"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

“PARTÍCIPE DE TODAS AS BOAS COISAS”


“PARTÍCIPE DE TODAS AS BOAS COISAS”

“E o que é instruído na palavra faça partícipe de todas as boas coisas o que o instrui” (Gl 6.6).

Parece provável que os mestres e ministros eram, naquele tempo, negligenciados. Tal coisa refletia na mais vil ingratidão. É algo desditoso defraudar dos meios de sobrevivência àqueles por cuja instrumentalidade nossas almas são alimentadas, recusar uma recompensa terrena àqueles de quem recebemos bênçãos celestiais. Mas é e tem sido sempre a natureza do mundo encher o estômago dos ministros de Satanás, e com relutância e aversão suprir os piedosos pastores com sua indispensável porção. Embora não devamos ser demasiadamente queixosos ou demasiadamente persistentes em favor de nossos direitos, Paulo dirigiu aos gálatas sua exortação, para que fossem diligentes no exercício desse dever. Ele estava mais que disposto a agir assim, porque não tinha qualquer interesse pessoal no assunto, senão que levava em consideração o bem-estar comum da Igreja, sem levar em conta seu próprio benefício. Ele via que os ministros da Palavra eram negligenciados, porquanto a própria Palavra era desprezada. Porque não se pode negar que, se a Palavra for respeitada, seus ministros serão sempre tratados bondosa e honradamente. É um artifício de Satanás defraudar os ministros piedosos de seu sustento, de modo que a Igreja fique privada dos ministros desse gênero. Um solícito desejo de preservar o ministério levou Paulo a recomendar o sustento dos bons e fieis pastores.

De todas as boas coisas. O apóstolo Paulo não quer que tenham uma imoderada e supérflua abundância, mas simplesmente que não lhes falte o suficiente para o sustento necessário da vida. Os ministros devem viver contentes com uma mesa frugal, e devem evitar o perigo do regalo e da ostentação. Portanto, até onde suas necessidades o requeiram, que os crentes considerem toda a sua propriedade como à disposição dos piedosos e santos mestres. Que compensação farão eles para o inestimável tesouro de vida eterna que recebem de sua doutrinação?

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Agradecemos a sua oferta (Pix 08362076291).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário. 

domingo, 26 de janeiro de 2025

“AS EMOÇÕES DIFERENTES”


“AS EMOÇÕES DIFERENTES”

"Vós, que amais ao SENHOR, detestai o mal!" (Sl 97:10).

As Escrituras colocam a verdadeira religião principalmente em nossas emoções - no medo, esperança, amor, ódio, desejo, alegria, tristeza, gratidão, compaixão e zelo. Consideremo-las por um momento.

Medo - As Escrituras fazem do temor a Deus a parte mais importante da verdadeira religião. Uma designação muitas vezes dada aos crentes pelas Escrituras é "tementes a Deus", ou aqueles "que temem ao Senhor." É por isso que a verdadeira piedade é comumente chamada "o temor a Deus".

EsperançaEsperança em Deus e em Suas promessas é, de acordo com as Escrituras, uma parte importante da verdadeira religião. O apóstolo Paulo menciona esperança como uma das três grandes coisas que formam a verdadeira religião (1Co 13:13). Esperança é o capacete do soldado cristão. "E tomando como capacete, a esperança da salvação" (1Ts 5:8). É âncora da alma: "da esperança proposta; a qual temos por âncora da alma, segura e firme" (Hb 6:19). Às vezes o temor a Deus e a esperança são unidos como indicadores do caráter do verdadeiro crente: "Eis que os olhos do SENHOR estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia" (Sl 33:18).

Amor - As Escrituras colocam a verdadeira religião exatamente na emoção do amor: amor por Deus, por Jesus Cristo, pelo povo de Deus, e pela humanidade. Os versículos que nos ensinam isto são inúmeros, e vou tratar do assunto no próximo capítulo. Deveríamos observar, entretanto, que as Escrituras falam da emoção contrária, o ódio - o ódio pelo pecado – como uma parte importante da verdadeira religião. "O temor do SENHOR consiste em aborrecer o mal" (Pv 8:13). Consequentemente, as Escrituras chamam os crentes a provarem sua sinceridade do seguinte modo: "Vós, que amais ao SENHOR, detestai o mal!" (Sl 97:10).

DesejoAs Escrituras mencionam muitas vezes o desejo santo, expresso em anseio, fome e sede de Deus e de santidade, como uma parte importante da verdadeira religião. "No teu nome e na tua memória está o desejo da nossa alma" (Is 26:8). "A minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, numa terra árida, exausta, sem água" (Sl 63:1). "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos" (Mt 5:6).

Alegria - As Escrituras falam da alegria como uma grande parte da verdadeira religião. "Alegrai-vos no SENHOR, ó justos" (Sl 97:12). "Alegrai-vos sempre no SENHOR; outra vez digo, alegrai-vos" (Fp 4:4). "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria," etc. (Gl 5:22).

Pesar - Pesar espiritual, contrição e coração quebrantado são uma grande parte da verdadeira religião, de acordo com as Escrituras. "Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados" (Mt 5:4)."Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus" (Sl 51:17). "Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e vivificar o coração dos contritos" (Is 57:15).

