"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Orando pela misericórdia de Deus

Orando pela misericórdia de Deus
“Tem misericórdia de mim, ó Deus, por teu amor; por tua grande compaixão apaga as minhas transgressões” (Is 51.1).

Naturalmente pensamos: “Estou atemorizado por saber que Deus está me vendo, então não posso procurar ajuda no céu. Eu sei que sou pecador e que Deus odeia o pecado. Como posso orar?”. Com esses pensamentos começa uma intensa batalha dentro de nós. Por saber que somos pecadores, podemos pensar que é preciso adiar a oração até nos sentirmos dignos. Ou então olharmos para outras pessoas, buscando nos assegurar de que fizemos boas obras o suficiente para confiarmos em nossa própria dignidade. Somente então oramos: “Deus, tenha misericórdia de mim”. Mas nascemos em pecado. Se tivéssemos de esperar nos sentir puros e livres de todo pecado para então orarmos, nunca oraríamos.

Devemos nos desfazer desse tipo de pensamento não cristão. Quando estivermos cercados da nossa própria pecaminosidade – mesmo enquanto afogamos em nossos pecados –, devemos clamar a Deus, assim como fez Davi nesse salmo. Então não precisaremos adiar nossa oração. Para que serviriam as palavras “Tem misericórdia de mim, ó Deus, por teu amor”, se as únicas pessoas que as pronunciassem fossem puras e não precisassem de qualquer misericórdia? Não importa quão pecaminosos nos sintamos, devemos nos encorajar a clamar a Deus: “Tem misericórdia!”.

Com a minha experiência, eu aprendi que, muitas vezes, orar é a coisa mais difícil de se fazer. Eu não me considero um mestre em oração. Na verdade admito que, por várias vezes disse estas palavras friamente: “Deus, tenha misericórdia de mim”. Eu orei assim porque estava preocupado com minha própria indignidade. Até que o Espírito Santo me convenceu: “Não importa como você se sinta, você deve orar!”. Deus deseja que oremos e Ele deseja ouvir as nossas orações – não porque sejamos dignos, mas porque Ele é misericordioso.

Deus nos abençoe!

Martinho Lutero (1483-1546).

* “Somente a Fé” - Editora Ultimato.

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Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.
(41)3242-1115

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Mais do que podemos imaginar

Mais do que podemos imaginar
Disse mais Faraó a José: Vês que te faço autoridade sobre toda a terra do Egito. Então, tirou Faraó o seu anel de sinete da mão e o pôs na mão de José, fê-lo vestir roupas de linho fino e lhe pôs ao pescoço um colar de ouro” (Gn 41.41,42).

O apóstolo Paulo está absolutamente correto quando diz que Deus “é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos” (Ef 3.20). No entanto, as nossas orações tendem a ser fracas e vazias. José não ousou pedir o que ele, ao final, recebeu. Seu coração estava como um caniço quebrado. Seu gemido era como fumaça que se levanta direto para o céu. Seu coração era um verdadeiro incensário! O doce aroma que vem de um coração humilde e suplicante agrada a Deus. Apesar de José poder ter sentido como se estivesse morrendo, seu gemido não causou nenhum prejuízo verdadeiro.

Fique firme. Deus permanecerá fiel. Não se desespere. Agarre-se à verdade que o salmista proclama: “Espere no Senhor. Seja forte! Coragem! Espere no Senhor” (Sl 27.14). O Senhor não apagará um pavio fumegante, mas, em vez disso, fará com que ele arda em brasas fortemente. Ele não esmagará o caniço quebrado, mas o fortalecerá (Is 42.3).

Deus deseja nos dar mais do que pedimos, não apenas responder às nossas orações fracas. José não pediu mais do que ser resgatado, ser liberto da prisão e devolvido ao seu pai. Deus, no céu, deixou que ele fizesse aquela oração por um longo tempo. Na verdade, Deus estava dizendo: “Você não sabe o que está pedindo. Eu darei a você infinitamente mais do que tudo o que você pode imaginar. É por isso que você terá de esperar um pouco mais. Eu quero mais da fumaça que sobe direto para o céu”. Porém, mais tarde, José recebeu o que nunca poderia ter imaginado. Ele nunca teria tido a confiança ou a coragem de pedir o que recebeu. Devemos reconhecer que a sabedoria, graça, misericórdia e poder de Deus certamente estão conosco, assim como estavam com José. Entretanto, Deus não as dá a nós do modo como as pedimos.

