“AFLIÇÕES E GRANDE BÊNÇÃO”
“Alguns foram
ter com ele, conduzindo um paralítico, levado por quatro homens. E, não podendo
aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o eirado no ponto
correspondente ao em que ele estava e, fazendo uma abertura, baixaram o leito
em que jazia o doente. Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os
teus pecados estão perdoados” (Mc 2.3-5).
Nestes versículos, observemos como as aflições podem redundar em grande bênção para a alma de um homem. Somos inteirados que um paralítico foi levado à presença de nosso Senhor Jesus, em Cafarnaum, a fim de ser curado. Incapaz e dependente, ele foi transportado em seu leito por quatro bondosos amigos e descido bem no meio do lugar onde Jesus estava pregando. Imediatamente o paralítico obteve aquilo que buscava. O grande Médico do corpo e da alma, viu-o e deu-lhe alívio imediato. Restaurou-lhe a saúde e as forças físicas. Além disso, concedeu-lhe a bênção maior do perdão dos pecados. Em poucas palavras, o homem que, naquela manhã, fora levado de sua própria casa, muito débil, vencido tanto no corpo quanto na alma, retornou regozijando-se.
Quem pode duvidar
que, até o fim de sua vida, aquele homem tenha ficado grato a Deus por aquela
paralisia? Sem ela, mui provavelmente teria vivido e morrido na ignorância, sem
jamais ter conhecido a Cristo. Sem a paralisia, ele talvez teria cuidado de
algum negócio na Galiléia, a vida inteira, sem nunca ter sido conduzido a
Cristo, e nunca ouviria aquelas abençoadas palavras: “Filho, os teus pecados
estão perdoados”. Aquela paralisia foi, de fato, uma bênção para ele. Quem pode
negar que aquele mal foi o começo da vida eterna para a sua alma?
Quantos
outros, no decorrer dos séculos, podem testificar que a sua experiência tem
sido a mesma! Esses têm aprendido a ser sábios através das aflições. A perda de
entes amados tem trazido misericórdias. Uma perda acaba redundando em ganhos.
As enfermidades têm levado muitas pessoas ao grande Médico das almas,
levando-as às Escrituras, afastando-as do mundo, mostrando-lhes a sua
insensatez, ensinando-lhes a orar. Milhares, como o salmista Davi, podem dizer:
“Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos”
(Sl 119.71).
Tenhamos muito
cuidado para não murmurarmos quando submetidos a aflições. Podemos ter certeza
de que há um motivo imperioso para cada cruz e uma sábia razão para toda
provação. Cada tristeza ou enfermidade é uma graciosa mensagem da parte de
Deus, cujo propósito é aproximar-nos um pouco mais do Senhor. Oremos para
sermos capazes de aprender a lição que cada sofrimento visa ensinar-nos.
Cuidemos em não desprezar Aquele que “dos céus nos adverte” (Hb 12.25).
Deus nos
abençoe!
J.C.Ryle
(1816-1900).
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