O Amor
é Humilde
O amor “não
se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente” (1Co 13.4,5).
Nas palavras do texto,
podemos observar que o amor cristão é expresso como o oposto não só do
comportamento soberbo, mas de uma atitude soberba, ou o orgulho no coração,
porquanto o amor “não se ensoberbece”. Eis a doutrina que nos é ensinada,
nestas palavras: -
Que a caridade, ou amor
cristão, é humilde.
O que é humildade? A
humildade pode ser definida como sendo o hábito da mente e do coração que
corresponde à nossa indignidade e vileza em comparação com Deus, ou o senso de
nossa própria insignificância aos olhos de Deus, com a disposição para um
comportamento correspondente à humildade. Ela consiste em parte no senso ou
estima que temos de nós mesmos; e, em parte, na disposição que temos para um
comportamento correspondente a este senso ou estima. E o primeiro elemento na
humildade é: -
O senso de nossa própria
insignificância comparativa. Digo insignificância comparativa por que a
humildade é uma graça peculiar aos seres que são gloriosos e excelentes em
todos os seus muitos aspectos. Assim os santos e anjos no céu, suplantam em
humildade; e esta é peculiar a eles e adequada neles, ainda que sejam seres
puros, impolutos e gloriosos, perfeitos em santidade e excelentes na mente e
força. Mas, ainda que sejam assim gloriosos, contudo possuem uma insignificância
comparativa diante de Deus, e disto são sensíveis, pois lemos que, aquele
diante de quem devemos nos humilhar, contempla as coisas que estão no céu (Sl
113.5,6). Assim o homem Jesus Cristo, que é o mais excelente e glorioso de todas
as criaturas, no entanto é manso e humilde de coração, e em humildade suplanta
todos os demais seres. A humildade é uma das excelências de Cristo, porque ele
é não somente Deus, mas também homem, e, como homem, ele era humilde; pois
humildade não é, e não pode ser, um atributo da natureza divina. A natureza de
Deus é de fato infinitamente oposta ao orgulho, e contudo a humildade não pode
ser, propriamente, um predicado dele; pois, se o fosse, isto implicaria
imperfeição, o que é impossível em Deus. Deus, que é infinito em excelência e
glória, e infinitamente acima de todas as coisas, não pode ter em si qualquer
consciência de insignificância, e portanto não pode ser humilde. Humildade,
porém, é uma excelência peculiar a todos os seres inteligentes criados, pois
todos eles são infinitamente pequenos e insignificantes diante de Deus, e a
maioria é de alguma maneira insignificante e inferior em comparação com alguns
de seus semelhantes. Humildade implica compromisso com aquela norma do apóstolo
(Rm 12.3), a saber, que não devemos pensar de nós mesmos mais do que convém
pensarmos, mas que pensemos de nós mesmos sobriamente, segundo Deus trata de
cada um, na medida não só da fé, mas também das demais coisas. E esta humildade,
como uma virtude nos homens, implica o senso de sua própria insignificância
comparativa, tanto quando compara com Deus, como quando comparada com seus
semelhantes.
Jonathan Edwards (1703-1758).
*A Caridade e seus Frutos, Editora Fiel.
*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.
(41)3242-1115
Nenhum comentário:
Postar um comentário