Gratidão - Outra emoção espiritual sempre mencionada nas Escrituras é gratidão, especialmente como expressa no louvor a Deus. Aparece tantas vezes, principalmente nos Salmos, que não preciso mencionar textos particulares.

Misericórdia - As Escrituras frequentemente falam da compaixão ou misericórdia como essencial na verdadeira religião. Jesus ensinou que a misericórdia é uma das exigências mais importantes da lei de Deus: "Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia" (Mt 5:7). "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da lei, a justiça, a misericórdia e a fé" (Mt 23:23). Paulo enfatiza esta virtude tanto quanto Jesus o fez: "Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia" (Cl 3:12).

Zelo - As Escrituras dizem que o zelo espiritual é uma parte essencial da verdadeira religião. Cristo tinha a realização dessa qualidade em mente quando morreu por nós: "O qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade, e purificar para si mesmo um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras" (Tt 2:14).

Mencionei somente alguns textos, de um número enorme, que colocam a verdadeira religião exatamente em nossas emoções. Se alguém quiser contestar isto, deve jogar fora a Bíblia e encontrar outro padrão pelo qual julgue a natureza da verdadeira religião.

Deus nos abençoe!

Jonathan Edwards (1703-1758).

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quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

“EMOÇÕES NO CÉU”


“EMOÇÕES NO CÉU”

"Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles" (Ap 21.1-3).

Sem dúvida, no céu há religião verdadeira. No céu a religião é absolutamente pura e perfeita. De acordo com os quadros que as Escrituras nos dão do céu, a religião lá consiste principalmente em amor e alegria, expressos nos louvores mais fervorosos e exaltados. Ora, a religião dos santos no céu é a religião dos santos na terra, tornada perfeita. Aqui a graça é o amanhecer da glória futura. Textos como 1Coríntios capítulo 13, provam isso. Assim, se a religião do céu é uma religião de emoção, toda a religião verdadeira deve ser de emoção.

O modo de aprender a natureza verdadeira de qualquer coisa é ir até onde se encontra essa coisa em sua forma pura. Devemos, portanto, levantar nossas mentes até ao céu para sabermos como é a verdadeira religião. Isto ocorre porque todos os que são verdadeiramente espirituais não são deste mundo; são forasteiros aqui, pertencem ao céu. Nasceram do alto e o céu é sua pátria nativa; a natureza que recebem em seu nascimento celeste também é celeste. A vida da verdadeira religião no coração do verdadeiro crente é uma semente da religião do céu, e Deus nos prepara para o céu, conformando-nos a ele. Assim, se a religião do céu é de emoção, nossa religião na terra também deve ser semelhante. 

“Terra santa, formosa e pura,
Salvo por Jesus eu entrarei em ti;
Felicidade, paz e ventura,
Perfeitamente, desfrutarei ali”.

Novo Cântico: Hino 193 - Aspiração no Céu. (M.S.B Dana - J.G.Rocha)

  Deus nos abençoe!

Jonathan Edwards (1703-1758).

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“AMOR POR CRISTO E ALEGRIA EM CRISTO”


“AMOR POR CRISTO E ALEGRIA EM CRISTO”

"Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória" (1Pedro 1.6-8).

O apóstolo Pedro diz, sobre a relação entre cristãos e Cristo: "a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória" (1Ped. 1:8). Como os versículos anteriores deixam claro, os crentes a quem Pedro escreveu sofriam perseguição. Aqui, ele observa como seu cristianismo os afetou durante essas perseguições. Ele menciona dois sinais claros da autenticidade de seu cristianismo.

(i) - Amor por Cristo. "A quem, não havendo visto, amais." Os que não eram cristãos maravilhavam-se da prontidão dos cristãos em se expor a tais sofrimentos, renunciando às alegrias e confortos deste mundo. Para seus vizinhos incrédulos, estes cristãos pareciam loucos; pareciam agir como se detestassem a si mesmos. Os incrédulos não viam nenhuma fonte de inspiração para tal sofrimento. De fato, os cristãos não viam coisa alguma com seus olhos físicos. Amavam alguém a quem não podiam ver! Amavam a Jesus Cristo, pois viam-nO espiritualmente, mesmo sem poder vê-lO fisicamente.

(ii) - Alegria em Cristo. Embora seu sofrimento exterior fosse terrível, suas alegrias espirituais internas eram maiores que seus sofrimentos. Essas alegrias os fortaleciam, possibilitando que sofressem alegremente.

Pedro nota duas coisas sobre essa alegria. Primeiro, ele nos fala da origem dela. Ela resultou da fé. "Não vendo agora, mas crendo, exultais."

