“SE DEUS É POR NÓS, QUEM SERÁ CONTRA NÓS?”
“Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é
por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31).
Este é o principal e,
portanto, o único suporte a sustentar-nos em cada provação. Se porventura Deus
não nos fosse propício, nenhuma confiança sólida poderia ser concebida, ainda
quando tudo pareça sorrir-nos. Entretanto, em contrapartida, o amor divino não
só é suficientemente grande consolação em toda e qualquer dor, mas também
suficientemente forte proteção contra todas as tormentas e infortúnio. Há
sobejos testemunhos na Escritura com referência a esta verdade, onde os santos,
confiando tão-somente no poder divino, ousam menosprezar todo gênero de
adversidade com que se deparam no mundo. “Ainda que eu ande pelo vale da sombra
e da morte, não temerei mal algum” [Sl 23.4]. “Em Deus ponho minha confiança, e
nada temerei; que me poderá fazer o homem?” [Sl 56.11]. “Não tenho medo de
milhares do povo que tomam posição contra mim de todos os lados” [Sl 3.6].
Não há poder abaixo do
céu ou acima dele que possa resistir o braço de Deus. Se porventura o temos
como nossos Defensor, então não precisamos recear mal algum. Ninguém, pois,
demonstrará possuir verdadeira confiança em Deus, senão aquele que se satisfaz
com sua proteção, que nada teme nem perde sua coragem. Certamente que os crentes
às vezes tremem, porém nunca ficam irremediavelmente destruídos. Em suma, o
objetivo do apóstolo era mostrar que a alma piedosa deve manter firme o
testemunho interior do Espírito, e não depender de nada que seja externo.
Deus nos abençoe!
João Calvino (1509-1564).
Nenhum comentário:
Postar um comentário