“AQUELE QUE NÃO POUPOU O SEU PRÓPRIO FILHO”
“Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?" (Rm 8.32).
Visto que é algo de incomensurável importância que estejamos profunda
e plenamente persuadidos do amor paternal de Deus, que continuemos a
gloriar-nos nele sem temor, Paulo reitera o valor de nossa reconciliação a fim
de confirmar os favores divinos para conosco. É uma notável e brilhante prova
de seu inestimável amor, que o Pai não hesitou em entregar seu Filho para nossa
salvação. Paulo, pois, extrai seu argumento do maior para o menor, ou seja:
visto que nada é mais querido, mais precioso ou mais excelente do que Seu
Filho, então ele não negligenciará nada que perceba ser-nos proveitoso.
Que esta passagem sirva para admoestar-nos e exercitar-nos a
considerar o que Cristo traz consigo para nós, pois como ele é o penhor do amor
solícito de Deus para conosco, então ele não foi enviado para que vivêssemos
privados de quaisquer bênçãos ou para chegar-se a nós de mãos vazias, mas cheias
de todos os tesouros celestiais, de modo que aqueles que os possuem não sentem
carência de coisa alguma que lhes seja necessária para sua plena felicidade. Entregar,
aqui, significa expor à morte.
Deus nos abençoe!
João Calvino (1509-1564).
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