Segundo, ele descreve a natureza dessa alegria: "alegria indizível e cheia de glória." Era alegria indizível, por ser tão diferente das alegrias do mundo. Era pura e celeste; não havia palavras para descrever sua excelência e doçura. Era também inexprimível quanto à sua extensão, pois Deus havia derramado tão livremente essa alegria sobre Seu povo sofredor. Depois, Pedro descreve essa alegria como sendo "cheia de glória". Essa alegria enchia as mentes dos cristãos, ao que parecia, com um brilho glorioso. Não corrompia a mente, como fazem muitas alegrias mundanas; pelo contrário, deu-lhe glória e dignidade. Os cristãos sofredores partilhavam das alegrias celestes. Essa alegria enchia suas mentes com a luz da glória de Deus, fazendo-os brilhar com aquela glória. A doutrina que Pedro nos está ensinando é a seguinte: A religião verdadeira consiste principalmente em emoções santas. Pedro destaca as emoções espirituais de amor e alegria quando descreve a experiência desses cristãos. Lembre-se que ele está falando sobre fiéis que estavam sendo perseguidos. Seu sofrimento purificava sua fé, resultando em que "redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo" (1Pe 1:7). Estavam, assim, em condição espiritualmente saudável, e Pedro ressalta seu amor e alegria como evidência de sua saúde espiritual.

Deus nos abençoe!

Jonathan Edwards (1703-1758).

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segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

“EMOÇÕES E A DUREZA DE CORAÇÃO”


“EMOÇÕES E A DUREZA DE CORAÇÃO”

"Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto" (Hb 3.7).

Outra prova que a verdadeira religião se encontra nas emoções, é que as Escrituras muitas vezes chamam o pecado de "dureza de coração". Considerem os seguintes textos:

"Olhando-os ao redor, indignado e condoído com a dureza dos seus corações" (Mc 3:5).

"Oxalá ouvísseis hoje a Sua voz! Não endureçais o vosso coração, como em Meribá, como no dia de Massa, no deserto; quando vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, não obstante terem visto as minhas obras. Durante quarenta anos estive desgostado com essa geração, e disse: é povo de coração transviado." (Sl 95:7-10).

"Mas endureceu a sua cerviz, e tanto se obstinou no seu coração, que não voltou ao SENHOR, Deus de Israel" (2Cr 36:13).

Junto com esses textos, considerem também que as Escrituras descrevem a conversão como "tirar da sua carne o coração de pedra", como "dar um coração de carne" (Ez 11:19; 36:26).

Um coração duro é obviamente aquele que não é fácil de mover ou impressionar com as emoções espirituais. É como pedra - frio, insensível, sem sentimento para com Deus e a santidade. É o oposto de um coração de carne, o qual tem sentimento e pode ser tocado e movido. Segue-se, portanto, que santidade de coração consiste principalmente em emoções espirituais.

"Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido" (Sl 34.18).

Deus nos abençoe!

Jonathan Edwards (1703-1758).

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“EMOÇÕES E NOSSOS DEVERES RELIGIOSOS”


“EMOÇÕES E NOSSOS DEVERES RELIGIOSOS”

"Vinde, cantemos ao SENHOR, com júbilo, celebremos o Rochedo da nossa salvação. Saiamos ao seu encontro, com ações de graças, vitoriemo-lo com salmos. Porque o SENHOR é o Deus supremo e o grande Rei acima de todos os deuses” (Sl 95.1-3).

A importância das emoções espirituais podem ser vistas a partir dos deveres que Deus designou como expressões de culto.

Oração - Declaramos em oração as perfeições de Deus, Sua majestade, santidade, bondade e absoluta suficiência, nosso próprio vácuo e desmerecimento, nossas necessidades e desejos. Mas, por quê? Não para informar a Deus dessas coisas, pois Ele já as conhece, e certamente não para mudar Seus propósitos e persuadi-lo que deveria nos abençoar. Não, declaramos, porém estas coisas para mover e influenciar nossos próprios corações, e dessa forma nos preparamos para receber as bênçãos que pedimos.

Louvor - O dever de cantarmos louvores a Deus parece não ter outro propósito que o de excitar e expressar emoções espirituais. Podemos encontrar somente uma razão para que Deus ordenasse que nos manifestássemos a Ele tanto em poesia como em prosa, e em cântico como pela fala. A razão é esta: quando a verdade divina é expressa em poemas e cânticos, tem uma tendência maior a se imprimir em nós e mover nossas emoções.

Batismo e a Ceia do Senhor - O mesmo é verdadeiro com relação ao batismo e à Ceia do Senhor. Por natureza, as coisas físicas e visíveis nos influenciam muito. Assim, Deus não somente ordenou que ouvíssemos o evangelho contido em Sua Palavra, mas também que víssemos o evangelho exposto diante de nossos olhos em símbolos visíveis, de modo a nos influenciar ainda mais. Essas demonstrações visíveis do evangelho são o Batismo e a Ceia do Senhor.

Pregação - Uma grande razão porque Deus ordenou a pregação na Igreja é para gravar as verdades divinas em nossos corações e emoções. Não é suficiente que tenhamos bons comentários e livros de teologia. Estes podem iluminar nossa compreensão, porém não têm o mesmo poder que a pregação para mover nossas vontades. Deus usa a energia da palavra falada para aplicar Sua verdade aos nossos corações de forma mais particular e viva.

Deus nos abençoe!

Jonathan Edwards (1703-1758).

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“QUAL A NATUREZA DA RELIGIÃO VERDADEIRA?”


“QUAL A NATUREZA DA RELIGIÃO VERDADEIRA?”

“A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tg 1.27).

