que era “manso e humilde de coração” e que a “si mesmo se esvaziou”, por amor à nossa alma? Então, deve haver em nós o mesmo sentimento que havia em Cristo Jesus. Rejeitemos todos os pensamentos elevados e presunções. Em humildade de espírito, consideremos os outros superiores a nós mesmo. Estejamos prontos para, em todas as ocasiões, assumir o lugar mais insignificante. E as palavras de nosso Senhor devem ecoar sempre em nossos ouvidos: “Aquele que entre vós for o menor de todos, esse é que é grande”.

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

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quarta-feira, 10 de setembro de 2025

“QUEM NÃO RECEBER O REINO DE DEUS COMO UMA CRIANÇA”


“QUEM NÃO RECEBER O REINO DE DEUS COMO UMA CRIANÇA”

“Traziam-lhe também as crianças, para que as tocasse; e os discípulos, vendo, os repreendiam. Jesus, porém, chamando-as para junto de si, ordenou: Deixai vir a mim os pequeninos e não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira alguma entrará nele” (Lc 18.15-17).

Devemos perceber nesta passagem como as pessoas são propensas a tratar com muita ignorância as crianças nas coisas referentes à alma. Somos informados que alguns traziam a Jesus “as crianças, para que as tocasse; e os discípulos, vendo, os repreendiam”, mas ouviram de nosso Senhor a solene repreensão: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os embaraceis”.

Talvez em poucos assuntos encontraremos ideias tão divergentes nas igrejas quanto ao assunto da alma de uma criança. Alguns pensam que as crianças devem ser batizadas e que, se morrerem antes de serem batizadas, elas não serão salvas. Outros pensam que as crianças não devem ser batizadas, mas não oferecem uma explicação satisfatória para tal ponto de vista. Alguns pensam que todas as crianças são regeneradas por meio de seu batismo. Outros pensam que as crianças são incapazes de receber a graça divina e, portanto, não devem ser arroladas como membros da igreja até que cresçam. Alguns pensam que as crianças naturalmente são inocentes e não praticarão qualquer impiedade, a menos que a tenham aprendido com outros. Alguns imaginam que não há proveito em esperar que as crianças se convertam quando muito novas; portanto, devemos esperar até que alcancem a idade do discernimento. Todas as opiniões citadas precisam ser rejeitadas, por levarem a muitos enganos.

Agiremos corretamente se nos apegarmos a alguns firmes princípios das Escrituras sobre a condição espiritual da criança. Fazer isso nos poupará de muita perplexidade e nos preservará de graves erros doutrinários.

Tanto nesta passagem quanto em outras das Escrituras, existem provas claras de que Cristo se interessa por elas, na mesma intensidade com que se interessa pelos adultos. A alma de uma criança é capaz de receber a graça divina. Não existe nada, em toda a Bíblia ou na experiência humana, que nos faça pensar que as crianças não podem receber o Espírito Santo e serem justificadas, mesmo na infância. A mente da criança é igual à do adulto para receber ensinos espirituais. A prontidão com que suas mentes recebem a doutrina do evangelho e suas consciências respondem a essas doutrinas é bem conhecida por todos os que ensinam as coisas espirituais.

A posição das crianças diante de Deus é declarada por nosso Senhor Jesus: “Dos tais é o reino de Deus”. E mais, “Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira alguma entrará nele”. Os santos de Deus devem esforçar-se para viver “como uma criança”. A sua fé simples, sua despreocupação para com as coisas do mundo, sua comparativa humildade, seu caráter inofensivo e sua falta de malícia. Feliz é aquela pessoa que pode se aproximar de Cristo e das Escrituras com o mesmo espírito de uma criança.

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

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terça-feira, 9 de setembro de 2025

“DOS TAIS É O REINO DOS CÉUS”


“DOS TAIS É O REINO DOS CÉUS”

“Trouxeram-lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse; mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus. E, tendo-lhes imposto as mãos, retirou-se dali” (Mt 19.13-15).

No que concerne às criancinhas, encontramos nosso Senhor Jesus a instruir-nos, nestes versículos, mediante a palavra e a ação, mediante o preceito e o exemplo. “Trouxeram-lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse”. Evidentemente, eram crianças bem pequenas, pequenas demais para receberem qualquer instrução, embora não pequenas demais para serem beneficiadas pela oração em favor delas. Os discípulos, entretanto, parecem ter pensado que o Senhor nunca se rebaixaria a dar atenção àquelas criancinhas, e repreenderam os adultos que as tinham trazido. Todavia, isso provocou uma extraordinária declaração da parte do grande Cabeça da Igreja: “Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus”.

