O Senso
de nossa Insignificância
“Ai de
mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros” (Is 6.5).
O homem é não só uma
criatura insignificante em comparação a Deus, mas ele é mui insignificante
quando comparado com as multidões de criaturas de uma posição superior no
universo; e a maioria dos homens é insignificante em comparação a muitos de
seus semelhantes. E quando o senso desta insignificância comparativa se origina
de um justo senso de nossa insignificância como Deus a vê, então ela é da
natureza da genuína humildade. Aquele que tem um correto senso e estima de si
mesmo, em comparação a Deus, provavelmente terá seus olhos abertos para
contemplar-se corretamente em todos os aspectos. Vendo realmente como ele é com
respeito ao primeiro e mais elevado de todos os seres, isso tenderá grandemente
a ajudá-lo a ter uma justa apreensão do lugar que ele ocupa entre as criaturas.
E aquele que não conhece corretamente o primeiro e mais elevado dos seres, que
é a fonte e manancial de todos os demais seres, realmente não pode conhecer
tudo corretamente; mas, na medida em que vem ao conhecimento de Deus, então
está preparado para e é guiado ao conhecimento das demais coisas, e, então, de
si mesmo, quando relacionado com os demais, e quando situado entre eles.
Uma pessoa realmente
humilde é sensível da pequena extensão de seu próprio conhecimento e da grande
extensão de sua ignorância, e da pequena extensão de seu entendimento quando comparado
com o entendimento de Deus. Tal pessoa é sensível de sua debilidade, de quão
pequena é sua força e de quão pequena é ela em sua capacidade de agir. Ela é
sensível de sua natural distância de Deus; de sua dependência dele; e de que é
pelo poder de Deus que ela é sustentada e provida, e que necessita da sabedoria
de Deus para ser conduzida e guiada, e de seu poder para capacitá-la a fazer o
que deve por e para ele. Ela é sensível de sua sujeição a Deus, e que a
grandeza dele consiste propriamente em sua autoridade, de que ele é o soberano
Senhor e Rei sobre todos; e que ela se dispõe a sujeitar-se a essa autoridade,
quando sente que lhe convém submeter-se à vontade divina e em tudo sujeitar-se
à autoridade de Deus. Antes da queda o homem era infinitamente pequeno e
insignificante em comparação a Deus; mas sua insignificância natural se tornou
muito maior a partir da queda, pois a ruína moral de sua natureza reduziu
grandemente suas faculdades naturais, ainda que não as extinguisse.
A pessoa realmente humilde,
desde a queda, é também sensível de sua insignificância e vileza morais. Isto
consiste em sua pecaminosidade. Sua insignificância natural é sua pequenez como
criatura; sua pequenez moral é sua vileza e imundície, como pecador. O homem antes
da queda era infinitamente distante de Deus em suas qualidades ou atributos
naturais; o homem caído está infinitamente distante dele também como pecador,
e, por isso, imundo. E uma pessoa realmente humilde em alguma medida é sensível
de sua insignificância comparativa neste aspecto; ela percebe quão
excessivamente imunda é diante de um Deus infinitamente santo, a cujos olhos os
céus não são limpos. Ela percebe o quanto Deus é puro e quão imunda e
abominável é ela diante dele. Isaías teve esse senso de sua insignificância
quando contemplou a glória de Deus e clamou: “Ai de mim! Estou perdido! Porque
sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e
meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos” (Is 6.5).
Jonathan Edwards (1703-1758).
*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.
(41)3242-1115
Nenhum comentário:
Postar um comentário