A questão mais crucial para a raça humana e para todo o indivíduo é: quais as características que distinguem as pessoas que gozam o favor de Deus - aquelas que estão de caminho para o céu? Ou, de outra forma: qual a natureza da religião verdadeira? Que tipo de religião pessoal é aprovado por Deus?

É difícil dar uma resposta objetiva para esse tipo de questão controversa; mais difícil ainda escrever objetivamente a respeito. O mais difícil é ler objetivamente sobre o assunto! Possivelmente muitos de meus leitores ficarão magoados ao descobrirem que critiquei muitas emoções e experiências religiosas neste livro. Por outro lado, talvez, outros fiquem irados quanto ao que defendi e aprovei. Tentei ser equilibrado. Não é fácil sustentar o que é bom em avivamentos religiosos, examinando e rejeitando ao mesmo tempo o que é ruim neles. Contudo, seguramente temos que fazer as duas coisas se quisermos que o reino de Cristo prospere.

Admito que há algo muito misterioso no assunto; existe tanta coisa boa misturada com tanta coisa má na Igreja! É tão misterioso quanto a mescla de bem e mal no cristão como indivíduo; mas nenhum desses mistérios é novo. Não é novidade o florescimento de religião falsa em tempo de avivamento, ou o aparecimento de hipócritas entre os verdadeiros fiéis. Isso ocorreu no grande avivamento no tempo de Josias, como vemos em Jr 3:10 e 4:3-4. O mesmo se deu nos dias de João Batista. João despertou toda a Israel por suas pregações, mas a maioria apostatou pouco depois. João 5:35 - "por um tempo, estão dispostos a se alegrar em sua luz". O mesmo ocorreu quando o próprio Cristo pregou; muitos O admiraram por um tempo, mas poucos foram fiéis até o fim. De novo, a mesma coisa ocorreu quando os apóstolos pregaram, como sabemos pelas heresias e divisões que perturbaram as igrejas durante o tempo dos apóstolos.

Essa mistura da religião falsa com a verdadeira tem sido a maior arma de satanás contra a causa de Cristo. É por isso que devemos aprender a distinguir entre a religião verdadeira e a falsa - entre emoções e experiências que realmente advêm da salvação e as imitações que são exteriormente atraentes e plausíveis, porém falsas.

Deixar de distinguir entre religião verdadeira e falsa, tem consequências terríveis. Por exemplo:

(i) Muitos oferecem adoração falsa a Deus, pensando ser aceitável a Ele, mas que Ele rejeita.

(ii) Satanás engana a muitos sobre o estado de suas almas; desse modo arruína-os eternamente. Em alguns casos, satanás leva as pessoas a pensar que são extraordinariamente santas, quando na realidade são o pior tipo de hipócritas.

(iii) Satanás estraga a fé dos verdadeiros crentes; mistura deformações e corrupções à religião, causando os verdadeiros crentes a se tornarem frios em suas emoções espirituais. Ele confunde também a outros com grandes dificuldades e tentações.

(iv) Os inimigos explícitos do cristianismo se animam quando veem a Igreja tão corrompida e desviada.

(v) Os homens pecam na ilusão de estarem servindo a Deus; portanto, pecam sem restrições.

(vi) Falso ensinamento ilude até os amigos do cristianismo a fazerem, sem perceber, o trabalho de seus inimigos. Destroem o cristianismo com muito mais eficiência que os inimigos declarados podem fazer, na ilusão de o estarem fazendo progredir.

(vii) Satanás divide o povo de Cristo e coloca-os uns contra os outros; os cristãos disputam acaloradamente, como que com zelo espiritual. O cristianismo degenera em disputas vazias; as partes em disputa correm para lados opostos, até que o caminho correto, ao meio, fica totalmente negligenciado. Quando os cristãos veem as terríveis consequências da falsa religião passar por religião verdadeira, suas mentes ficam perturbadas. Não sabem para onde se voltar nem o que pensar. Muitos duvidam da existência de qualquer realidade no cristianismo. Heresia, incredulidade e ateísmo começam a se propagar.

Por essas razões, é vital que façamos todo o possível para compreender a natureza da verdadeira religião. Até que o façamos, não podemos esperar que os avivamentos tenham longa duração, nem podemos esperar muito proveito de nossas discussões e debates religiosos, uma vez que sequer sabemos sobre o que estamos discutindo. Meu plano é contribuir o máximo possível para a compreensão da verdadeira religião, com este livro. Tenciono mostrar a natureza e os sinais da verdadeira obra do Espírito na conversão de pecadores, como também salientar aquilo que não é uma verdadeira experiência de salvação. Se tiver sucesso, espero que este livro ajude a promover o interesse no genuíno cristianismo.

Que Deus aceite a sinceridade de meus esforços, e que os verdadeiros seguidores do manso e amoroso Cordeiro de Deus aceitem minha oferta com mentes abertas e com orações!

Deus nos abençoe!

Jonathan Edwards (1703-1758).

*Leia o livro “A Genuína Experiência Espiritual” - PES.





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sábado, 18 de janeiro de 2025

“A VERDADEIRA RELIGIÃO E O AMOR”


“A VERDADEIRA RELIGIÃO E O AMOR”

“Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1Jo 4.7,8).