Há algo de interessantíssimo, tanto na linguagem quanto nos atos de Jesus, nessa oportunidade. Reconhecemos a fraqueza e a debilidade, física e mental, das crianças pequeninas. De todas as criaturas que nascem nesse mundo, nenhuma é tão impotente e dependente como um bebê humano. Sabemos quem era Aquele que deu tanta atenção aos infantes, tendo encontrado tempo suficiente, em seu ativo ministério entre os homens e mulheres adultos, para orar em favor daquelas crianças, impondo-lhes “as mãos”. Esse Alguém é o próprio Filho de Deus, o grande Sumo Sacerdote, o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, por intermédio de quem todas as coisas vieram à existência, “o resplendor da glória e a expressão exata” do ser de Deus Pai.

Entendamos que, embora tão pequeninas, as crianças não estão abaixo dos pensamentos e atenção do nosso Senhor Jesus. O seu poderoso coração reserva um lugar para o bebezinho, em seu braço, tanto quanto para o monarca, em seu trono. Ele considera que cada criancinha traz, potencialmente, em seu corpinho, um princípio imortal. Ora, dispondo de uma palavra como esta, diante de nós, sem dúvida podemos esperar a salvação de todos aqueles que morrem na infância. “...porque dos tais é o reino dos céus”.

Por fim, familiarize as crianças com a Palavra de Deus, assim que elas puderem compreender qualquer coisa. Oremos por elas com imposição de mãos, e também oremos juntamente com elas, ensinando-as a orarem por si mesmas. Podemos ter a certeza de que nosso Senhor contemplará com grande satisfação tais esforços da nossa parte, e que Ele haverá de abençoar as criancinhas. Feliz é a igreja local cujas crianças recebem tanta atenção quanto os adultos em plena comunhão.

 “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22.6).

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

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sexta-feira, 5 de setembro de 2025

“GERAÇÃO A GERAÇÃO LOUVARÁ AS TUAS OBRAS”


“GERAÇÃO A GERAÇÃO LOUVARÁ AS TUAS OBRAS”

“Grande é o SENHOR e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável. Geração a geração louvará as tuas obras e anunciará a outra geração os teus poderosos feitos. Meditarei no glorioso esplendor da tua majestade e nas tuas maravilhas” (145.4,5).

O salmista Davi é levado a celebrar os louvores de Deus, ao refletir sobre a excelência de sua sabedoria, bondade e justiça, tanto no governo do mundo, em geral, como particularmente na administração, supervisão e defesa dos filhos dos homens. Depois de recordar os louvores da providência de Deus, ele passa a falar sobre o favor especial demonstrado por Ele a seu próprio povo.

Geração a geração. O salmista insiste na verdade geral de que todos os homens foram feitos e são preservados em vida para este fim: dedicarem-se ao louvor de Deus. Há um contraste implícito entre o nome eterno de Deus e a imortalidade de fama que os grandes homens parecem adquirir por suas proezas. As excelências humanas são enaltecidas em histórias. Com Deus ocorre algo diferente, pois não há sequer um dia em que Ele não renove a lembrança de suas obras, nutrindo-a por meio de algum efeito presente, a ponto de preservá-la indelevelmente viva em nossa mente. Pela mesma razão, Davi fala a respeito do glorioso esplendor ou beleza de excelência de Deus, a fim de despertar, ainda mais, em outros, a admiração dessa excelência. Creio que a expressão as palavras de suas maravilhosas obras aludem ao método incompreensível das obras de Deus, pois os prodígios são tantos, que esmagam nossos sensos. E podemos inferir disso que a grandeza de Deus não é aquela que se acha oculta em sua misteriosa essência, nem na disputa sutil por meio da qual, em negligência de suas obras, muitos merecem a acusação de meros tagarelas, pois a verdadeira religião demanda conhecimento prático, e não especulativo. Havendo dito que falaria de ou meditaria nas obras de Deus, ele transfere seu discurso para outros, sugerindo que no mundo sempre haverá alguns que declararão a justiça, a bondade e a sabedoria de Deus e que as excelências de Deus são dignas de ser proclamadas, com consenso universal, por toda língua. E, se outros desistissem e privassem a Deus da honra que Lhe é devida, o salmista declara que ele mesmo, no mínimo, cumpriria sua parte e, enquanto os outros mantinham silêncio, ele apresentará energicamente os louvores de Deus.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

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“EXALTAR-TE-EI, Ó DEUS MEU E REI”


“EXALTAR-TE-EI, Ó DEUS MEU E REI”

“Exaltar-te-ei, ó Deus meu e Rei; bendirei o teu nome para todo o sempre. Todos os dias te bendirei e louvarei o teu nome para todo o sempre. Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável” (Sl 145:1-3).