Deus nos abençoe!

Martinho Lutero (1483-1546).

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A oração de Ló

A oração de Ló
Eis que o teu servo achou mercê diante de ti, e engrandeceste a tua misericórdia que me mostraste, salvando-me a vida; não posso escapar no monte, pois receio que o mal me apanhe, e eu morra. Eis aí uma cidade perto para a qual eu posso fugir, e é pequena. Permite que eu fuja para lá (porventura, não é pequena?), e nela viverá a minha alma” (Gn 19.19,20).

Observe as diferentes partes da oração de Ló. A primeira parte de uma oração é dar graças a Deus. Dar graças inclui reconhecer os atos maravilhosos da bondade de Deus e louvá-lo. Louvar e agradecer a Deus são boas formas de reconhecer a sua bondade.

A segunda parte de uma boa oração é depositar em Deus nossas preocupações mais profundas a respeito dos nossos problemas e necessidades. No caso de Ló, ele estava dizendo: “Eu ficarei em perigo se fizer o que dizes e correr para as montanhas. No passado, eu me meti em problemas por ser muito vagaroso. Eu poderia ter problemas maiores agora por ser muito vagaroso. Por favor, dá-me o que estou pedindo, pois sei que és misericordioso”.

Na terceira parte da oração de Ló, ele propôs uma solução para o problema e pediu permissão a Deus para levá-la adiante. Ele queria correr para uma cidade próxima onde pensou que estava seguro. Ele destacou que era uma pequena cidade, que proporcionaria um lugar seguro para ficar.

Esta foi a oração de Ló. Pense cuidadosamente sobre esse episódio e o que aconteceu como resultado. Ló orou e depois Deus mudou seu plano. Contudo, nós não devemos questionar se Deus muda ou não de opinião. Antes, devemos aprender o que o Salmo 145.19 ensina: “Ele acode à vontade dos que o temem; atende-lhes o clamor e os salva”.

Deus nos abençoe!

Martinho Lutero (1483-1546).

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sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Vida depois da Morte

Vida depois da Morte
“Porque a vontade de meu Pai é que todo aquele que olhar para o filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6.40).

Devemos estar preparados para enfrentar perseguições, ódio, provações, torturas e morte. Combater o bom combate, completar a carreira, guardar a fé (2Tm 4.7). O Senhor Jesus nos preveniu: “Vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus. Isto farão porque não conhecem o Pai, nem a mim. Ora, estas coisas vos tenho dito para que, quando a hora chegar, vos recordeis de que eu vo-las disse. Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 15.18; 16.2-4,33).

Meditando no Evangelho de João 6.40, escreveu Martinho Lutero:

Esta passagem é uma promessa gloriosa para nós. Ela é repetida duas vezes porque podemos pensar: “Isso não faz muito sentido. É difícil acreditar nessas palavras”. Ninguém poderia prever que a fé seria tão importante até que Cristo disse: “Todo aquele que crer em mim terá vida eterna”. Jerônimo, Ambrósio e Cipriano creram em Cristo, porém foram executados. Como conciliamos isso com a promessa de vida eterna? Quando vemos como as pessoas que creem em Cristo são amaldiçoadas, condenadas, exiladas, até mesmo decapitadas e queimadas, é como ter um tapete puxado debaixo dos nossos pés. Não se permite que os cristãos vivam em paz. Essa promessa a respeito da vida eterna parece uma mentira para nós. Se isso é o que vida eterna significa – que alguém seja perseguido e assassinado , então deixe que o Diabo tenha esse tipo de vida.

Mas a fé deve fechar os seus olhos e se recusar a julgar o que se vê ou sente no mundo. Você não se torna ciente da vida eterna antes de Cristo levantá-lo dos mortos. Entretanto, a sua vida eterna está oculta na morte. Ela está oculta e fora da visão. Mas lembre-se de que, enquanto viver, e até quando estiver morrendo, você tem perdão. Se você sentir o peso do pecado esmagando-o, você ainda pode dizer: “Meus pecados estão perdoados”. Quando os seus pecados o assombrarem, corroerem e aterrorizarem, você pode olhar para Cristo, colocar a sua frágil fé nele e se segurar firmemente.

Deus nos abençoe!