O amor é a principal de todas as emoções. É o que Jesus ensinou quando alguém Lhe perguntou qual era o maior mandamento: "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Nestes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas" (Mt 22:37-40).

O apóstolo Paulo ensinou a mesma coisa: "o cumprimento da lei é o amor" (Rm 13:10). "O intuito da presente admoestação visa o amor que procede de um coração puro"(1Tm 1:5). Em 1Coríntios, capítulo 13, versículo 13, Paulo fala do amor como a maior coisa no cristianismo, sua essência e alma, sem o qual tornam-se inúteis o maior conhecimento, dons e obras.

Isto prova claramente que a verdadeira religião se encontra principalmente em nossas emoções. O amor não é, pois, somente uma das emoções, e sim, a maior delas (por assim dizer), a fonte de todas as outras. É do amor que surge o ódio - ódio pelas coisas que são contrárias ao que amamos. De um amor vigoroso, afetuoso e fervoroso a Deus surgem outras emoções espirituais: um ódio ao pecado; um temor de desagradar a Deus; gratidão a Deus por Sua bondade; alegria em Deus quando experimentamos Sua presença; tristeza quando sentimos Sua ausência; esperança por um gozo futuro de Deus; zelo pela glória de Deus. Da mesma forma, amor ao nosso próximo produzirá todos os outros sentimentos corretos em relação a eles.

“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba” (1Co 13.4-8).

Deus nos abençoe!

Jonathan Edwards (1703-1758).

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sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

“EMOÇÕES E COMPREENSÃO ESPIRITUAL”

“EMOÇÕES E COMPREENSÃO ESPIRITUAL”

"Vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou" (Cl 3:10).

Emoções espirituais surgem da iluminação espiritual. O verdadeiro cristão sente porque vê e compreende algo mais sobre as coisas espirituais do que antes. Tem uma visão mais clara e melhor do que antes; ou recebe conhecimento novo da verdade de Deus ou recupera um conhecimento que teve, o qual perdeu. "E também faço esta oração: que o vosso amor aumente ainda mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção" (Fl 1:9). "Vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou" (Cl 3:10).

Neste ponto, quero enfatizar que há uma grande diferença entre o conhecimento doutrinário e conhecimento espiritual. Conhecimento doutrinário envolve somente o intelecto, porém o conhecimento espiritual é um sentimento do coração pelo qual vemos a beleza da santidade na doutrina cristã. Conhecimento espiritual sempre envolve o intelecto e o coração ao mesmo tempo. Precisamos entender intelectualmente o que significa uma doutrina das Escrituras, e degustar a santa beleza desse significado com nosso coração.

É possível ter grande conhecimento das doutrinas no intelecto e ainda assim não ter gosto pela beleza da santidade nessas doutrinas. A pessoa sabe intelectualmente em sua mente, mas não conhece espiritualmente em seu coração. Mero conhecimento doutrinário se assemelha a alguém que viu e tocou o mel. Conhecimento espiritual se assemelha a alguém que sentiu o gosto doce do mel em seus lábios. Este sabe muito mais sobre o mel do que aquele que somente olhou e tocou!

Segue-se que uma compreensão espiritual das Escrituras não significa uma compreensão de suas parábolas, tipos e alegorias. Uma pessoa pode saber interpretar todas estas coisas, sem que tenha tido sequer um raio de luz espiritual em sua alma. O "significado espiritual" das Escrituras é a doçura divina de suas verdades, e não a correta interpretação de suas passagens simbólicas. "Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência... se não tiver amor, nada serei" (ICo 13:2).

Quero corrigir outro erro comum sobre a compreensão espiritual. Alguns declaram que Deus lhes revela Sua vontade gravando um texto das Escrituras em suas mentes - muitas vezes um texto sobre um personagem bíblico e sua conduta. Por exemplo, um cristão está tentando decidir se deve ou não ir a um país estrangeiro, onde provavelmente encontrará muitas dificuldades e perigos. As palavras de Deus a Jacó em Gênesis 46:4 vêm poderosamente a sua mente: "Eu descerei contigo para o Egito, e te farei tornar a subir, certamente". Essas palavras se relacionam com Jacó e sua conduta, porém o cristão as interpreta como se se referissem a ele. Interpreta o Egito como o país estrangeiro que tem em mente, e pensa que Deus está prometendo levá-lo ali e trazê-lo de volta em segurança. Pode chamar a isso uma "compreensão espiritual" do texto, ou o Espírito Santo aplicando o texto a ele. 

No entanto não há nenhuma coisa de espiritual nisso. Compreensão espiritual percebe o que de fato está nas Escrituras; elas não lhe dão um novo significado. Criar um significado novo para as Escrituras é equivalente a criar novas Escrituras! É acrescentar à Palavra de Deus, uma prática condenada por Deus (Pv 30:6). O verdadeiro significado espiritual das Escrituras é aquele que teve originalmente, quando o Espírito a inspirou. Esse significado original é aquele que todos poderiam ver, se não estivessem espiritualmente cegos.

