"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quarta-feira, 20 de março de 2024

“SEPULTADOS COM CRISTO NA MORTE PELO BATISMO”


“SEPULTADOS COM CRISTO NA MORTE PELO BATISMO”

“Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Rm 6.4).

O apóstolo Paulo então começa mostrar o que está compreendido em nosso batismo na morte de Cristo, embora não nos apresente ainda uma explicação satisfatória. O batismo significa que, ao sermos mortos para nós mesmos, nos tornamos novas criaturas. Paulo corretamente passa da comunhão na morte de Cristo para a participação de sua vida. Visto que estas duas se acham inseparavelmente entrelaçadas, o nosso velho homem é destruído pela morte de Cristo, a fim de que sua ressurreição venha a restaurar nossa justiça e nos transforme em novas criaturas. E visto que Cristo nos foi dado para a vida, por que devemos morrer com ele, senão que ressuscitemos para uma vida melhor? Cristo, pois, expõe à morte o que é mortal em nós, a fim de verdadeiramente restaurar-nos à vida.

Notemos além do mais, que o apóstolo, aqui, não nos exorta simplesmente a imitar a Cristo, como se nos quisesse dizer que a morte de Cristo é um exemplo apropriado para que todos os cristãos o sigam. Indubitavelmente, ele tem em mente algo muito mais elevado. Na verdade, Paulo está propondo uma doutrina que mais tarde usará como base exortativa. Sua doutrina, como podemos claramente ver, consiste em que a morte de Cristo é eficaz para destruir e subjugar a depravação de nossa carne; e sua ressurreição, para renovar em nós uma natureza muito superior. Também afirma que, por meio do batismo, somos admitidos à participação da sua graça. Tendo lançado esta proposição básica, Paulo pode mui apropriadamente exortar os cristãos a envidarem todo esforço para que vivam de uma forma que corresponda ao seu chamamento. É irrelevante argumentar se este poder não se evidencia em todos os que são batizados, porquanto, Paulo, visto estar falando a crentes, conecta a realidade e o efeito com o sinal externo, segundo sua maneira usual de argumentar. Pois sabemos que pela fé é confirmado e ratificado neles tudo quanto o Senhor oferece por meio do símbolo visível. Em resumo, ele nos ensina em que consiste a verdade do batismo quando corretamente recebido. Assim testifica que todos os gálatas, os quais haviam sido batizados em Cristo, haviam se revestido dele (Gl 3.27). Devemos usar sempre estes termos, pois jamais possuímos símbolos nus e vazios, exceto quando nossa ingratidão e impiedade obstruem a operação da divina munificência.

“Pela glória do Pai”. Ou seja: pelo esplêndido poder por meio do qual ele declarou-se verdadeiramente glorioso e exibiu a magnificência de sua glória. Por isso, o poder de Deus, na Escritura, que se fez ativo na ressurreição de Cristo, é às vezes apresentado em termos de muita sublimidade, e com sobejas razões. É de grande importância que enalteçamos a Deus, fazendo menção explícita de seu incomparável poder, não apenas por nossa fé na ressurreição final, a qual excede a toda e qualquer percepção da carne, mas pelos demais benefícios que recebemos da ressurreição de Cristo

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário. 

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