Amorosa
preocupação pelo Rebanho
“O amor
não procura os seus interesses” (1Co 13.5).
Toda a causa do nosso
ministério deve ser conduzida com terno amor pelas pessoas do nosso rebanho.
Precisamos fazer que vejam que nada nos agrada mais do que aquilo que lhes é
proveitoso. Devemos mostrar-lhes que aquilo que lhes faz bem, igualmente nos
faz bem. Devemos sentir que nada nos preocupa mais do que aquilo que as fere.
Disse Jerônimo, ao escrever
a Nepociano: “Como os bispos não são senhores, mas pais, assim devem incumbir-se
do seu povo como de seus filhos. Sim, nem mesmo o mais terno amor da mãe por
seu filho deve sobrepujar o deles”. Como afirma Paulo, devemos até sentir “as
dores de parto, até que Cristo seja formado” neles (Gl 4.19). Nossos filhos na
fé devem ver que nós não nos preocupamos com as coisas externas – nem dinheiro,
nem crédito econômico, nem liberdade, nem a própria vida – em comparação com a
preocupação que temos com a salvação deles. Em vez disso, à semelhança de
Moisés, devemos estar dispostos a ter o nosso nome riscado do livro da vida por
amor deles, antes que deixá-los perecer e não se acharem no Livro da Vida do
Cordeiro.
Como o apóstolo João, não
devemos ter nossas vidas como preciosas para nós, de modo que possamos achar
nossa coroa de alegria na realização da obra de Deus pela salvação deles.
Quando o rebanho vir que vocês o amam verdadeiramente, ouvirá o que dizem –
dará o que lhe pedirem – e os seguirá com a maior presteza. E quando,
prontamente, por amor, for aberta uma ferida será aceita mais prontamente do
que quando se diz uma palavra grosseira, proferida com ressentimento ou com
ira.
Muitos julgam o conselho
que recebem pelo modo como recebem a afeição do seu conselheiro. Vejam que
tenham terno amor pelos membros do seu rebanho, e então eles o sentirão em seus
discursos e o verão em seu modo de tratá-los. Façam-nos ver o que vocês
passaram e passam por amor deles. Façam-nos ver que tudo o que vocês fazem é
para o bem deles, e não para os seus próprios fins.
Para esta finalidade, as marcas do caridoso amor são essenciais, na medida do seu bolso, uma vez que palavras ocas dificilmente os convencerão de que vocês têm verdadeiro amor por elas. Quando não puderem dar, mostrem-lhes que de fato estariam dispostos a dar, se pudessem. Mostrem-lhes ao menos algumas ações práticas que evidenciem a sua sinceridade. Como disse Agostinho, em seu comentário do Salmo 103, “Se você pode dar, dê; se não pode, mostre que se preocupa”.
Assegurem-se de que o seu
amor não é carnal, oriundo do orgulho; não seja proveniente de um coração
interessado em seu amor próprio, mas de um amigo de Cristo. Cuidado, pois, que
não sejam coniventes com pecados secretos, pretextando amor. Assim, a amizade
sempre deve ser consolidada pela piedade, pois um homem mau nunca poderá ser um
verdadeiro amigo. Se vocês protegerem a iniquidade dos ímpios, mostrarão que
vocês mesmos são ímpios. Portanto, não finjam amá-los, se lhes favorecem os
pecados e não procuram verdadeiramente a salvação deles. Como dizia Basílio, o
Grande: “Somente o santo, como Deus é santo, pode ter amizade verdadeira”. Por sua conivência com os pecados alheios, vocês mostram que estão em inimizade com Deus.
Richard Baxter (1615-1691).
*"O Pastor Aprovado", Editora PES.
*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
Av. Silva Jardim, 4155 – Seminário.*Visite a Igreja Presbiteriana Silva Jardim - Curitiba/PR.
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