“BONDADE E COMPAIXÃO”
“Vendo-lhes a
fé, Jesus disse ao paralítico: Homem, estão perdoados os teus pecados. E os
escribas e fariseus arrazoavam, dizendo: Quem é este que diz blasfêmias? Quem
pode perdoar pecados, senão Deus? Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos,
disse-lhes: Que arrazoais em vosso coração? Qual é mais fácil, dizer: Estão
perdoados os teus pecados ou: Levanta-te e anda? Mas, para que saibais que o
Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados — disse ao
paralítico: Eu te ordeno: Levanta-te, toma o teu leito e vai para casa.
Imediatamente, se levantou diante deles e, tomando o leito em que permanecera
deitado, voltou para casa, glorificando a Deus. Todos ficaram atônitos, davam
glória a Deus e, possuídos de temor, diziam: Hoje, vimos prodígios” (Lc 5.20-26).
Devemos
observar nesta passagem a bondade e a compaixão de nosso Senhor
Jesus Cristo. Duas vezes Ele falou com bastante ternura ao paralítico
que estava diante dEle. A princípio, Jesus dirigiu-lhe as maravilhosas e
comoventes palavras: “Homem, estão perdoados os teus pecados”. Em seguida, acrescentou
palavras que, no aspecto de produzir conforto, eram secundárias à benção do
perdão. Ele disse ao paralítico: “Levanta-te, toma o teu leito e vai para casa”.
Primeiramente, Jesus deu-lhe certeza de que sua alma estava curada. Depois,
afirmou-lhe que seu corpo estava curado e o mandou para casa regozijando-se.
Sempre
recordemos este aspecto do caráter de nosso Senhor. A amável bondade de Cristo
para com seu povo nunca muda ou falha. É um poço profundo do qual ninguém
jamais achará o início. As águas deste poço começaram a jorrar desde a
eternidade, antes que os membros do povo de Deus existissem. A amável bondade
de nosso Senhor os escolheu, os chamou e os vivificou, quando estavam mortos em
delitos e pecados. Ela os atraiu a Deus, transformou o caráter deles,
outorgou-lhes uma nova vontade e colocou em seus lábios um novo cântico. A
amável bondade de nosso Senhor os suportou em toda a sua obstinação e pecados e
jamais permitirá que se afastem de Deus. Ela fluirá para todo o sempre, assim
como um rio caudaloso, durante as intermináveis era da eternidade. O amor e a
misericórdia de Cristo têm de ser a segurança do pecador, quando ele inicia a
jornada cristã; e será sua única garantia quando atravessar o rio tenebroso,
para entrar em seu lar. Por experiência íntima, procuremos conhecer esse amor e
valorizá-lo cada vez mais. Permitamos que este amor nos impulsione
continuamente a viver não para nós mesmos, e sim para Aquele que morreu e
ressuscitou por nós.
Deus nos
abençoe!
J.C.Ryle (1816-1900).
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