“SENHOR, NÃO É SOBERBO O MEU CORAÇÃO”
“SENHOR, não é
soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes
coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim” (Sl 131.1).
Davi se tornara o cabeça do povo de Deus; e, para provar que era o legítimo príncipe deles, que tinha direito à lealdade dos fiéis, ele desejou mostrar que não fora influenciado, em tudo quanto havia empreendido, pela ambição ou orgulho, e sim que se submetera com espírito sereno e humilde à disposição de Deus. Nisto, Davi nos ensina uma lição proveitosa, pela qual devemos ser governados em nosso viver: temos de ser contentes com a porção que Deus nos designou, considerar aquilo para o que Deus nos chama e não almejar modelarmos nosso próprio destino; temos de ser moderados em nossos desejos, evitar envolvimento em negócios temerários e limitar-nos alegremente à nossa própria área de atuação, em vez de tentar grandes coisas.
Davi nega que seu coração era
soberbo, pois esta é a verdadeira causa de toda pressa e presunção irrefletida,
na conduta. Não é o orgulho que conduz os homens, instigados por suas paixões,
a realizarem com ousadia lutas presunçosas, a prosseguirem precipitadamente em
seu curso e lançarem o mundo inteiro em confusão? Se essa altivez de espírito
fosse refreada, a consequência seria que todos os homens obteriam moderação na
conduta. Os olhos de Davi não eram altivos; não havia sintomas de orgulho em
seu semblante ou gestos, como descobrimos em outro Salmo [SI 18.27], no qual
ele condena o olhar soberbo. No entanto, algo mais que isto pode estar
implícito, ou seja, que, enquanto ele freava a persistente ambição de seu
coração, cuidava para que seus olhos não cedessem anuência ao coração em
quaisquer aspirações cobiçosas por grandeza. Em suma, todos os sentidos, bem
como o seu coração, foram sujeitos às restrições da humildade.
Deus nos
abençoe!
João
Calvino (1509-1564).
*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba(PR).

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