“NEM HAJA ALGUM IMPURO OU PROFANO” – Parte I
“...nem haja algum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um
repasto, vendeu o seu direito de primogenitura” (Hb 12.16).
Assim como o apóstolo exortara os hebreus à santificação (v 14), também
agora faz menção de um exemplo particular com o fim de convocá-los a que
retrocedessem das contaminações a ela opostas, e diz que não houvesse ninguém
que fosse impuro. Imediatamente avança para uma nota mais geral - “nem profano”
-, termo que é apropriadamente contrastado com santidade. O Senhor nos chama precisamente
com o propósito de fazer-nos santos, vivendo em sua obediência. Tal propósito
se concretiza quando renunciamos o mundo. Todo aquele que se deleita em sua
própria imundícia, de sorte que viva a revolver-se nela, profana a si próprio.
Podemos ao mesmo tempo definir o profano em termos gerais, como aquele que não
valoriza a graça de Deus suficientemente para buscá-la e assim rejeitar o
mundo. Visto que os homens se fazem profanos de diversas maneiras, devemos tomar
o maior cuidado para não facilitarmos a que Satanás nos macule com sua
corrupção; e como não há genuína religião sem consagração, devemos progredir
sempre no temor de Deus, na mortificação da carne e em toda a prática da
piedade. Assim como somos profanos até que nos separemos do mundo, também recuamos
da graça da santificação se porventura nos deleitarmos na imundícia do mundo.
Deus nos abençoe!
João Calvino (1509-1564).
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