"SER CRISTÃO É TER MENTE E CORAÇÃO DE CRISTO".



quinta-feira, 13 de março de 2025

“O DÉCIMO MANDAMENTO”


“O DÉCIMO MANDAMENTO”

“Não cobiçarás a casa de teu próximo, não cobiçarás a mulher de teu próximo, nem seu servo, nem sua serva, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma de teu próximo” [Êx 20.17].

O propósito deste mandamento é: visto que Deus quer que a alma toda seja possuída do afeto do amor, de nossas disposições se deve alijar todo desejo contrário à caridade. Portanto, a síntese será que não se nos insinue qualquer pensamento que nos mova o espírito com uma concupiscência danosa e tendente ao detrimento de outrem. A que corresponde o preceito oposto, que tudo quanto concebemos, deliberamos, queremos, intentamos, seja isto associado com o bem e proveito do próximo.

Aqui, porém, segundo parece, surge-nos grande e perplexiva dificuldade. Ora, se com verdade dissemos anteriormente que sob os termos fornicação e furto se coibiam o desejo de fornicar e a intenção de prejudicar e enganar, pode parecer ter sido supérfluo que depois se nos proibisse, em separado, a cobiça dos bens alheios. No entanto, facilmente nos desatará este nó ante a distinção entre intenção e cobiça. Porque, a intenção, como já falamos sobre os mandamentos anteriores, é o consenso deliberado da vontade, quando a concupiscência subjugou a mente; a cobiça pode existir aquém de tal deliberação e assentimento, quando a mente é apenas espicaçada e afagada de objetos vãos e pervertidos.

Portanto, da mesma forma que até aqui o Senhor ordenou que a norma da caridade presida a nossas vontades, a nossos esforços, a nossas ações, assim agora ordena sejam conduzidos à mesma norma os pensamentos de nossa mente, para que não haja nenhum pensamento corrupto e pervertido, que incite a mente em outra direção. Da mesma forma que proibiu que a mente fosse inclinada e induzida à ira, ao ódio, à fornicação, à rapina, à mentira, assim proíbe agora que ela seja sequer incitada a essas transgressões.

Ser cristão debaixo da lei da graça não é vaguear desenfreadamente sem lei, mas estar enxertado em Cristo, por cuja graça está liberado da maldição da lei e por cujo Espírito tem a lei gravada no coração.

Deus nos abençoe!

João Calvino (1509-1564).

*Agradecemos sua oferta (Pix 083.620.762-91).

*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba(PR).
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário. 

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