"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



segunda-feira, 20 de novembro de 2023

“A FIGUEIRA MURCHA” - Introdução e parte do primeiro ponto


“A FIGUEIRA MURCHA” - Introdução e parte do primeiro ponto

“Cedo de manhã, ao voltar para a cidade, teve fome; e, vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela; e, não tendo achado senão folhas, disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti! E a figueira secou imediatamente. Vendo isto os discípulos, admiraram-se e exclamaram: Como secou depressa a figueira!” (Mt 21.17-20).

Que grande lição para as igrejas! Tem havido igrejas nas quais se destacaram os números e a influência, contudo a fé, o amor e a santidade não foram mantidos, e o Espírito Santo as deixou à exibição vã de uma profissão infrutífera; e ali ficam aquelas igrejas com o tronco da organização e com os galhos amplamente estendidos, mas estão mortas, e ano após ano tornam-se cada vez mais decadentes. Irmãos, temos nesta hora igrejas desse tipo entre os protestantes evangélicos. Que nunca seja assim com esta igreja! Podemos ter um bom número de pessoas que vem para ouvir a Palavra, e um grupo considerável de homens e mulheres que professam estar convertidos; mas a não ser que a piedade vital esteja em seu meio, o que são as congregações e as igrejas? Podemos ter um ministério de valor, mas o que ele seria sem o Espírito de Deus? Podemos ter grandes ofertas, e muitos esforços exteriores, mas o que valem sem o espírito da oração, o espírito da fé, o espírito da graça e da consagração? Eu ficaria apavorado se um dia nós chegássemos a ser como uma árvore precoce, ostentando uma profissão superlativa, mas sem valor aos olhos do Senhor, por estar ausente a vida secreta da piedade e da união vital com Cristo. Seria melhor o machado derrubar todo vestígio da árvore, do que deixá-la em pé sob o céu como uma mentira aberta, uma zombaria, uma ilusão.

I. Em primeiro lugar, então, há no mundo casos de profissão promissora, porém infrutífera. 

Os casos aos quais nos referimos não são tão raros assim. As pessoas envolvidas neles superam, em muito, tantas outras. Sua promessa é bem audível, e seu exterior é muito impressionante. Parecem árvores frutíferas; esperamos delas muitas cestadas dos melhores figos. Elas nos impressionam com a sua conversa, nos deixam assoberbados com os seus modos. Invejamos a elas, e açoitamos a nós mesmos. Essa última atitude talvez não nos faça mal; mas invejar hipócritas não pode deixar de ser danoso a longo prazo; isto porque quando for descoberta a hipocrisia delas, tenderemos a desprezar a religião, como também os que fingem ser religiosos. Acaso vocês não conhecem pessoas que na aparência são tudo e na realidade não são nada? Ó pensamento tenebroso! Nós mesmos poderíamos ser assim? Vejam o homem: ele está forte na fé, até o ponto da presunção; está alegre na esperança, até o ponto da leviandade; é amoroso de espírito, até o ponto de total indiferença quanto à verdade! Como é loquaz na conversa! Como está profundo na especulação teológica! Como é fervoroso em conclamar a movimentos de avanço! Nunca, porém, entrou no reino mediante o novo nascimento. Nunca foi ensinado por Deus. O evangelho chegou a ele somente em palavras. A obra do Espírito Santo lhe é desconhecida. Porventura não existem tais pessoas? Não há pessoas que são defensoras da ortodoxia, no entanto, heterodoxas na sua própria conduta? Não conhecemos homens e mulheres cujas vidas negam o que os seus lábios professam? Temos certeza de que assim é. Todas as vinhas já tiveram nelas figueiras cobertas de folhas, que se destacaram pela folhagem da sua profissão de fé, todavia não produziram frutos para o Senhor.

Deus nos abençoe!

*Introdução e parte do primeiro ponto do sermão “A Figueira Murcha”, por C.H.Spurgeon em 29/09/1889.

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário. 

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