Sem dúvida estas experiências geram emoções ardentes. É claro que as pessoas se sentem muito emocionadas quando pensam que Deus as está guiando dessa forma por um texto, ou revelando a elas a Sua vontade diretamente pelo Espírito. O que quero dizer, entretanto, é o seguinte: nenhuma dessas experiências consiste num sentido ou gosto pela beleza da santidade de Deus. Além disso, emoções são espirituais somente quando resultam dessa visão espiritual da beleza da santidade de Deus. Se emoções surgem meramente de sugestões na mente, ou palavras vindo à cabeça, não são de natureza espiritual.

Grande parte da religião falsa no mundo se compõe dessas experiências e das falsas emoções que propiciam. Religiões não cristãs estão repletas delas. Assim, desafortunadamente, é a história da Igreja. Estas experiências cativam as pessoas, especialmente as de menor inteligência; pensam que o cristianismo se resume nessas impressões, visões e êxtases. Logo, satanás se transforma num anjo de luz, engana as multidões e corrompe a verdadeira religião. Líderes da Igreja devem estar constantemente de sobreaviso em relação a esses enganos, especialmente em tempos de avivamento.

Antes de prosseguir, quero deixar uma coisa clara. Eu não quero ser mal entendido no que afirmei. Não estou dizendo que emoções não são espirituais somente por serem acompanhadas de ideias imaginárias. A natureza humana é tal que não podemos pensar intensamente sobre algo sem ter algum tipo de ideia imaginária. No entanto, se nossas emoções resultam dessas ideias imaginárias e não de nosso conhecimento espiritual, então nossas emoções não têm valor espiritual. Quero que tenham essa diferença em mente: ideias imaginárias podem surgir de emoções espirituais, mas emoções espirituais não podem surgir de ideias imaginárias. Emoções espirituais só podem redundar do entendimento espiritual, isto é, da ótica do coração que vê a beleza da santidade. Se ideias imaginárias acompanham uma verdadeira emoção espiritual, não são essenciais a ela, todavia são um efeito acidental.

Deus nos abençoe!

Jonathan Edwards (1703-1758).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
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“A VERDADEIRA RELIGIÃO E AS EMOÇÕES”


“A VERDADEIRA RELIGIÃO E AS EMOÇÕES”

“No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11).

Quem pode negar que a verdadeira religião consiste principalmente em emoções - em ações vigorosas e enérgicas da vontade? A religião requerida por Deus não consiste em desejos fracos, opacos e sem vida, elevando-nos somente um pouco acima da apatia. Em Sua Palavra, Deus insiste muito que sejamos sérios, espiritualmente dinâmicos e que nossos corações se envolvam vigorosamente no cristianismo. Devemos ser "fervorosos de espírito, servindo ao Senhor" (Rm 12:11). "Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma? (Dt 10:12). "Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de toda a tua força" (Dt 6:4-5). Esse envolvimento vivo, vigoroso do coração na verdadeira religião é o resultado da circuncisão espiritual, ou regeneração, a que pertencem as promessas de vida. "O SENHOR teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, para amares ao SENHOR teu Deus de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas" (Dt 30:6).

Se não formos sérios no nosso cristianismo, e nossas vontades não forem vigorosamente ativas, nada somos. Realidades espirituais são tão imensas, que nossos corações não respondem adequadamente a elas, a menos que ajam dinâmica e poderosamente. O exercício de nossa vontade não é tão necessário em nada mais quanto é nas coisas espirituais; em nenhuma outra coisa a indiferença é tão odiosa. A verdadeira religião é poderosa, e seu poder aparece primeiramente no coração. É por isso que as Escrituras chamam a verdadeira religião "o poder da piedade", distinguindo-a da aparência exterior que é somente sua forma - "tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder" (2Tm 3:5). O Espírito Santo é o Espírito de poderosa e santa emoção, nos verdadeiros cristãos. E por isso que as Escrituras dizem que Deus nos deu um espírito "de poder, de amor e de moderação" (2Tm 1:5). Quando recebemos o Espírito Santo, dizem as Escrituras que somos batizados "com o Espírito Santo e com fogo" (Mt 3:11). Esse "fogo" representa as santas emoções que o Espírito produz em nós, de modo que "nos ardia o coração" (Lc 24:32).

As Escrituras, às vezes, comparam nossa relação com coisas espirituais e as atividades que os homens desenvolvem vigorosamente nos assuntos seculares. Exemplos disso são: correr (1Co 9:24), lutar (Ef 6:12), sofrer por prêmio (Ap 2:10), lutar com fortes inimigos (1Pd 5:8,9), e guerra total (1Tm 1:18). A graça, naturalmente, tem intensidades, e existem cristãos em quem os atos da vontade dirigidos às coisas espirituais são comparativamente fracos. Todavia, as emoções de todo verdadeiro cristão - aquelas dirigidas a Deus - são mais fortes que suas emoções naturais e pecaminosas. Todo autêntico discípulo de Cristo ama-O acima de "pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida" (Lc 14:26).

