"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



terça-feira, 17 de outubro de 2023

“VIVAMOS OU MORRAMOS, SOMOS DO SENHOR”


VIVAMOS OU MORRAMOS, SOMOS DO SENHOR”

“Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Rm 14.7,8).

Não é necessário que fiquemos surpresos pelo fato de as ações pessoais de nossa vida devam estar relacionadas com o Senhor, visto que a vida mesma deve ser totalmente devotada à sua glória. A vida de um cristão só está propriamente ordenada quando ela visa à vontade divina como seu objetivo máximo. Mas se todas as nossas ações não se acham relacionadas com sua vontade, é completamente errôneo evitar fazer algo que consideramos desagradá-lo, quando, deveras, o que somos não nos convence de que o agradamos.

Se vivemos, para o Senhor vivemos. Isto, aqui, não tem o mesmo sentido de Romanos 6.11, ou seja: vivos para Deus em Cristo Jesus, por meio de seu Espírito, mas significa ser conformado à sua vontade e prazer, bem como para ordenar todas as coisas para sua glória. Nem devemos somente viver para o Senhor, mas também morrer para o Senhor, ou seja: tanto nossa morte quanto nossa vida devem ser entregues à sua vontade. O apóstolo Paulo nos apresenta a melhor das razões para isto, ou seja: quer, pois, vivamos quer morramos, somos do Senhor. Deduz-se daqui que Deus detém o poder sobre nossa vida e nossa morte. A aplicabilidade desta doutrina é muitíssimo ampla. Deus reivindica tal poder sobre a vida e a morte, para que cada um de nós suporte sua própria condição na vida como um jugo a ele imposto por Deus. É precisamente para isso que Deus designa a cada pessoa sua posição e curso na vida. E assim somos não só proibidos de tentar fazer algo precipitadamente, sem uma ordem expressa de Deus, mas somos também convocados a exercer paciência em todo sofrimento e perda. Se, pois, de vez em quando a carne se desvencilha diante da adversidade, lembremo-nos de que aquele que não é livre para dispor de si mesmo perverte a lei e a ordem se porventura não depende da vontade de seu Senhor. Assim também descobrimos a regra pela qual aprendemos a viver e a morrer, ou seja: se ele fortalece nossa vida em meio a contínua luta e desfalecimento, não devemos ansiar pela morte antes do tempo. Contudo, se porventura de súbito nos chama no vigor de nossa vida, então que estejamos sempre prontos para nossa partida.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.  

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