Pr. José Rodrigues Filho

* “Somente a Fé” - Editora Ultimato.

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terça-feira, 22 de outubro de 2019

Pós-Reformadores

Pós-Reformadores
“Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.11).

O século XVII ficou caracterizado por grandes mudanças no cenário social, político e religioso. Das várias ramificações dentro do protestantismo surgiram pastores conservando o equilíbrio na vida cristã: Piedade e Ortodoxia. Eles ficaram conhecidos como “Puritanos”. Destacamos três desses zelosos e fiéis homens de Deus.

Samuel Rutherford (1600-1661). Pastor e pregador escocês. Foi nomeado como um dos principais comissários da Igreja da Escócia para a Assembleia de Westminster. Participou na formulação de nossa Confissão de Fé e Catecismos. Pregou em diversas ocasiões no Parlamento. Certa vez escreveu: “Minha tristeza é que não posso fazer com que Cristo seja levantado do pó da Escócia e posto no alto, acima de todos os céus, e céu dos céus”. Aos colegas de ministério, disse: “Queridos irmãos, façam tudo por Cristo. Preguem por Cristo”. Eis algumas de suas últimas palavras: “Viverei e adorarei a Cristo, glória ao meu Redentor para sempre”.

Richard Baxter (1615-1691). Pastor e líder puritano inglês. Deixou o seu nome marcado na história da Igreja. Os historiadores registram não ter ocorrido nada similar na Grã Bretanha: “A cidade de Kidderminster, no ministério de Baxter, foi escolhida por Deus para uma experiência espiritual bem sucedida. Antes, caracterizava-se pela impiedade, espantosa aridez espiritual e baixíssimo nível moral. Mas, tudo mudou! Houve excelência na piedade e moral da grande maioria de seus habitantes. As pessoas eram vistas nas ruas, a caminho ou retornando da igreja, cantando hinos de louvor a Deus com júbilo em seus corações”. É de sua autoria o livro: “O Pastor Aprovado”.

John Owen (1616-1683). Pastor e escritor inglês. Um dos mais destacados teólogos que a Inglaterra já teve. Combateu cismas e buscou preservar a verdadeira unidade do Espírito na Igreja de Cristo: “Não haverá união, se não houver acordo sobre as verdades do evangelho. Se houver desacordo acerca da fé, não haverá união entre o evangélico e o homem que nega os pontos essenciais da fé evangélica. É impossível”. Em seu último livro, “Meditações sobre a glória de Cristo”, diz Owen: “Nenhum homem jamais verá a glória de Cristo no futuro se ele não tiver alguma visão dela, pela fé, no presente”.

Deus nos abençoe!

Rev. José Rodrigues Filho

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segunda-feira, 21 de outubro de 2019

O Senso de nossa Insignificância

O Senso de nossa Insignificância
“Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros” (Is 6.5).

O homem é não só uma criatura insignificante em comparação a Deus, mas ele é mui insignificante quando comparado com as multidões de criaturas de uma posição superior no universo; e a maioria dos homens é insignificante em comparação a muitos de seus semelhantes. E quando o senso desta insignificância comparativa se origina de um justo senso de nossa insignificância como Deus a vê, então ela é da natureza da genuína humildade. Aquele que tem um correto senso e estima de si mesmo, em comparação a Deus, provavelmente terá seus olhos abertos para contemplar-se corretamente em todos os aspectos. Vendo realmente como ele é com respeito ao primeiro e mais elevado de todos os seres, isso tenderá grandemente a ajudá-lo a ter uma justa apreensão do lugar que ele ocupa entre as criaturas. E aquele que não conhece corretamente o primeiro e mais elevado dos seres, que é a fonte e manancial de todos os demais seres, realmente não pode conhecer tudo corretamente; mas, na medida em que vem ao conhecimento de Deus, então está preparado para e é guiado ao conhecimento das demais coisas, e, então, de si mesmo, quando relacionado com os demais, e quando situado entre eles.

