“A FÉ QUE É DOS ELEITOS DE DEUS”
“Paulo, servo
de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de
Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade” (Tt 1.1).
No caso de
alguém ainda nutrir dúvida acerca do apostolado de Paulo, ele apresenta fortes
razões para se crer nele, conectando-o à salvação dos eleitos de Deus, como se
quisesse dizer: “há uma relação mútua entre meu apostolado e a fé dos eleitos
de Deus, de modo que ninguém poderá rejeitá-lo sem que se torne um réprobo e
estranho à fé genuína”. Com o termo, “eleitos”, Paulo indica não só aqueles que
ainda estavam vivos naquele tempo, mas a todos quantos foram eleitos desde o
princípio do mundo. Sua intenção é que ele não ensina nenhuma doutrina que não
esteja em harmonia com a fé de Abraão e de todos os pais. E assim, se alguém
hoje desejar ser considerado sucessor de Paulo, o mesmo terá que provar que é
ministro da mesma doutrina. Essas palavras, porém, contêm um contraste
implícito, para tornar evidente que a incredulidade e a obstinação de muitos de
forma alguma trazem prejuízo ao evangelho. Pois naquele tempo, assim como hoje,
os fracos na fé eram terrivelmente escandalizados porque grande parte daqueles
que alegavam pertencer à Igreja rejeitavam a doutrina integral de Cristo. Por
essa razão Paulo mostra que, mesmo que todos, indiscriminadamente, se
gloriassem no nome de Deus, há um grande número no seio dessa multidão que, não
obstante, são réprobos. Como ele diz em outro lugar: “Nem por serem
descendência de Abraão são todos filhos, mas: Em Isaque será chamada a tua
descendência” (Rm 9.7).
Deus nos abençoe!
João Calvino (1509-1564).
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