“DISTANTE DE CONTENDAS”
“Ora, é
necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando
para com todos, apto para instruir, paciente” (2Tm 2.24).
Eis o fio de
pensamento do apóstolo Paulo: “O servo de Deus deve manter-se à distância das
contendas; e como as questões tolas são contendas, então qualquer um que aspire
ser considerado servo de Deus deve fugir delas”. E se as questões supérfluas
devem ser evitadas pelo simples fato de que inviabilizam a luta do servo de
Deus, quão cinicamente agem as pessoas que têm a insolência de buscar aplausos
por promoverem intermináveis controvérsias. Portanto, quanto mais proficiente é
um homem nessas artes, menos capacitado é ele para servir a Cristo.
Ao incitar o
servo de Deus a ser brando para com todos,
Paulo requer aquela virtude que é o oposto do espírito doentio da contenção. O
que vem imediatamente a seguir aponta para a mesma questão, ou seja: que ele
deve ser apto para instruir. Ele não
será apto para ensinar sem a devida moderação e certo equilíbrio de
temperamento. Pois a que limites chegará um mestre que se permiti explodir no
capo de batalha? Quanto mais qualificada é uma pessoa para o ensino, mais
distante se manterá das disputas e controvérsias.
A pressa de
alguns às vezes produz ou irritação ou fadiga, e por isso ele acrescenta: e paciente, explicando ao mesmo tempo
por que a paciência é necessária - porque o propósito de um mestre piedoso é
esforçar-se por trazer de volta à vereda da justiça o obstinado e rebelde, e
isso só pode se dar através de uma boa dose de amabilidade.
Deus nos
abençoe!
João Calvino (1509-1564).
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