Uma pessoa realmente humilde é sensível da pequena extensão de seu próprio conhecimento e da grande extensão de sua ignorância, e da pequena extensão de seu entendimento quando comparado com o entendimento de Deus. Tal pessoa é sensível de sua debilidade, de quão pequena é sua força e de quão pequena é ela em sua capacidade de agir. Ela é sensível de sua natural distância de Deus; de sua dependência dele; e de que é pelo poder de Deus que ela é sustentada e provida, e que necessita da sabedoria de Deus para ser conduzida e guiada, e de seu poder para capacitá-la a fazer o que deve por e para ele. Ela é sensível de sua sujeição a Deus, e que a grandeza dele consiste propriamente em sua autoridade, de que ele é o soberano Senhor e Rei sobre todos; e que ela se dispõe a sujeitar-se a essa autoridade, quando sente que lhe convém submeter-se à vontade divina e em tudo sujeitar-se à autoridade de Deus. Antes da queda o homem era infinitamente pequeno e insignificante em comparação a Deus; mas sua insignificância natural se tornou muito maior a partir da queda, pois a ruína moral de sua natureza reduziu grandemente suas faculdades naturais, ainda que não as extinguisse.

A pessoa realmente humilde, desde a queda, é também sensível de sua insignificância e vileza morais. Isto consiste em sua pecaminosidade. Sua insignificância natural é sua pequenez como criatura; sua pequenez moral é sua vileza e imundície, como pecador. O homem antes da queda era infinitamente distante de Deus em suas qualidades ou atributos naturais; o homem caído está infinitamente distante dele também como pecador, e, por isso, imundo. E uma pessoa realmente humilde em alguma medida é sensível de sua insignificância comparativa neste aspecto; ela percebe quão excessivamente imunda é diante de um Deus infinitamente santo, a cujos olhos os céus não são limpos. Ela percebe o quanto Deus é puro e quão imunda e abominável é ela diante dele. Isaías teve esse senso de sua insignificância quando contemplou a glória de Deus e clamou: “Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos” (Is 6.5).

Jonathan Edwards (1703-1758).

*A Caridade e seus Frutos, Editora Fiel.

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domingo, 20 de outubro de 2019

Comparados com Deus

Comparados com Deus
“Disse mais Abraão: Eis que me atrevo a falar ao Senhor, eu que sou pó e cinza” (Gn 18.27)

A humildade, primária e principalmente, consiste no senso de nossa insignificância quando comparados com Deus ou o senso da infinita distância que há entre Deus e nós. Somos criaturas pequenas, desprezíveis, sim, vermes no pó, e devemos sentir que não passamos de nulidade, menos que nada, em comparação com a Majestade do céu e da terra. Abraão expressa tal senso de sua nulidade quando disse: “Eis que me atrevo a falar ao Senhor, eu que sou pó e cinza” (Gn 18.27). Não existe humildade sem alguma medida deste espírito; porque, seja qual for a medida do senso que tivermos de nossa insignificância, quando comparados com alguns de nossos semelhantes, não somos realmente humildes, a menos que tenhamos o senso de nossa nulidade quando comparados com Deus. Há pessoas que cultivam o pensamento de inferioridade, acerca de si mesmas, quando se comparam com outras pessoas, à vista da insignificância de suas circunstâncias, ou de um temperamento melancólico e de desalento que lhes é natural, ou de alguma outra causa, enquanto nada sabem da infinita distância que existe entre elas e Deus, e, muito embora entejam prontas a olhar para si como sendo humildes, contudo não possuem verdadeira humildade. Aquilo que acima de todas as demais coisas nos convém saber de nós mesmos é o que somos em comparação com Deus, que é nosso Criador e aquele em quem vivemos, nos movemos e temos nosso ser, e que é infinitamente perfeito em todas as coisas. E caso ignoremos nossa insignificância quando comparados com Ele, então o que é mais essencial para nós, o que é indispensável à genuína humildade, esta ausente. Mas, onde este fato é realmente sentido, aí a humildade se sobressai.

Jonathan Edwards (1703-1758).

*A Caridade e seus Frutos, Editora Fiel.

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sábado, 19 de outubro de 2019

O Amor é Humilde

O Amor é Humilde
O amor “não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente” (1Co 13.4,5).

Nas palavras do texto, podemos observar que o amor cristão é expresso como o oposto não só do comportamento soberbo, mas de uma atitude soberba, ou o orgulho no coração, porquanto o amor “não se ensoberbece”. Eis a doutrina que nos é ensinada, nestas palavras: - 

Que a caridade, ou amor cristão, é humilde.

