“UMA DISCUSSÃO SOBRE QUAL DELES SERIA O MAIOR”
“Levantou-se
entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. Mas Jesus, sabendo o
que se lhes passava no coração, tomou uma criança, colocou-a junto a si e lhes
disse: Quem receber esta criança em meu nome a mim me recebe; e quem receber a
mim recebe aquele que me enviou; porque aquele que entre vós for o menor de
todos, esse é que é grande” (Lc 9.46-48).
Estes versículos
contêm uma importante advertência, dirigida contra um erro comum encontrado na
igreja de Cristo. Aquele que a proferiu conhecia muito bem o coração humano.
Teria sido bom para a igreja, se a palavra de Cristo nesta passagem tivesse
recebido mais atenção.
O Senhor Jesus nos advertiu contra o orgulho e a presunção.
Somos informados que “entre os discípulos levantou-se uma discussão sobre qual
deles seria o maior”. Embora isto pareça surpreendente, este pequeno grupo de
pescadores e publicanos não estava isento da praga de um espírito ambicioso e
egoísta. Com seus corações transbordando a falsa ideia de que o reino de Cristo
se manifestaria imediatamente, estavam dispostos a contender no que se referia a
seus lugares e precedência no reino. Cada um deles reivindicava ser o maior.
Todos imaginavam seus inquestionáveis méritos e direitos à honra. Cada um
pensava que, não importando o lugar que os outros receberiam, uma posição de
destaque lhe deveria ser confiada. E tudo isto aconteceu entre os próprios
apóstolos de Cristo e sob a influência de seu esplendoroso ensino. Assim é o
coração do homem.
De todos os
pecados, o orgulho é aquele contra o qual precisamos sempre orar e estar
vigilantes. Nenhum outro pecado se acha tão enraizado em nossa natureza. Suas raízes
nunca são destruídas completamente. Estão sempre prontas a brotar, em qualquer
momento, manifestando perniciosa vitalidade. Nenhum outro pecado é tão ilusório
e enganador. Pode emboscar os corações daqueles que têm pouca instrução, dos
que não possuem grandes talentos e dos pobres, mas também pode cativar a mente
de pessoas importantes, dos estudiosos e dos ricos. Este é um ditado simples,
porém bastante verdadeiro: “Nenhum ídolo tem recebido tanta adoração quanto o “eu”.
A súplica por
humildade e um espírito de criança deve sempre fazer parte de nossas orações
diárias. De todas as criaturas, nenhuma outra possui tão pouco direito para se orgulhar
quanto o homem; e, de todos os homens, os crentes devem ser os mais humildes.
Realmente confessamos todos os dias que somos pecadores miseráveis e devedores
à misericórdia e à graça de Deus? Seguimos a Jesus, que era “manso e humilde de
coração” e que a “si mesmo se esvaziou”, por amor à nossa alma? Então, deve
haver em nós o mesmo sentimento que havia em Cristo Jesus. Rejeitemos todos os
pensamentos elevados e presunções. Em humildade de espírito, consideremos os
outros superiores a nós mesmo. Estejamos prontos para, em todas as ocasiões,
assumir o lugar mais insignificante. E as palavras de nosso Senhor devem ecoar
sempre em nossos ouvidos: “Aquele que entre vós for o menor de todos, esse é
que é grande”.
Deus nos
abençoe!
J.C.Ryle
(1816-1900).
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*Visite a Igreja Presbiteriana do Brasil - Curitiba/PR.
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