Exaltar-te-ei, ó Deus meu e Rei. Davi não somente diz o que ele mesmo faria, mas também encoraja e insiste com todos os outros sobre o serviço religioso de oferecer a Deus os louvores devidos ao seu nome. O seu propósito em declarar que Deus é benigno para com os filhos dos homens é induzi-los a cultivarem gratidão piedosa. Ele insiste na necessidade de perseverar nesse exercício, pois, visto que Deus é constante em estender suas misericórdias, seria impróprio desistirmos de seus louvores. Como, desse modo, ele dá ao seu povo novo motivo para louvar a Deus, ele os estimula à gratidão e a exercitá-la durante todo o curso de sua vida. Ao usar o termo diariamente, ele denota perseverança no exercício. Em seguida, acrescenta que, se vivesse durante uma sucessão de eras, jamais cessaria de agir desta maneira. As repetições usadas tendem a enfatizar consideravelmente a sua linguagem. Visto ser provável que o Salmo foi escrito no tempo em que o reino de Davi estava em prosperidade, a circunstância merece nota, a saber: ao chamar a Deus de meu Rei, estava dando a si e aos demais príncipes terrenos o seu lugar apropriado, não admitindo que alguma distinção terrena interferisse na glória devida a Deus.

Isto se torna ainda mais claro no versículo seguinte, no qual, ao falar sobre a grandeza de Deus como imensurável, ele sugere que só louvamos a Deus corretamente quando nos enchemos e somos dominados por uma admiração extasiante da imensidão de seu poder. Essa admiração se tornará a fonte da qual procederão nossos justos louvores rendidos a Ele, de acordo com a medida de nossa capacidade.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba/PR.

“PLANTAS VIÇOSAS E PEDRAS ANGULARES”


“PLANTAS VIÇOSAS E PEDRAS ANGULARES”

“Que nossos filhos sejam, na sua mocidade, como plantas viçosas, e nossas filhas, como pedras angulares, lavradas como colunas de palácio” (Sl 144.12).

Este Salmo contém um misto de louvor e oração, pois Davi, enquanto enaltece, nos mais elevados termos, as grandes misericórdias que Deus lhe outorgara, deixa-se levar, ao mesmo tempo, ou motivado por uma consideração das muitas provas a serem enfrentadas em todo o curso da vida humana, ou motivado pela conexão que ainda mantinha com os perversos, a orar para que Deus continuasse a exibir seu favor até ao fim.

Alguns consideram os versículos finais deste salmo como que expressando um desejo ou oração. Outros creem que Davi se congratula, bem como todo o povo, com o fato de que por meio da bênção divina todas as espécies de misericórdias foram exibidas sobre eles de maneira próspera. Não tenho dúvida de que Davi celebra, ao modo de ação de graças, a liberalidade que Deus exibia em favor do povo. Mas se encaixa muito bem na suposição de que ele ora, ao mesmo tempo, pela continuação ou preservação daqueles benefícios divinos que seriam suprimidos quase totalmente pelos homens ímpios e inimigos domésticos, se Deus não interviesse nas tribulações e confusões que prevaleciam. Portanto, o fim que ele tinha em vista era que Deus não permitiria que as bênçãos magistrais, com as quais cumulara seu povo, se desvanecessem e se apartassem deles. Ele começa mencionando os filhos, comparando a porção do sexo masculino, para enaltecer sua excelência, com plantas que têm crescido em sua juventude; pois as árvores raramente chegam a certa altura, se não crescem bem ou quando são ainda tenras. Ele fala das moças como semelhantes a ângulos habilidosa e engenhosamente lavrados, a fim de tornar o edifício belo; era como se dissesse que elas adornavam a casa por sua beleza e elegância. Não surpreende que ele considerasse uma prole nobre e bem educada como as primícias das bênçãos terrenas de Deus, um ponto que explanei mais amplamente em outra passagem. Como Davi fala em nome de todo o povo e de sua própria condição como que mesclada com a da comunidade, podemos inferir que ele não se ocupa exclusivamente de seus próprios interesses.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba/PR.

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

O QUE ME MOTIVA SERVIR A DEUS?

O QUE ME MOTIVA SERVIR A DEUS?

“Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1.1).


Deus nos abençoe!

DE ALLERMOOISTE LIEDEREN VAN NEDERLAND ZINGT

FESTIVAL STRANDHEEM 2025

BELAS CANÇÕES ESPIRITUAIS CANTADAS NA HOLANDA


Deus nos abençoe!