O que é humildade? A humildade pode ser definida como sendo o hábito da mente e do coração que corresponde à nossa indignidade e vileza em comparação com Deus, ou o senso de nossa própria insignificância aos olhos de Deus, com a disposição para um comportamento correspondente à humildade. Ela consiste em parte no senso ou estima que temos de nós mesmos; e, em parte, na disposição que temos para um comportamento correspondente a este senso ou estima. E o primeiro elemento na humildade é: - 

O senso de nossa própria insignificância comparativa. Digo insignificância comparativa por que a humildade é uma graça peculiar aos seres que são gloriosos e excelentes em todos os seus muitos aspectos. Assim os santos e anjos no céu, suplantam em humildade; e esta é peculiar a eles e adequada neles, ainda que sejam seres puros, impolutos e gloriosos, perfeitos em santidade e excelentes na mente e força. Mas, ainda que sejam assim gloriosos, contudo possuem uma insignificância comparativa diante de Deus, e disto são sensíveis, pois lemos que, aquele diante de quem devemos nos humilhar, contempla as coisas que estão no céu (Sl 113.5,6). Assim o homem Jesus Cristo, que é o mais excelente e glorioso de todas as criaturas, no entanto é manso e humilde de coração, e em humildade suplanta todos os demais seres. A humildade é uma das excelências de Cristo, porque ele é não somente Deus, mas também homem, e, como homem, ele era humilde; pois humildade não é, e não pode ser, um atributo da natureza divina. A natureza de Deus é de fato infinitamente oposta ao orgulho, e contudo a humildade não pode ser, propriamente, um predicado dele; pois, se o fosse, isto implicaria imperfeição, o que é impossível em Deus. Deus, que é infinito em excelência e glória, e infinitamente acima de todas as coisas, não pode ter em si qualquer consciência de insignificância, e portanto não pode ser humilde. Humildade, porém, é uma excelência peculiar a todos os seres inteligentes criados, pois todos eles são infinitamente pequenos e insignificantes diante de Deus, e a maioria é de alguma maneira insignificante e inferior em comparação com alguns de seus semelhantes. Humildade implica compromisso com aquela norma do apóstolo (Rm 12.3), a saber, que não devemos pensar de nós mesmos mais do que convém pensarmos, mas que pensemos de nós mesmos sobriamente, segundo Deus trata de cada um, na medida não só da fé, mas também das demais coisas. E esta humildade, como uma virtude nos homens, implica o senso de sua própria insignificância comparativa, tanto quando compara com Deus, como quando comparada com seus semelhantes.

Jonathan Edwards (1703-1758).

*A Caridade e seus Frutos, Editora Fiel.

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Repelindo o espírito Invejoso

Repelindo o espírito Invejoso
“O amor não arde em ciúmes” (1Co 13.4).

Tão contrário é o espírito de inveja ao espírito cristão – em si mesmo tão nocivo -, e tão prejudicial às pessoas, que deve ser vetado e repelido por todos, especialmente por aqueles que professam ser cristãos. 

Atente para o que escreveu o apóstolo Tiago: “Quem entre vós é sábio e entendido? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras. Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada, e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade. Esta não é a sabedoria que desce lá do alto, antes é terrena, animal e demoníaca. Pois onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins” (Tg 3.13-16). 

A inveja é o exato oposto do ambiente do céu, onde todos se regozijam na felicidade dos outros; e é o exato ambiente do próprio inferno – que é em extremo odioso – e um que se alimenta da ruína da prosperidade e felicidade de outras pessoas; por isso mesmo há quem compare as pessoas invejosas a larvas, cujo maior deleite é devorar as árvores e plantas já floridas. E como uma disposição invejosa é em si mesma mui odiosa, assim é em extremo desconfortável e inquietante ao seu possuidor. Como essa é a disposição do diabo e dos que partilham de sua semelhança, assim é a disposição do inferno e dos que partilham de sua miséria. 

Portanto, que a consideração da insensatez, da vileza, da infâmia de uma atitude tão perversa nos cause aversão e rejeite suas desculpas, e ardentemente busquemos uma atitude de amor cristão, aquele excelente sentimento do amor divino que nos guiará sempre à alegria pelo bem estar dos outros, e que encherá de felicidade nossos próprios corações. Este amor “procede de Deus” (1Jo 4.7); e aquele que permanece nele, “permanece em Deus, e Deus nele (1Jo.4.16).

Jonathan Edwards (1703-1758).