Deus, que nos criou, não só nos deu emoções, porém fê-las a própria causa de nossas ações. Não tomamos decisões ou agimos, exceto se o amor, o ódio, o desejo, o medo ou alguma outra emoção, nos influenciar. Isso se aplica tanto a assuntos seculares como aos espirituais. É por isso que muitas pessoas ouvem a Palavra de Deus falando-lhes sobre coisas infinitamente importantes - sobre Deus e Cristo, pecado e salvação, céu e inferno - e ainda assim não há mudança em sua atitude ou comportamento. A razão é simples: o que ouvem, não as afeta. Não toca suas emoções. De fato, proclamo ousadamente que nenhuma verdade espiritual jamais mudou a atitude ou a conduta de alguém, a não ser que tenha despertado suas emoções. Nenhum pecador jamais desejou ardentemente pela salvação, nenhum cristão jamais acordou do frio espiritual, a não ser que a verdade tenha afetado o seu coração. Esta é a medida da importância das emoções!

Deus nos abençoe!

Jonathan Edwards (17031758).

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Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário. 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

“CONHECENDO-LHES OS PENSAMENTOS” - 2


CONHECENDO-LHES OS PENSAMENTOS” - 2

“Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Homem, estão perdoados os teus pecados. E os escribas e fariseus arrazoavam, dizendo: Quem é este que diz blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus? Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse-lhes: Que arrazoais em vosso coração? Qual é mais fácil, dizer: Estão perdoados os teus pecados ou: Levanta-te e anda? Mas, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados — disse ao paralítico: Eu te ordeno: Levanta-te, toma o teu leito e vai para casa” (Lc 5.20-24).

Devemos observar nesta passagem o perfeito conhecimento de nosso Senhor no que se refere aos pensamentos dos homens. Quando os escribas e fariseus começaram a arrazoar secretamente, acusando-O de blasfêmias, o Senhor Jesus sabia o que eles realmente eram e os envergonhou publicamente. O relato de Lucas nos diz que Jesus conhecia-lhes os pensamentos.

Devemos pensar diariamente sobre o fato de que nada podemos ocultar de Cristo. A ele aplicam-se as palavras da carta aos Hebreus: “E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hb 4.13). Pertencem-Lhe as afirmações do Salmo 139, que todo crente deve estudar com frequência. Não existe qualquer palavra em nossos lábios, ou qualquer imaginação em nossas mentes, que Ele não saiba completamente (Sl 139.4).

Quanta perscrutação íntima este pensamento deve suscitar em nós. Cristo sempre nos vê e nos conhece. Todos os dias Ele observa nossas atitudes, pensamentos e palavras. Recordar esta verdade deveria alarmar os ímpios e levá-los a abandonar seus pecados. Sua impiedade não está oculta e, um dia, será completamente manifestada, a menos que se arrependam. Isto deveria causar pavor nos hipócritas, devido à sua hipocrisia. Talvez eles enganem os homens, mas não estão enganando a Cristo. Isto deve trazer conforto e ânimo a todos os verdadeiros crentes. Estes devem lembrar que um amável Senhor os contempla e devem viver cientes deste fato. Acima de tudo, devem reconhecer que, embora sejam desprezados e zombados pelo mundo, eles são justa e corretamente avaliados pelo seu Senhor. Podem dizer: “Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo” (Jo 21.17).

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

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quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

“BONDADE E COMPAIXÃO”


“BONDADE E COMPAIXÃO”

“Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Homem, estão perdoados os teus pecados. E os escribas e fariseus arrazoavam, dizendo: Quem é este que diz blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus? Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse-lhes: Que arrazoais em vosso coração? Qual é mais fácil, dizer: Estão perdoados os teus pecados ou: Levanta-te e anda? Mas, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados — disse ao paralítico: Eu te ordeno: Levanta-te, toma o teu leito e vai para casa. Imediatamente, se levantou diante deles e, tomando o leito em que permanecera deitado, voltou para casa, glorificando a Deus. Todos ficaram atônitos, davam glória a Deus e, possuídos de temor, diziam: Hoje, vimos prodígios” (Lc 5.20-26).

Devemos observar nesta passagem a bondade e a compaixão de nosso Senhor Jesus Cristo. Duas vezes Ele falou com bastante ternura ao paralítico que estava diante dEle. A princípio, Jesus dirigiu-lhe as maravilhosas e comoventes palavras: “Homem, estão perdoados os teus pecados”. Em seguida, acrescentou palavras que, no aspecto de produzir conforto, eram secundárias à benção do perdão. Ele disse ao paralítico: “Levanta-te, toma o teu leito e vai para casa”. Primeiramente, Jesus deu-lhe certeza de que sua alma estava curada. Depois, afirmou-lhe que seu corpo estava curado e o mandou para casa regozijando-se.

