“VIVO OU MORTO?” parte II
“Ele vos deu
vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” (Ef. 2.1).
Em segundo
lugar, permita-me dizer que todo homem precisa ser vivificado para tornar-se espiritualmente
ressurreto.
A vida é a
mais poderosa das possessões. Da morte para vida é a maior das transformações. E
nenhuma transformação menor do que essa terá valor para capacitar a alma do
homem para o céu.
O que se
requer não é um conserto ou uma alteração, uma pequena limpeza e purificação,
um pouco de pintura e remendo, uma folha nova no caderno da vida. É a entrada
de algo totalmente novo, o semear em nós de uma mova natureza, de um novo ser, de
um novo princípio, de uma nova mente; só isso, e nada menos que isso, poderá
vir de encontro às necessidades da alma do homem. Não precisamos apenas de pele
nova, precisamos de um coração novo.
Cortar um
bloco de mármore e esculpir dele uma nobre estátua, derreter uma barra de ferro
e forjá-la em molas de relógio - essas são mudanças imensas. Contudo, nada são
em comparação com a mudança que um filho de Adão requer, pois são meramente o
mesmo material sob nova forma. O homem precisa de uma transformação tão grande
quanto a ressurreição dos mortos; precisa tornar-se nova criatura. As coisas
antigas terão que passar, e tudo terá que ser novo. Precisa nascer de novo -
nascer do alto, nascer de Deus. O nascimento natural não é mais necessário à
vida do corpo do que o nascimento espiritual é necessário à vida da alma (2Co
5.17; Jo 3.3).
A mais rude
folha de capim que cresce no campo, é um objeto mais nobre do que a mais linda
flor de cera formada por um artista, por haver naquela algo que a ciência do
homem não tem a capacidade de doar: a
vida. A mais esplêndida estátua de mármore da Grécia ou Itália nada vale em
comparação com a criança pobre e doente que engatinha pelo chão de um casebre,
pois, com toda a sua beleza, a estátua é morta.
Você que já passou
da morte para a vida, tem razão para ser grato! Lembre-se do que você era
outrora, por natureza. Pense no que agora é pela graça de Deus. Veja os ossos
secos que saíram dos túmulos. Você era assim; quem fez a diferença? Deus! Humilhe-se
diante do estrado dos seus pés. Louve-O por sua livre graça. Diga-lhe com
frequência: “Por que eu, Senhor? Por que foste misericordioso comigo?
Deus nos
abençoe!
J.C.Ryle (1816-1900).
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