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terça-feira, 15 de outubro de 2019

O Amor é incompatível com a Inveja

O Amor é incompatível com a Inveja
“O amor não arde em ciúmes” (1Co 13.4).

O ensino destas palavras é claramente este: Que a caridade, ou o amor realmente cristão, é o exato oposto da conduta invejosa. Ao insistir nesse pensamento, gostaria de mostrar qual é a natureza de uma atitude invejosa.

A inveja pode ser definida como sendo a insatisfação com e oposição à prosperidade e felicidade de alguém, quando comparadas com as nossas. A coisa que a pessoa invejosa se opõe e desagrada é a superioridade, em comparação, do estado de honra, ou prosperidade, ou felicidade, que alguém desfruta ou que possui. Este sentimento é especialmente chamado de inveja, quando nos opomos e nos causa desgosto a honra ou prosperidade alheia, porque, em geral, ou ela é maior que a nossa, ou porque, em particular, nosso semelhante possui honra ou usufruto do que não possuímos. É uma disposição natural nos homens, que eles amem ser supremos; e esta disposição é frustrada quando percebem outros acima deles. É em virtude deste sentimento que os homens se desgostam e se opõem à prosperidade alheia, porquanto concluem que ela torna aqueles que a possuem superiores, em algum aspecto, a eles próprios. Com muita frequência sucede aos homens que não conseguem suportar um rival, caso este lhe seja superior, pois amam ser singulares e únicos em sua eminência e sucesso. 

Lemos que os irmãos de José o invejaram, quando o ouviram falar de seus sonhos, acrescentado que seus pais e irmãos ainda se encurvariam diante dele, e que ele ainda teria poder sobre eles (Gn 37.3-11). Impelidas por esse sentimento, as pessoas se sentem não somente insatisfeitas com o fato de que outros estejam acima delas, ou sejam iguais a elas, mas inclusive estejam junto delas; pois o desejo de serem distinguidas em prosperidade e honra é mais gratificado à medida em que são elevadas e os demais estejam abaixo delas, de modo que sua eminência comparativa seja marcante e visível a todos.

Jonathan Edwards (1703-1758).

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Reformadores

Reformadores
“Ao vencedor..., eu lhe darei autoridade sobre as nações” (Ap 2.26).

Século XVI, irrompe uma nova onda de protestos na Igreja Católica culminando na Reforma Protestante. Desse período destacamos três reformadores, homens iluminados pelo Espírito Santo, comprometidos com a Palavra de Deus.

Martinho Lutero (1483-1546). Monge agostiniano germânico, professor de teologia, escritor, tradutor da Bíblia e defensor da fé. Em 31 de outubro de 1517, afixou na porta da capela de Wittemberg “95 Teses” com o propósito de discutir e esclarecer questões sobre penitência, purgatório, indulgências e salvação pela fé. Este ato marcou o início da Reforma Protestante. “Comete-se injustiça contra a Palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à pregação da Palavra do Senhor”. “O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus”. (Teses 52ª e 62ª).

João Calvino (1509-1564). Teólogo cristão francês, pastor, professor e escritor. É reconhecidamente personagem fundamental no processo de solidificação da Reforma Protestante. Escreveu a Instituição da Religião Cristã e comentou quase todos os livros da Bíblia. Seu sistema de doutrina na fé reformada ficou conhecido como Calvinismo. Nas Institutas, livro I, lemos o seguinte: “A doutrina da fé só está estabelecida quando estamos persuadidos de que, indubitavelmente, Deus é seu Autor. A principal prova da Escritura é que nela Deus fala pessoalmente”.

John Knox (1513-1572). Sacerdote católico escocês ordenado em 1530, fundador e organizador da Igreja Presbiteriana na Escócia. Foi o maior responsável pelas mudanças na igreja e nação escocesa no período da Reforma. As repercussões do movimento calvinista trouxeram uma completa transformação na religião, nas práticas litúrgicas e na adoração, criando uma igreja que se tornou orgulho nacional. Knox defendeu que, “assim como Deus em sua natureza é imutável, assim também o seu amor para com os seus eleitos permanece sempre imutável, pois assim como em Cristo Ele escolheu a sua Igreja antes do princípio de todas as eras, assim também em Cristo e por Cristo Ele a mantém e a preserva até o fim”. (Sermão, Aos Inimigos da Verdade).

Deus nos abençoe!

Rev. José Rodrigues Filho

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