Sempre recordemos este aspecto do caráter de nosso Senhor. A amável bondade de Cristo para com seu povo nunca muda ou falha. É um poço profundo do qual ninguém jamais achará o início. As águas deste poço começaram a jorrar desde a eternidade, antes que os membros do povo de Deus existissem. A amável bondade de nosso Senhor os escolheu, os chamou e os vivificou, quando estavam mortos em delitos e pecados. Ela os atraiu a Deus, transformou o caráter deles, outorgou-lhes uma nova vontade e colocou em seus lábios um novo cântico. A amável bondade de nosso Senhor os suportou em toda a sua obstinação e pecados e jamais permitirá que se afastem de Deus. Ela fluirá para todo o sempre, assim como um rio caudaloso, durante as intermináveis era da eternidade. O amor e a misericórdia de Cristo têm de ser a segurança do pecador, quando ele inicia a jornada cristã; e será sua única garantia quando atravessar o rio tenebroso, para entrar em seu lar. Por experiência íntima, procuremos conhecer esse amor e valorizá-lo cada vez mais. Permitamos que este amor nos impulsione continuamente a viver não para nós mesmos, e sim para Aquele que morreu e ressuscitou por nós.

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

*Agradecemos a sua oferta (Pix 08362076291).

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“HOMENS TRAZENDO EM UM LEITO UM PARALÍTICO”


“HOMENS TRAZENDO EM UM LEITO UM PARALÍTICO”

“Ora, aconteceu que, num daqueles dias, estava ele ensinando, e achavam-se ali assentados fariseus e mestres da Lei, vindos de todas as aldeias da Galileia, da Judeia e de Jerusalém. E o poder do Senhor estava com ele para curar. Vieram, então, uns homens trazendo em um leito um paralítico; e procuravam introduzi-lo e pô-lo diante de Jesus. E, não achando por onde introduzi-lo por causa da multidão, subindo ao eirado, o desceram no leito, por entre os ladrilhos, para o meio, diante de Jesus” (Lc 5.17-19).

Devemos observar nesta passagem o esforço que homens podem fazer quando estão seriamente interessados a respeito de alguma coisa. Os amigos de um paralítico queriam trazê-lo a Jesus, para ser curado. A princípio, foram incapazes de fazer isto, por causa da multidão que cercava o Senhor. Então, o que eles fizeram? “Subindo o eirado, os desceram no leito, por entre os ladrilhos, para o meio, diante de Jesus”. O objetivo deles foi alcançado. A atenção de nosso Senhor foi atraída ao paralítico, e este foi curado. Através do esforço, trabalho árduo e perseverança, seus amigos foram bem-sucedidos em conseguir que ele recebesse a grande bênção da cura completa.

A importância de esforço e diligência é uma verdade que percebemos em todas as áreas de nosso viver. Em toda profissão, serviços e negócios, o esforço é um grande segredo do sucesso. O homem prospera não por causa de sorte ou coincidência, e sim por causa de trabalho árduo. Este é um princípio com o qual todos os filhos do mundo estão acostumados. Uma de suas máximas favoritas é “sem esforço não há resultados”.

Devemos entender completamente que o esforço e a diligência são essenciais tanto ao bem-estar e prosperidade de nossa alma quanto ao de nosso corpo. Em todo nosso empenho para nos achegarmos a Deus e nos aproximarmos de Cristo, temos de mostrar a mesma seriedade resoluta demonstrada pelos amigos desse paralítico. Não podemos deixar que dificuldade alguma nos impeça e nenhum obstáculo nos prive de fazer aquilo que realmente contribui para o bem de nossa alma. Em especial, temos que manter isto em nossa mente quando nos referimos ao assunto de ler regularmente a Bíblia, ouvir a pregação da Palavra de Deus, observar o dia do Senhor e dedicar-nos à oração particular. Devemos preservar tais hábitos, ainda que estejamos passando por inúmeras dificuldades. Se os filhos deste mundo se esforçam tanto em busca de uma recompensa corruptível, temos de nos empenhar muito mais em busca da coroa incorruptível.

"Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma" (Hb 12.1-3).

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

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“CONHECENDO-LHES OS PENSAMENTOS” - 1


“CONHECENDO-LHES OS PENSAMENTOS” - 1

“E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado num leito. Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Tem bom ânimo, filho; estão perdoados os teus pecados. Mas alguns escribas diziam consigo: Este blasfema. Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Por que cogitais o mal no vosso coração?” (Mt 9.1-4).

Observemos no versículo quatro, o conhecimento que nosso Senhor Jesus tem dos pensamentos dos homens. Alguns dos escribas acharam defeito nas palavras de Jesus ao paralítico. Diziam secretamente, consigo: “Este blasfema”. Provavelmente imaginavam que ninguém soubesse o que se passava em suas mentes. Ainda precisavam aprender o fato que o Filho de Deus pode ler os corações e discernir os espíritos. O seu pensamento malicioso foi publicamente desmascarado. Eles foram abertamente expostos à vergonha.

Nisto há uma importante lição para nós: “Todas as cousas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hb 4.13). Nada pode ser ocultado de Jesus Cristo. O que pensamos às ocultas, quando ninguém sabe? O que pensamos quando estamos na igreja, parecendo tão sérios e respeitosos? O nosso Senhor sabe. Um dia ele nos chamará para a prestação de contas. Está escrito que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgará os segredos dos homens, de acordo com o evangelho (Rm 2.16). Sem dúvida alguma, devemos ser muito humildes quando consideramos estas coisas. Deveríamos cada dia agradecer a Deus que o sangue de Cristo pode purificar de todo pecado. Deveríamos sempre clamar: “As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu!” (Sl 19.14).

"SENHOR, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos" (Sl 139.1,2).

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

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