"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



sábado, 2 de dezembro de 2023

“NÃO FOI COM ENGANO, NEM COM IMUNDÍCIA, NEM COM FRAUDULÊNCIA”


“NÃO FOI COM ENGANO, NEM COM IMUNDÍCIA, NEM COM FRAUDULÊNCIA”

“Porque a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência; mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova os nossos corações” (1Ts 2.3,4).

O apóstolo confirma, através de outro argumento, os tessalonicenses na fé que haviam abraçado – porquanto haviam sido fiel e puramente instruídos na palavra do Senhor, pois ele mantém que a sua doutrina estava isenta de todo o engano e impureza. E, com vistas a deixar esta questão fora de dúvida, ele invoca o testemunho da consciência deles. Os três termos de que faz uso podem, ao que parece, ser distinguidos da seguinte maneira: engano pode se referir à essência da doutrina, imundícia às afeições do coração, fraudulência ao modo de agir. Portanto, em primeiro lugar, ele afirma que eles não haviam sido enganados ou iludidos com falácias, quando abraçaram o tipo de doutrina que lhes havia sido entregue por ele. Em segundo lugar, declara sua integridade, porquanto não havia se achegado a eles por influência de qualquer desejo impuro, mas atuou exclusivamente através de uma disposição honesta. Em terceiro lugar, diz que não havia feito nada fraudulenta ou maliciosamente, mas, pelo contrário, havia manifestado uma simplicidade conveniente a um ministro de Cristo. Como estas coisas eram bem conhecidas aos tessalonicenses, eles tinham um fundamento suficientemente firme para a sua fé.

Paulo dá um passo além, pois apela a Deus como o Autor do seu apostolado, e raciocina da seguinte maneira: “Deus, quando me designou para este ofício, deu testemunho de mim como um servo fiel; não há razão, portanto, para que os homens tenham dúvidas quanto à minha fidelidade, a qual sabem ter sido aprovada por Deus”. Contudo, ele não se gloria em ter sido aprovado, como se o fosse por si mesmo; pois não disputa aqui a respeito do que possuía por natureza, nem coloca a sua própria força em colisão com a graça de Deus, mas simplesmente afirma que o Evangelho lhe havia sido confiado como a um servo fiel e aprovado.

Neste texto como em Gálatas 1.10, Paulo, admiravelmente, contrasta agradar aos homens e agradar a Deus como coisas que se opõem entre si. Ademais, quando diz: Deus, que prova os nossos corações, ele sugere que aqueles que se esforçam por obter o favor dos homens não são influenciados por uma consciência honesta, e não fazem nada de coração. Saibamos, portanto, que os verdadeiros ministros do evangelho devem ter por alvo devotar os seus esforços a Deus, e fazer isto de coração; não por qualquer consideração exterior pelo mundo, e sim porque a consciência lhes diz que isto é correto e apropriado. Assim se assegurará que eles não terão por alvo agradar aos homens, ou seja, que eles não agirão sob influência da ambição, tendo em vista o favor dos homens.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário. 

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