“GERAÇÃO A GERAÇÃO LOUVARÁ AS TUAS OBRAS”
“Grande é o SENHOR
e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável. Geração a geração
louvará as tuas obras e anunciará a outra geração os teus poderosos feitos. Meditarei
no glorioso esplendor da tua majestade e nas tuas maravilhas” (145.4,5).
O salmista Davi é
levado a celebrar os louvores de Deus, ao refletir sobre a excelência de sua
sabedoria, bondade e justiça, tanto no governo do mundo, em geral, como
particularmente na administração, supervisão e defesa dos filhos dos homens.
Depois de recordar os louvores da providência de Deus, ele passa a falar
sobre o favor especial demonstrado por Ele a seu próprio povo.
Geração a geração. O salmista insiste na verdade geral de que todos os homens foram feitos e são
preservados em vida para este fim: dedicarem-se ao louvor de Deus. Há um
contraste implícito entre o nome eterno de Deus e a imortalidade de fama que os
grandes homens parecem adquirir por suas proezas. As excelências humanas são
enaltecidas em histórias. Com Deus ocorre algo diferente, pois não há sequer um
dia em que Ele não renove a lembrança de suas obras, nutrindo-a por meio de
algum efeito presente, a ponto de preservá-la indelevelmente viva em nossa
mente. Pela mesma razão, Davi fala a respeito do glorioso esplendor ou beleza
de excelência de Deus, a fim de despertar, ainda mais, em outros, a admiração
dessa excelência. Creio que a expressão as
palavras de suas maravilhosas obras aludem ao método incompreensível das
obras de Deus, pois os prodígios são tantos, que esmagam nossos sensos. E podemos
inferir disso que a grandeza de Deus não é aquela que se acha oculta em sua
misteriosa essência, nem na disputa sutil por meio da qual, em negligência de
suas obras, muitos merecem a acusação de meros tagarelas, pois a verdadeira
religião demanda conhecimento prático, e não especulativo. Havendo dito que falaria de ou meditaria nas obras de Deus, ele transfere seu discurso para
outros, sugerindo que no mundo sempre haverá alguns que declararão a justiça, a
bondade e a sabedoria de Deus e que as excelências de Deus são dignas de ser
proclamadas, com consenso universal, por toda língua. E, se outros desistissem
e privassem a Deus da honra que Lhe é devida, o salmista declara que ele mesmo,
no mínimo, cumpriria sua parte e, enquanto os outros mantinham silêncio, ele
apresentará energicamente os louvores de Deus.
Deus nos
abençoe!
João Calvino (1509-1564).
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