"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



segunda-feira, 10 de março de 2025

“DAR-TE-EI AS CHAVES DO REINO DOS CÉUS”


DAR-TE-EI AS CHAVES DO REINO DOS CÉUS”

“Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus” (Mt 16.19).

O que devemos compreender quando lemos a promessa que nosso Senhor Jesus fez a Pedro: “Dar-te-ei as chaves do reino dos céus”? Teriam conferido a Pedro o direito de admitir almas no céu? Tal ideia é ilógica, porque esse ofício é uma prerrogativa especial do próprio Jesus Cristo (Ap 1.18). Será, então, que Pedro deveria ter a primazia ou superioridade sobre os demais apóstolos? Não há a menor prova que tal dignidade tivesse sido atribuída a essas palavras de Jesus, na época neo-testamentária; nem há prova de que Pedro tivesse qualquer autoridade ou dignidade superior aos demais apóstolos.

Parece-nos que o verdadeiro sentido dessa promessa feita por Cristo é que Pedro teria o privilégio especial de abrir, pela primeira vez, a porta da salvação tanto aos judeus como aos gentios. E isso cumpriu-se à risca quando ele anunciou o evangelho aos judeus, no dia de Pentecoste, e quando visitou o gentio Cornélio em sua casa (At 2.14-41; 10.1-48).

Em cada ocasião Pedro utilizou as “chaves” e abriu completamente a porta da fé. E, ao que tudo indica, Pedro tinha plena consciência disso, pois afirmou: “Deus me escolheu dentre vós para que, por meu intermédio, ouvissem os gentios a palavra do evangelho e cressem” (At 15.7).

E mais, o que devemos entender quando lemos: “o que ligares na terra, terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra, terá sido desligado nos céus”? Teria o apóstolo recebido algum poder de perdoar pecados e absolver os pecadores? Tal noção tão-somente deprecia o ofício especial de Jesus Cristo como nosso grande Sumo Sacerdote. Jamais encontramos Pedro, ou qualquer outro apóstolo, exercendo algum poder de perdoar pecados. Eles sempre encaminhavam as pessoas a Cristo, para o perdão.

O verdadeiro significado dessa promessa parece ser que Pedro e os demais apóstolos seriam especialmente comissionados para ensinar o caminho da salvação, com autoridade. Assim como os sacerdotes do Velho Testamento declaravam autoritativamente quem havia sido curado da lepra, também os apóstolos foram nomeados para declarar e pronunciar com autoridade, quem havia sido perdoado de seus pecados. Além disso, eles seriam especialmente inspirados para estabelecer regras e regulamentos para orientação da igreja. Algumas coisas deviam ser “ligadas”, ou proibidas, e outras deviam ser “desligadas”, ou permitidas. A decisão do concílio de Jerusalém, de que os gentios não precisavam ser circuncidados, foi um exemplo do exercício desse poder (At 15.19). Mas essa foi uma comissão especialmente restrita aos apóstolos. Eles não tiveram sucessores, essa tarefa começou e terminou com eles.

Deus nos abençoe!

J.C.Ryle (1816-1900).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário. 

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